domingo, 25 de janeiro de 2015

Escolher


Já aqui tenho dito que, no mais recôndito da minha alma, há um lado germânico que não sendo particularmente atractivo me tem, contudo, permitido conciliar o verso e o reverso da medalha da minha vida.
Não sei viver na indecisão, porque ela arrasta consigo um conflito para o qual não me sinto habilitada. Assim, sempre preferi escolher, apesar de saber que a escolha implica prescindir de algo. Algo que será "quase" tão importante como a escolha feita.
Será isto uma expressão de fortaleza anímica? Nuns casos, poderá ser. Mas noutros, é apenas a via mais fácil, já que a dúvida pode ser - e no meu caso é - intolerável, apesar do adágio popular dizer que "a esperança vale mais do que a realidade".
Nem sempre fui assim. Ou dito de outo modo, precisei sempre de optar, de distinguir entre o que queria e o que não queria. Só que as minhas escolhas eram fortemente marcadas pelo impulso. Um divórcio e uns anos de análise com um médico notável, fizeram-me descobrir esse tal lado germânico e, com ele, uma disciplina interior à qual devo muito daquilo que sou. E que, confesso, sem qualquer modéstia, gosto de ser.
Hoje, escolher de forma tão livre quanto possível - nunca o somos totalmente -, é não só uma necessidade, como uma característica que passou a estar inscrita no meu ADN. Muitas vezes digo que, se face a uma situação não sabes o que queres, tenta, ao menos, definir o que não queres. Porque isso já é meio caminho andado para tomares uma decisão.
Não somos habituados, desde pequenos, a fazer escolhas, a ter isto mas não ter aquilo. Pelo contrário, a maioria dos pais só pensa em satisfazer as múltiplas vontades dos seus rebentos, apesar dos muitos sacrifícios. O fenómeno Violeta é, para crianças e adolescentes, uma boa prova disso, quando se gastam, com muita dificuldade, trezentos euros para dar lhe vazão ...

HSC

38 comentários:

Maria Isabel disse...

Se o nosso primeiro ministro meditar no fenômeno violeta amanhã sobem Os impostos. Afinal as famílias vivem muito bem! Abono, saúde gratuita ,educação gratuita? Se há dinheiro para ir ver a violeta!

Miniaturasconsigo disse...

Concordo plenamente. O meu descendente, a propósito do que ouviu os pais das muitas crianças que estavam à espera para ver o espectáculo, perguntou me se eu também faria tudo por ele. Respondi lhe que sim. Que se dependesse de mim não lhe aconteceria nenhum mal, não passaria fome, viveria num ambiente com conforto mas, fazer sacrificios para o levar a um concerto, que isso não faria. Dada a sua tenra idade, 9 anos, aceitou a explicação como lógica. No futuro, espero que ele mantenha esta aceitacao do que é razoável.
Para a Sra Dra Helena Sacadura Cabral, um muito Obrigada pelas Suas orientações, conselhos, lições tenho tirado das suas partilhas. Admiro a muito.

Isabel Mouzinho disse...

Completamente de acordo consigo Helena. O fenómeno Violeta é apenas um caso extremo daquilo a que assisto todos os dias. Hoje, os meninos (quase todos) são habituados a ter tudo o que querem, nem que para isso os pais tenham que empenhar sabe Deus o quê ou mesmo passar fome.
Gastar trezentos euros num espectáculo, ou até um pouco menos parece-me um absurdo, até para quem pode.
Mas infelizmente hoje o ter sobrepõe-se inteiramente ao ser...

TERESA PERALTA disse...

Tem toda a razão Helena.
E assim se vai contribuindo para a formação de seres permanentemente insatisfeitos, insensíveis, de um egoísmo atroz, e que "in extremis" chegam a apresentar graus de delinquência acentuada.
Os pais, esses, dormem agora mais descansados, porque cumpriram a "obrigação" do momento….

Beijinho para si e boa semana.






Virginia disse...


Para escolher é preciso estabelecer prioridades e é isso que a maioria dos pais evitam. Lembro-me de o meu filho mais velho ter tido um dilema quando tinha uns 13 anos: ou ia a um campo de férias ou ia com as tias à Andaluzia. Não quis influencia-lo. Ele apresentou-nos um papel em que tinha escrito prós e contras de cada uma das alternativas. Acabou por ir ao campo de férias :)

Anónimo disse...

