terça-feira, 5 de março de 2019

Green BooK



Estava bastante indecisa entre ir ver o premiado Green Book ou o Vice. Venceu o primeiro por precioso conselho filial e porque a política me cansa cada vez mais, mesmo que seja para ver a vida de um personagem como Dick Cheney, vice presidente de George W Bush e que foi um dos políticos mais poderosos do mundo.
Fiz bem. É realmente impossível sair da sala de projeção sem nos sentirmos com a alma lavada. Recuso-me a escrutinar os motivos políticos, racistas ou outros, que possam ter estado por detrás da escolha feita pela Academia de Hollywood.
O filme fala de como nos podemos transformar ao conhecermos não só a nossa própria realidade, como passando a conhecer e, sobretudo entender, a realidade dos que não são como nós, não pensam como nós, não vivem como nós.
No ecrã não se fala só da diferença entre brancos e negros, fala-se também das diferenças que existem entre os seres humanos qualquer que seja a cor da sua pele. No fundo, o filme aborda o problema do modo como nos podemos encontrar a nós próprios, encontrando-nos no espelho do olhar dos outros. De um modo muito primário, a película fala-nos de empatia, de “entender” tentando pormo-nos na posição daqueles que pensamos serem diferentes de nós.   
Green Book é uma comédia dramática que se baseia numa história verídica de uma tournée na região de Deep South americano, feita pelo pianista de jazz clássico Don Shirley, interpretado por Mahershala Ali,  e um segurança italo-americano, Tony Vallelonga,  que foi seu motorista e a que dá vida Viggo Mortensen.
Dirigido por Peter Farrelly, consta que o título do filme terá sido influenciado pelo livro The Negro Motorist Green Book, informalmente conhecido por Green Book, um guia turístico escrito por Victor Hugo Green, destinado a ajudar viajantes afro-americanos a encontrar dormitórios e restaurantes que os recebessem.
Green Book teve estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto, em Setembro de 2018 e teve logo uma série de prémios  de que se destacam o Oscar 2019 para o melhor filme e para melhor actor secundário atribuído a Mahershala Ali.
É uma bela história - talvez demasiado oportuna -, mas que lava a alma de quem a acompanha, despido de quaisquer demagogias provenientes do politicamente correcto. A não perder!
HSC

8 comentários:

Pedro Coimbra disse...

E passou aqui pelo Festival de Cinema de Macau.
Assim como Roma.

Isabel Mouzinho disse...

Eu também vi o filme e gostei muito, o que é raro acontecer-me com os filmes vencedores dos Óscares ;)

Anónimo disse...

Mil desculpas, o comentário do post anterior referia se a este...
Sandra

Tété disse...

Olá querida Helena! Há já algum tempo que estou ausente. Escrevi-lhe no Messenger há mais ou menos 8 dias a propósito de uma mensagem que recebeu num domingo ao almoço. Se tiver paciência e tempo passe por lá que vai achar graça.
Quanto ao Green Book um feitiço do princípio ao fim. E o que ele nos abre a mente para as tão faladas diferenças.
Beijinhos e abraços.

João Menéres disse...

Também gostei, e muito, desta película que conseguirei reter na retina durante muito tempo.
Aqui e ali, traz-nos uma mensagem que nos é transmitida por várias e diferentes protagonistas e em situações também muito diversificadas.
Se houve muitos momentos em que me comovi, noutros senti a revolta pelo racismo existente no Sul.
Mas também sorri e ri em imensas passagens.
Uma delas e já no final aconteceu perto do final quando um amigo, encarregado de ir à casa de penhores resgatar o relógio lhe diz que pagou US$ 75 e perante a "revolta" de ter sido combinado que seriam US $ 60, responde :
- Então eu trabalho de borla ?

Melhores cumprimentos.

Helena Sacadura Cabral disse...

Querida Tété
Eu não tenho Messenger. So WhatsApp. Por isso não recebi qualquer mensagem, Bjo

Silenciosamente ouvindo... disse...

Obrigada pela sugestão.Ainda não vi e vou fazê-lo.

Os meus cumprimentos.

Irene Alves

Tété disse...

Olá Querida Helena!
Não tenho acesso ao seu WhatsApp por isso não consegui enviar a mensagem.
Beijinhos