“Não me
conformo com o desleixo e o mau aspecto do Rossio.
Cada vez que me tenho cruzado com o Presidente da CML, e nos
últimos 4 anos tem sucedido haver encontros casuais, falo-lhe neste assunto.
Simpaticamente e sempre com um sorriso, diz que concorda com a necessidade de
haver uma intervenção, mas até à data nem sequer deverá ter dado uma volta a pé
pela Praça, para se aperceber do seu estado lastimável.
Ainda há
dias, ao atravessar a placa central, vi um casal um pouco mais novo do que eu,
ainda certamente na casa dos 60 (que já não eu…), a observar detalhadamente a
famosa Fonte Wallace (século XIX), a tal que está em frente ao NICOLA,
semelhante a 16 que existem em Paris.
Só há pouco
tempo soube que um tal Senhor Wallace também ofereceu uma a Lisboa. Pois meti
conversa com eles que estavam desolados com a ferrugem qua a começa a corroer o
ferro fundido, para além de não deitar uma gota de água. Chegámos á conclusão
de que não deverá passar muito tempo até que, numa bela noite, a dita obra de
arte seja “adoptada” por alguém que a levará para um sítio mais “digno”… de um
jardim privado.”
(Excerto da
carta de um grande amigo que, como eu, ama o seu país)
Não é a
primeira vez que aqui me insurjo contra o estado a que o nosso Estado deixou
chegar a capital. Falo de Lisboa, onde resido, mas podia subir a Coimbra e ao
Porto e detectar os mesmos defeitos.
É uma pena
que se deixem chegar certos monumentos a uma tal degradação. É que um roubo
ficaria logo justificado, se as fontes fossem "viver" em locais onde
a sua manutenção estivesse assegurada.
Senhor
Presidente Medina, passe pelo Rocio, a pé, e veja o que os seus municipes lhe
pedem. Salve o que resta de um passado que, ele também, conta a nossa história.
A
chamada Fonte Wallace compõe-se de uma série de obras de arte em
ferro fundido para embelezamento de praças e parques públicos, de grande beleza
e raridade, produzidas no final do século XIX.
O nome
deve-se ao seu idealizador, o filantropo inglês Sir Richard Wallace que doou
100 exemplares da Fonte à cidade de Paris em 1872 e, posteriormente, o fez para
outras grandes cidades pelo mundo afora.
Estas
fontes foram fundidas na década de 1870 pela fundição Val d’Osne, em França, e
o seu escultor, Charles Lebourg, captando o espírito de sua época (o período
romântico francês), fez representar, através de quatro belas cariátides,
algumas virtudes eternas: a Bondade, a Caridade,
a Sobriedade e a Simplicidade. Sobre um pedestal destacam-se,
pois, as quatro delicadas estátuas femininas, trajadas em vestes gregas, que
sustentam uma cúpula.
HSC
6 comentários:
Certos autarcas (e seus acólitos) parece que têm horror ao belo e a tudo aquilo que representam. Estão empenhados em substituir o que de mais antigo e bonito temos por trastes modernos, sem qualquer estética. É ver o centro de Guimarães, o Toural, como aquilo ficou, não há um vimaranense que o aprecie. No Porto, ocorre-me o Palácio de Cristal, cuja soberba paisagem atrai cada vez mais turistas, está negligenciado de forma inexplicável!
Se os cidadãos se manifestassem mais... está visto que sem cidadania activa não vamos a lado nenhum!
Maria
Eu também não me conformo!Podemos fazer alguma coisa?
Que tenha um bom fim de semana - está quase a chegar!
Margarida Palma
... pelo Rocio...
Gralhas
Subscrevo totalmente as suas palavras.
O que interessa é construir Hotéis…
Uma profunda decepção pelos autarcas
que dirigem certas C.M.!!!
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
Políticos, está tudo dito!
Promessas eleitorais e apenas isso.
Decoro e honestidade de carácter, muito poucos.
Um bom fim de semana.
Parabéns pelo novo livro.
Boa saúde e disposição.
Ana Cortez
Andando eu à procura de algo que confirmasse que esta fonte, em Lisboa, é uma "Wallace", deparei-me com o seu blogue. Por momentos, acabei por esquecer ao que andava e fiquei-me por aqui, largos minutos... Quando regressei à minha pesquisa inicial, reparei que a sua publicação tem a mesma data que uma outra minha, sobre uma Wallace, mas em Zurique! E foi aí que comecei a comparar as minhas fotografias, com os nossos textos, e vi que a de Lisboa só à primeira vista é que uma Wallace! A descrição em nada se assemelha com a que existe em Lisboa. Será que estamos perante uma réplica? Então, porque figura com esse nome, em todo o lado, mesmo nos sítios relativos às Wallace? Numa coisa, concordo consigo: seja ou não original, é uma pena o estado (terminal) em que se encontra...
Agradeço, desde já, uma eventual resposta!
Judite
https://asfontesdaminhavida.blogs.sapo.pt/fonte-wallace-lisboa-336915
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