Não compreendo os pais que fazem estas coisas, mas creio que (para muitos) será uma forma de compensar a ausência e falta de atenção que dão aos filhos.

Dalma disse...

Quanto ao " fenómeno" Violeta eu só me pergunto, onde está a crise?
Quanto ás escolhas, habituei os meus filhos a ter isso em consideração e hoje metade dos meus netos também é assim educado!

Miss Smile disse...

Também eu sinto que tenho esse lado germânico fortemente enraizado. Revejo-me nas suas palavras e também eu vivo bem com esse meu lado. O roteiro da nossa vida é determinado pelas escolhas que fazemos. Tento incutir este princípio aos meus netos, que optar por uma coisa significa sempre abdicar de outra.

Anónimo disse...


Bom dia Helena!
Ouvi, pais a dizerem que gastaram 800/1000 € só para os filhos verem a Violeta, que se o faziam era porque os filhos mereciam.
Todos os filhos merecem, mas à que ver a onde vai racionalidade dos pais, acho incompreensível tal despego ao montante gasto.
Será que todos os pais que estavam ali, serão todos ricos?
Não creio, leva-me a pensar que muitos, deram um passo maior que a perna.
Existem muitos portugueses, que estão a passar pela crise, mas alguns deles estão metidos nela, por sua culpa.
Aprendi, com os meus pais a conter-me com os gastos, sendo eles pessoas de origem humilde, só compravam o que pudiam, ainda conseguiam fazer algum mealheiro, para possiveís contratempos.
É essa a educação, que já incuti na minha filha.
Com os seus 3/4 anos já me perguntava, o que era barato, não lhe faço todas as vontades, é preciso saber dizer não.
Fala na sua análise, acho que todas as pessoas deviam passar por esse processo, hoje compreendo o quanto importante é nas nossas vidas.
Há 2 anos, era totalmente diferente do que sou agora, infelizmente muitos não a podem fazer devido aos custos, outros desconhecem que existe.
Penso, que devia existir nos centros medicos, hospitais esse tipo de apoio, como diz Coimbra de Matos, é preciso limpar os gases tóxicos, limpar a chaminé.
O poder da cura pela fala resulta, acima de tudo leva-nos a compreender melhor o nosso "eu" e o outro.

Carla

Fatyly disse...

Inteiramente de acordo. Fui criada e educada "com escolhas sem nins", eduquei e criei as filhas conforme pude dizendo-lhes sempre a razão do "não", a fazerem contas etc. e tal.

Portanto eu e os meus em nada contribuímos para a "crise actual" na qual acrescento a "crise de valores e ética e educacionais".

"quem pode «, pode, mas quem não pode arreia" julgo eu de que...!

Anónimo disse...

Bom Dia Helena!

Eu então penso, que se os pais gastaram esses valores para dar o gosto aos filhos, era porque o tinham.
Fiquei satisfeita de ver que ainda existe algum poder de compra e de realização pessoal nas famílias. Chega de miséria e tristezas. Com muita consideração,
Helena Mota

bea disse...

Pronto. Toda a gente por aqui educa muito bem e escolhe, sem indecisões, o que considera melhor; ensina a aceitar as frustrações e os filhos e netos vão sair adultos "au point", salvo se degenerem.

Vou passar o fenómeno Violeta à frente por me parecer que há umas influências pouco subreptícias da sociedade em geral, a incentivar este género de gostos e também porque desconheço a garota - quer dizer ontem vi-a num telejornal, mas não deu para formar grande opinião.

Ora eu sou às vezes uma indecisa assumida. Com toda a carga psíquica que o estado pode comportar. E não é tão pequena assim, na verdade. Não o sou muitas vezes. Apenas quando o sofrimento dos outros -os próximos, de quem gosto ou a quem devo qb - resulta das minhas decisões. Ou quando duvido que o meu bem seja para mim mais importante que o bem deles (em caso de colisão de interesses bem entendido). No resto, decido como toda a gente, com o meu lado português e despachado. Não preciso de fazer listas de prós e contras, nem apelar a um lado alemão e pragmático que tb possuo mas é nítido português e por isso, às vezes, até um bocadinho bruto e sem cerimónia. Não tenho especial orgulho nele nem o desamo, habita-me como outra qualquer parcela de mim.

