domingo, 21 de setembro de 2014

Mexia e o divórcio

Hoje uma amiga telefonou-me a contar que se ia divorciar. Ultimamente, não sei bem porquê, divórcios e mortes é o que mais tem acontecido, aqui pela vizinhança. Espero que não seja pela crise...
E eu, para a consolar, só me lembrei desta frase, que penso ser do Pedro Mexia, que passo a citar:

“Quando alguém desaparece da nossa vida, podemos argumentar que se tratava de uma pessoa desinteressante, desleal, dispensável. Mas isso, a ser assim, talvez também se aplique às pessoas que ainda estão nas nossas vidas. E a nós, que estamos nas vidas delas."

Não sei se fui eu, ou ele, Pedro Mexia, que fomos úteis. Mas, o facto é, que, na ausência de palavras minhas mais eficazes - não sou especialmente boa nesta matéria, embora talvez devesse se-lo -, esta bela exortação pareceu te-la deixado mais tranquila... 
Há dias assim, em que o melhor discurso, é sempre o dos outros. Até eu fiquei convencida!

HSC

9 comentários:

TERESA PERALTA disse...

E, saber escolher as palavras certas na hora certa, também não é para todos…
Beijinho :)

Virginia disse...

Não compreendo muito bem a frase de Mexia. Não acho que as pessoas desapareçam das nossas vidas, elas continuam lá ou cá, tornam-se é menos um foco de atenção da nossa parte ou da deles. Não se deve consolar as pessoas por se separarem, mas aceitar os seus argumentos, sem nunca apoiar o que dizem ( de mal) dos seus cônjuges, pois a reacção pode ser adversa.
Mesmo muito magoados, amamos quem nos fez mal e custa ouvir terceiros a opinar sobre o que é só nosso.
Aconteceu-me isso quando me separei e fiquei a odiar quem disse mal do meu marido, pois mal o conheciam e nem sequer lhes pedi que o fizessem.

A separação é um processo longo, mas pode levar a uma redenção, amizade, presença e sobretudo, a certeza de que temos ali alguém que nos apoiará se precisarmos....

Ainda hoje almocei com os meus dois filhos e o meu ex-marido. Tudo na maior. Felizes.

CF disse...

Mexia fala muito do assunto. Se não leu, experimente "Nada de dois". Interessante, vale a pena conhecer a perspectiva...

Um beijinho.

Helena Sacadura Cabral disse...

Virgínia
Julgo que a base de Mexia é outra. É que quando alguém sai da nossa vida, essa saída respeita sempre a dois lados. Não a um só!
E se há casos, em que a dor da ruptura se transforma num sentimento diferente - sei do que falo -, outros existem, em que isso não acontece. Nem sequer a dor da perda desaparece pelo facto de se aceitar a situação. Apenas, também ela, se transforma.
No caso desta amiga só não entendo é como ela "aguentou" 30 anos. Nem os próprios filhos entendem.
Talvez seja essa espécie de dualidade que Mexia enfatiza. Creio eu, que a entendi assim.

Helena Sacadura Cabral disse...

Conheço sim CF. E às vezes Mexia lembra-me o MEC do meu tempo, quando ele ainda não tinha encontrado a Maria João, o seu anjo da guarda!

Dalma disse...

Na minha opinião é tolice amar quem NÃO NOS AMA, tal como acho que o amor entre humanos não deve ser incondicional! O contrário só os Santos!!

Anónimo disse...

Nem de preposito.
Hoje estou muito triste com esse tema.
Este ano, entre casais jovens e menos jovens já conto com seis divorcios entre amigos, filhos de amigos e sobrinhos.O que é que se passa?
Será da crise? Sim também contribui. Casa onde não há pão... Mas nem todas as dificuldades são essas. Uns queixam-se de saturação, de lutas constantes por ajuda, por cumplicidade. Outros por falta de conjugação de interesses, ou por objectivos antagónicos. Outros ainda queixam--se de sufoco de falta liberdade, de tempo para si.
A necessidade de ir trabalhar para fora tambem foi um motivo.
Mas toda a vida houve dificultades, desencontros, momentos menos bons e foram ultrapassados.
Interrompe-se uma vida, uma historia de amor com a frase -Tenho o Direito a Ser Feliz. Muito bem, mas sabem explicar o que é a felicidade?
Sei que este é um assunto que preocupa muitos de nós. A Helena com a sua experiencia de vida defende certamente o divorcio, mas não sente que puderá ser diferente?
Hoje,vulgarmente, os casais não pensam em dar oportunidade, não ponderam nem um pouco.
Peço que me perdoe, mas puderia sentir-me convencida, esclarecida com a sua citação mas não estou.

Anónimo disse...


Helena,
a sua amiga teve a coragem de romper com um casamento de 30 anos, aguentou até já não puder, mas teve a determinação de seguir em frente e condições financeiras para o fazer.
Existem mulheres que vivem 40, 50 anos infelizes, vitimas de violência doméstica, mas sem meios financeiros para se libertarem de um casamento que nada têm de casamento!
Infelizmente conheço uma, sofreu tanto, hoje está no centro de dia devido a um AVC...

Carla

Anónimo disse...

Um divórcio, uma separação nunca são fáceis, mesmo nos casos de consentimento mútuo e sem rancor.
Quanto mais não seja, há sempre o desconhecimento do dia seguinte!

Cláudia