Não sei se os políticos que aceitaram a quota dos 33% de mulheres no poder, vão ou não, às compras para a casa. As outras - as pessoais - acredito, cada vez mais, que vão com prazer, numa aproximação ao modelo tradicional feminino, do qual nem se dão conta.
Mas, admitindo que o supermercado e a praça possam ser do seu conhecimento, fico surpreendida que não falem do altíssimo preço que hoje atingem os produtos alimentares, nem da vergonhosa parcela de bens importados. Porque, se vão às compras, certamente já terão visto que Marrocos vende feijão verde duro que nem corno, pelo dobro do nacional, que as bananas da Colombia substituíram muito mal as nacionais e que os nabos atingiram preços inadmissíveis. O que até é chocante, porque a nossa produção de nabos deve ser das maiores da Europa e isto só para falar do velho continente...
Pergunto a mim mesma se o aumento do consumo privado, de que tanto se fala na salvação da economia nacional, não verá o seu valor um pouco diminuído, face a este aumento de bens importados.
Torna-se muito cansativo, hoje em dia, abastecer a dispensa. Porque, quem como eu, que só em desespero de causa, compra produtos importados a preços impraticáveis, o tempo que se perde é incalculável. São voltas e voltas às bancas para encontrar frutas e legumes portugueses e, na maior parte dos casos, a procura torna-se infrutífera, dado que nem sempre os encontramos.
Não sei se é o dinheiro que a geringonça diz ter devolvido, se é a fraca remuneração da poupança, ou se é o aumento, em flecha,do turismo, que explicam esta situação. Mas que ela contribui para que o nosso dinheiro desapareça num ápice e valha cada vez menos, disso não há muita dúvida. E não é preciso sermos economistas para nos darmos conta deste facto. Mas, talvez seja preciso ser-se nabo, para ignorar esta situação...
HSC