Quanto à análise...as generalizações não são o meu forte. Admito haver momentos em que pode ser necessária a algumas pessoas. Discordo que seja essencial a todos. Por muito que os psiquiatras e afins pudessem ter, assim, emprego vitalício.

Acho imensa piada a quem afirma isso de haver consultas psiquiátricas para todos. A psiquiatria é das especialidades mais caras que conheço; não apresenta resultados rápidos (o que até se entende), como poderia estar ao alcance de qualquer um?! A análise existe para quem se dá ao trabalho e à despesa de se querer entender a si mesmo. E não é, definitivamente, acessível à maioria dos portugueses que têm preocupações e necessidades básicas suas e familiares por satisfazer e mais em que pensar do que nesse entendimento profundo de si mesmos. O qual nem sequer lhes vem à ideia.

Na verdade as pessoas não vivem todas no mesmo mundo; ele é e não é o mesmo.

Boa Semana

Helena Sacadura Cabral disse...

Bea
Não generalizo nem pretendo dar lições a ninguém. Cada um faz as escolhas que entende. E que pode.
Eu preferi pagar a um analista para me conhecer melhor e com isso tentar perceber o meu mundo e o dos outros.
Foi um período de grandes sacrifícios para ter esse benefício. Há quem prefira gastar o dinheiro - se o tiver, como diz - a comprar cremes ou toillettes. É um direito que assiste a todos, o de fazer as escolhas que entenda. Como há pessoas que permanentemente se queixam e outras que o não fazem, apesar de terem razões para isso.
Como diz "Na verdade as pessoas não vivem todas no mesmo mundo; ele é e não é o mesmo".
Se todos fossemos iguais o que seria do amarelo, como se diz na minha terra...

Helena Sacadura Cabral disse...

Helena Mota
E está no seu direito de entender que ainda bem que há esse dinheiro para ser gasto.
A minha dúvida era outra. Era saber se aquele espectáculo justificaria aquele gasto...
Para si, sim. Para mim, não!
É esta diferença de pontos de vista que faz a riquesa do mundo que nos cerca!

Anónimo disse...

Lembro-me da febre que foi a banda Backstreet Boys e que muitos jovens também se entusiasmaram imenso.Como fenómeno cultural para que desde jovens comecem a apreciar música,tudo bem.O que posso não gostar tanto é o fazer por fazer sem um motivo razoável.Dar por dar ou fazer as vontades todas,assim como gastar o que não se tem e que poderá fazer falta,a meu ver está deturpado.
Sempre que pude e eles mereciam levei-os a concertos,ao teatro,museus,autódromo,praia,campo,livrarias,oceanário,viajar,a instituições de solidariedade,etc.
Adoptei um sistema que era ir nem que fosse uma vez para poder ter uma opinião,e surpreenderem-se.
Hoje não me arrependo pois são uns adultos fantásticos.
Dar tudo a uns pode estragá-los a outros não.A personalidade é um universo imenso por descobrir.
Há uma linha central em tudo,e lá diz que "no meio é que está a virtude."
Cumprimentos dra Helena.
Sara

Maria disse...

Se os pais tinham dinheiro para aqueles valores, muito bem; se não tinham, também muito bem porque alguém há-de pagar. Ou muito me engano ou este é o raciocínio mais em voga actualmente.

Maria do Porto disse...

Também eu fiquei escandalizada com os preços gastos por algumas famílias, para este concerto.
Os filhos merecem tudo? Sim, mas não isto, sobretudo quando alguns sacrifícios foram feitos descurando outras despesas bem mais importantes,
São estes pais que dizem não poder levar os filhos ao dentista porque custa 60€! São estes pais que dizem não poder comprar mais um livro de exercícios para o filho estudar, porque já gastaram no início do ano 200€ com livros!
E é vê-los nas ruas a protestar, dizendo que vivem mal...
Sim, há quem esteja a passar mal, mas NÃO eles!
Deveriam ter vergonha na cara, dizerem estas barbaridades, mostrando a cara, todos satisfeitos com a quantia dispendida. Ao menos os vizinhos vão saber que os seus filhos tiveram a oportunidade que os filhos deles não tiveram. São tão "importantes", lá na rua......

bea disse...

