"Não é preciso muito tempo para compreender que o novo governo de Alexis Tsipras pretende levar a Grécia a abandonar a zona euro, não hesitando em fazer exigências que os europeus não podem cumprir. Esqueçam as declarações piedosas, o que interessa é o que se faz. Na primeira semana de actividade foram tomadas decisões que já impossibilitam o cumprimento das metas acordadas com os credores. A Grécia recusa-se a negociar com a troika, ameaça torpedear as sanções europeias à Rússia e, cereja em cima do bolo, aprovou um salário mínimo que torna impossível a assinatura de empréstimos europeus por vários países onde os salários médios são muito inferiores. As pessoas já se esqueceram, mas um governo eslovaco foi derrubado num resgate anterior à Grécia.
O problema do Syriza é que três em cada quatro eleitores dizem estar contra a saída da zona euro. A única maneira de atingir o objectivo é convencer os europeus a empurrarem a Grécia . O governo grego dirá que defendeu os interesses do país e a culpa tem de ser atribuída com clareza aos europeus, incluindo os do Sul, que obviamente recusam a ideia peregrina de serem arrastados para uma renegociação quimérica da sua dívida, algo que nem os gregos querem fazer.
Do ponto de vista de Atenas, sair do euro permitiria não pagar a maior parte da dívida. O dracma sofreria uma brutal desvalorização e o governo nacionalizava a banca ou, no mínimo, controlava a saída de capitais. Haveria inflação, mas é preciso não esquecer que Tsipras lidera um partido radical de esquerda, pelo que, recuperada a soberania monetária, seria possível aplicar um programa de nacionalizações e de expansão da despesa. O parceiro de coligação, um partido ultra-nacionalista, não foi escolhido ao acaso, mas por ser o único que poderia concordar com uma estratégia anti-euro. Em relação aos europeus, a situação não é tão clara, mas há vários países que provavelmente não se importam com a saída, haverá até quem deseje esse resultado, de preferência depressa. Assim, o único elemento que em negociação é a ajuda europeia crucial para que tudo isto possa funcionar."
(Luis Naves no Delito de Opinião)
Neste momento todas as visões são possíveis. Esta é uma delas. Pessoalmente julgo que a Grécia se voltará para a Rússia. É outra óptica e Putine já se pôs a jeito. Veremos, daqui a um mês, com que dinheiro se vão pagar as alterações já feitas internamente. Nessa altura começaremos, talvez, a compreender qual o caminho escolhido.
HSC
(Luis Naves no Delito de Opinião)
Neste momento todas as visões são possíveis. Esta é uma delas. Pessoalmente julgo que a Grécia se voltará para a Rússia. É outra óptica e Putine já se pôs a jeito. Veremos, daqui a um mês, com que dinheiro se vão pagar as alterações já feitas internamente. Nessa altura começaremos, talvez, a compreender qual o caminho escolhido.
HSC
8 comentários:
No problem! O clube Bilderberg há- de forjar alguma solução! Afinal são ou não são os donos do mundo?
Fernanda
Como diz temos que esperar.
Quando um povo chega a um grande
desespero, como o grego, deixa de
raciocinar com lógica!!! Para
mim o povo grego de há muito que
é vítima da actuação dos políticos.
Virá a sofrer ainda mais? Talvez!!!
Vou seguir o que por lá se passar
e aqui chegar, com alguma verdade.
Bj.
Irene Alves
Putin! Eu troco a Grécia pela Ucrânia ....
n391111
Telepatia?
Sendo assim, já não comento, apenas me sinto na obrigação, de subscrever o comentário de Fernanda.
Divertem-me estes pessimismos! Vão na linha do governo. A indignidade em que os gregos viviam até há pouco não incomodava os mesmos que hoje manifestam reservas a este governo, ou melhor, lhe desejam a pior das sortes. Dá-me para sorrir.
P.Rufino
Quem não paga o que deve são os caloteiros.O futuro dirá.
André
Caro Rufino
Da minha parte não cultivo pessimismos. Nem apoiei o governo que nos calhou. Foram os portugueses que o escolheram e podem daqui a meses escolher outro.
Oxalá a Grécia, o povo grego, consiga resolver todos os seus problemas. Para isso só tem duas soluções: ou convencer a Europa ou virar-se para a Rússia.
São os gregos que devem decidir o seu destino. Não os outros por eles. É a isso que se chama de independência.
Tudo muito esquecido e acomodado é o que é. Uma pena.
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