sexta-feira, 2 de agosto de 2019

"Depois de morto, trancas à porta"

Fontes oficiais da Altice e Vodafone confirmam que o período de testes continua a decorrer e que até ao momento a ANEPC não solicitou, este ano, o envio de qualquer SMS de alerta à população.
Fonte ligada ao processo, que prefere não se identificar, questiona o atraso do Estado neste processo que terá feito com que o novo sistema de interface com as operadoras tenha demorado tanto tempo a arrancar, estranhando a falta de avisos numa altura em que já existiram fogos graves nos concelhos de Mação, Vila de Rei e Sertã e em que as chamas já cortaram, no início da semana, a A2 entre Lisboa e o Algarve.
Questionada pela TSF sobre a falta de SMS em 2019, a Proteção Civil esclarece que estes envios só ocorrem quando é declarado, para um determinado distrito, o Estado de Alerta Especial de Nível Vermelho, de um risco extremo, "situação que ainda não se verificou este ano".
A Associação de Proteção e Socorro, que durante muito tempo defendeu (e ainda defende) a difusão de avisos de emergência pelos telemóveis, admite que aquilo que tem sido implementado "não está a funcionar bem" pois podia ser mais eficaz e mais eficiente.
João Paulo Saraiva, embora admita que não se podem enviar avisos por tudo e por nada para "não causar descrédito", discorda da opção de só enviar avisos por SMS em caso de alerta vermelho, dizendo que é "muito pouco" e que "corremos o risco das pessoas serem apanhadas desprevenidas como aconteceu em 2017".

                                      (Extraído da TSF)

Tudo isto é complicado. E mais ainda, se pensarmos em regiões onde vive muito pouca gente, que nem sempre tem acesso a meios tecnológicos da última geração. O que pode tornar estes SMS pouco eficazes. E já nem falo na iliteracia que persiste nas populações mais idosas, que não saberão sequer ler uma mensagem de aviso. 
Enfim, julgo que se torna urgente vir, no futuro, a encontrar meios alternativos mais eficazes, criando, quem sabe, uma rede de sirenes que sejam ouvidas por todos aqueles que correm riscos iminentes. Será assim tão difícil, tendo em conta o nosso desenvolvimento na área das tecnologias? É que, lá diz o ditado, "depois de morto, trancas à porta".

Para cabal esclarecimento dos que me lêem aqui fica o esclarecedor mapa






HSC

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando eu era pequeno, lá na minha aldeia, tocavam os sinos e as sirenes dos bombeiros. Todos sabíamos o que havíamos de fazer.
Hoje há SIRESP, público ou privado, o resultado é o mesmo: ardem as florestas e morrem pessoas.
Acabaram com os guardas florestais, temos tecnologias modernas e é o que se vê...
Todos os anos volto à minha aldeia porque quero que os meus filhos percebam que se pode sair do buraco com trabalho e esforço. Mas eles querem é que haja "rede" para passarem o tempo no computador e no telemóvel.
Um dia irão perceber. Mas eu já não estarei cá...
Alfredo