Helena,

não me referia ao post. Não poderia, de resto. Porque, como muito bem frisou, apontou apenas o seu caso pessoal. E cada um efectua a sua economia doméstica como pode, sabe e quer (alguns apenas como podem porque não lhes é dada a escolha entre cremes +roupas/psiquiatra - usam cremes nívea ou afins e compram nos saldos o que podem comprar e lhes faz falta, que, como sabe, não dá para pagar a um psiquiatra senão meio segundo do seu tempo, talvez; um minuto, vá.
Na verdade escrevi depois de ler o comentário das 11:09 com o qual até concordo em grande parte.

O amarelo é uma cor linda. Mas o mundo (nós, homens) podia e devia ser mais o mesmo. Não é uma questão de cor mas de justiça social. Uma coisa é a diversidade desejável e outra muito diferente a injustiça humana que abisma alguns homens, quando devia abismar-nos a todos. Não pode haver respostas se não há pergunta.

Anónimo disse...

Bea

"Não pode haver respostas se não há pergunta."
Aí pode,pode!
Miguel

Anónimo disse...

Pin gosta da cor violeta.Todas as crianças deviam ter direito a espectáculos de música e entretenimento sem ser preciso pagar tanto.
A felicidade ás vezes custa tão caro...
Pin gosta de ver as crianças felizes.Só não sei se a Violeta é um bom exemplo.Não vi nem conheço.
Violetas par si Dra HSC.
Pin

Anónimo disse...

Foi mesmo lamentavel o que se viu á volta do concerto da violeta.

Claro que levar crianças a ver concertos, aquarios, zoo, etc , não faz mal nenhum, pelo contrario, recomenda-se !!
Tambem achei que o preço de 35 euros de alguns bilhetes, fosse o preço normal, não é barato, é normal.

O ridiculo começou quando se percebeu que grande parte dos pais, não tinham pago 35 euros, mas sim 350, 500 euros por bilhete, sem contar que as crianças não vão sozinhas, logo há no minimo 2 bilhetes para comprar.

Mais grave ainda foi os país dizerem com muito orgulho que os seus filhos tinham faltado á escola para estar ali, e pior, vi uma mãe a dizer que a sua criança tinha faltado a um exame na escola !!!! E dizia isto com grande naturalidade.

Mas mesmo o mais grave de tudo, foi estes país afirmarem alto para fazerem crer a si e as crianças, que aquilo é uma prova de amor.
Que é assim que são feitas as provas de amor, faltando á escola e comprando bilhetes caros. Como se o amor tivesse alguma coisa a ver com isto.


2w

bea disse...

Não, Miguel, não pode. A frase tem o sentido do espanto inicial aristotélico; se ele não acontece, não perguntas e nem coisa nenhuma. Pensar começa numa admiração. Não é um fenómeno tão bonito?

maria isabel disse...

Um criança de 8 anos ir vestida de violeta à primeira comunhão é uma prova de amor? Os filhos merecem tudo menos uns pais assim eu então fui uma péssima mãe.

Anónimo disse...

Talvez, só talvez, levar uma criança a algo que ela queira imenso, que ela ame não faça assim tão mal.

Talvez, só talvez, o facto de se fazer ou dar algo a uma criança em nada terá a ver com as suas opções, hábitos ou condição futura.
A educação, meus caros, não é algo de "hoje" e acaba aqui, a educação é algo que se constrói.

Imaginemos uma familia que tenha poucas posses, cujos filhos ouvem muitos "nãos", sabem que a vida é dificil, aceitam perfeitamente o facto de não puderem viajar como gostariam, aceitam o facto dos pais não lhes puderem dar grandes prendas, não terem roupa de marca. Aceitarem que os pais dão o melhor que podem e não lhes falta nada de essencial. Agora imaginem estes pais a fazerem um sacrifico, a darem uma prenda de natal ou de anos, a darem uns 35€ ou 50€ por bilhete para poderem proporcionar aos seus filhos, aqueles que sabem o que a vida custa, alguma coisa espectacular, que jamais irão esquecer. Acham realmente que esse concerto tornará as crianças egoistas ou será que as fará felizes? Será que conseguirão aguentar melhor todos os outros "nãos"?

É que aquilo foi somente um concerto. Se falamos dos pais que (podendo ou não) enchem as crianças com iphones, ipads, ipods, que nunca têm tempo para eles e os deixam com os brinquedos caros, aqueles cujos filhos são mal-educados, rudes e desrespeitosos e ainda recebem o que querem, aí concordo que estamos a educá-los para o "ter" e não o "ser". E acreditem que esse flagelo é bem maior nas familias com mais posses do que naquelas com menores posses.

Agora comentarem que não deveriam haver livros gratuitos nem escola gratuita porque meia dúzia com dinheiro pode ir ao concerto revela realmente o nível de inteligência, cultura e conhecimento de quem aqui vai comentando. Não dá para argumentar seriamente com quem acha que isso deve sequer entrar no baralho. Entre outras coisas, é por essa mentalidade e por outras do género, que nos encontramos nos piores nos rankings europeus e mundiais (como o PISA).

Anónimo disse...

Ps: Gostava de saber de quantos que por aqui se indigam, são aqueles que gastam balúrdios em bilhetes para o futebol, que jantam várias vezes por mês fora ou o gastam diariamente em cafés, lanches e lanchinhos.


Dava muito jeito perceber quantos não se sobreendividam precisamente para ter esses hábitos mas aí não há problemas porque são adultos. Mas as crianças também sofrem. Elas não interessam não é? O egoismo dos pais não tem problema mas pensar um pouco nos filhos pode ter.


E quero deixar bem claro que não concordo com a teoria de dar tudo às crianças ou com falta de regras ou de "nãos". Mas aqui parece-me simplesmente uma conversa de moralistas sem noção nenhuma da realidade e sem qualquer motivação para o equilibrio.

Anónimo disse...


Bom dia Helena!
Permita-me algumas palavras, talvez não me tenha explicado bem, quando falei da análise.
Compreendi, perfeitamente a resposta da bea que se referia ao meu comentário.
Quando me referi que as pessoas deviam passar por esse processo, claro que não são todas.
Mas sim, quem precisa de ajuda, existem muitas que precisam, se não existiriam as tragédias ( feitas por quem está fora de si) que se passam no nosso país e fora dele.
Falo, particularmente do meu caso procurei a análise, porque estive 1 ano em profunda depressão, devido a uma perda repentina de uma pessoa significativa, na minha vida.
Ter procurado ajuda, foi um lufar de ar fresco, um alivio, partilhar a minha dor, a minha falta com alguem treinado para esse fim, fez-me renascer.
Saber viver, alem da dor é um percurso construtivo, hoje sei viver além da dor, descobri novos horizontes na minha vida. Sigo com ajuda, porque todo o processo lento, é caro sim, mas não tenho vicios, não fumo, nem sequer bebo café, aposto na minha sanidade mental. Foi uma decisão que não me arrependo, só tenho pena que algumas pessoas que não tenham acesso a esta ciência.
A minha madrinha, perdeu o seu unico filho há 7 anos, a sua vida deixou de ter sentido .
Creio, que se fosse acompanhada por alguem especializado, talvez a vida dela fosse diferente, com mais animos. E não fosse entupida de psicotrópicos por o medico de familia, que não curam, mas mascaram o mal.

Carla


Anónimo disse...

Eu estava a pensar em comentar... Mas não há palavras para tanto disparate !
Além do mais, estes pais educam e falam num código que confunde tudo: poder de compra e futilidades substituem , com muita pompa e estrilho, valores, afectos e escolhas.
Os vendedores de disparates sabem isso muito bem e tiram partido, pois claro!

Helena Sacadura Cabral disse...

Caros comentadores
Algum de vós gostaria de ter a Violeta como filha?
Se sim, então o meu post só os irritará. Se não, então talvez perceba que um bom espectáculo de ballet seria uma alternativa.
De qualquer modo a Violeta não é só um concerto. É uma parafernália de objectos e de roupas, uma forma de vida. Quem gosta alinha. Quem não gosta tenta fazer perceber que há outros caminhos para dar prazer e cultura aos filhos.
Mas isto é só a minha opinião.Vale o que vale, ou seja o mesmo que qualquer outra!

Anónimo disse...

Nem mais!Cada cabeça sua sentença...
É tudo uma questão de escolha.O que para uns é bom,para outros é mau e assim sucessivamente.Já estou como diz o outro,do mal o menos.Antes os pais levarem as filhas para ver a Violeta do que para o "quarto ao lado" ou deixarem-nas ao deus dará.Não quero com isto dizer que sou pela Violeta.Na vida há escolhas boas,assim-assim e más.É preciso ter sorte nos país e nos filhos,e,muitas vezes as escolhas podem influenciar ou não.
Aquilo que plantares,colherás...

Anónimo disse...

Bea
Penso,logo admiro-a!
Um afago ao seu ego.E está um dia de sol tão lindo!Gosto tanto de amarelo.
Miguel

Anónimo disse...

Alguém gostava de ter como pai o ex ministro da cultura,professor catedrático que trata alegadamente a mulher á frente dos filhos como se diz?!
Mil vezes um cabeça oca que leve os filhos a ver a Violeta.Que não acrescenta nada,mas...
Isto vale o que vale,porque até á condenação há a presunção de inocência.Mas que é um mau "espetáculo" é!
MJ

Anónimo disse...

Anónimo 01:04

Se não sabe há isenção para pessoas carenciadas nas escolas,nos livros e na saúde.
Se gastam neste tipo de eventos como nos adereços é porque têm.Se calhar preferem privar-se de outros bens essenciais.São escolhas.
A minha opinião guardo-a para mim para não ferir susceptibilidades.
Cada um que se "alimente" do que gosta.
Mas que tive um Inconseguimento,tive,com algumas declarações.
ST

Anónimo disse...

A cada "tempo"o seu "artista" de circo.
http://youtu.be/QDmu3UpDtZE
Marisol,Pipi das meias altas,etc.Hoje é Violeta,Justin Bieber,Miley Cyrus,etc.
Joana

Anónimo disse...

27 de janeiro de 2015 às 01:07


Há uma diferença entre dar 35 euros para ir ver a Violeta ( o panda, etc)
ou dar 350 euros, 500 euros por cabeça.

Há uma diferença entre comprar bilhetes pela internet (5 minutos)ou estar 15 horas á espera numa fila.

Há diferença entre não deixar os filhos faltar á escola (excepto por coisas graves) ou deixar que eles faltem para ir a um concerto ou ao cinema.

Mas principalmente há diferença entre amar e dizer que comprar coisas é sinonimo de amar.

Isto não é moralismo, é bom senso.


2w

Correia da Silva disse...

riqueza , e não riquesa.
Patrióticos cumprimentos.


Anónimo disse...

Concordo em absoluto! E o que mais me impressiona é o nível de exigência aos pais. Que (estupidamente) tudo lhes dão. Que pessoas serão estas que nunca leram um livro na vida e vivem de Ipod's ou Ipad's em punho, com a conivência e complacência dos pápás e mãmães? Monstros. Andamos a criar monstros...
Tenho ainda a dizer que a admiro muito, à sua lucidez e perspicácia que transparecem. Certamente por outras tantas qualidades mais íntimas, mais suas. Desejo-lhe tudo de bom. Paula Vasconcelos - Funchal

Helena Sacadura Cabral disse...

Errata
No estrito cumprimento do meu dever, aqui clarificado por Correia da Silva, corrijo:
"riqueza" e não riquesa como escrevi.
Abençoados os meus leitores que não permitem que eu caia em desgraça ortográfica!

bea disse...

Miguel
:)
ninguém passa a admirar ninguém por três linhas de texto (além do que, posso mesmo ser o contrário do que afirmo). Portanto, é bem capaz de estar a admirar uma ideia. A qual, partindo das minhas palavras, é apenas sua. De forma indirecta estará auto admirando-se:)

Mas sim, faz bem, ao ego. Na mesma.