terça-feira, 2 de setembro de 2014

Donde venho


Perguntaram-me, há dias, "donde vinha". Achei graça à pergunta a que prometi responder. Não logo. Porque venho de muitos mundos, que preciso enumerar.
Venho do ventre materno. De um ventre que foi só meu durante nove longos meses. Venho da minha mãe, da sua carne, do seu instinto, do seu desejo. E dos do meu pai também. Do seu sopro de vida, no começo.
Venho dos pais dos meus pais, os meus avós. Sobretudo maternos, com quem cresci. Venho da Beira e do Alentejo, de onde eles eram naturais. Venho dos irmãos que me abraçam. Venho dos tios e dos primos com quem brinquei em criança e me ensinaram a rir. Venho dos filhos que alojei no meu ventre, como a minha mãe fizera comigo e a sua antes dela. Venho da casa dos amigos, onde passei noites e dias. Venho dos amores que tive, dos afectos que dei e recebi. Venho, enfim, de Ti que me deste, com amor, a vida que não pedi!

HSC

20 comentários:

João Menéres disse...

Maravilhosa resposta, HSC !

Melhores cumprimentos.

Anónimo disse...

Resumindo ... Vem do Amor. :-)
Bonito post.
FT

TERESA PERALTA disse...

A Gratidão é um modo de vida, uma virtude, característica das almas mais nobres. Ela fortalece a união entre Terra e o Céu, aqui simbolizada pela Árvore da Vida, em desenho e em linhagem.
(Hoje, a noite já vai longa!...)
Beijinho para si, querida Helena, com muitos valores e muitas bênçãos.

Fatyly disse...

Uma bonita resposta bem ao seu estilo. Gostei!

Um abraço

Unknown disse...

Linda oração!

maria isabel disse...

Doutora Helena
Pelo que me parece,veio da poesia da vida.
Lindo texto. Parabéns.
Bom Setembro

Anónimo disse...

perfeito!

Cláudia

Paulo Abreu e Lima disse...

Comovente, Helena.

(Também por isso - donde viemos - somos únicos)

Anónimo disse...


Tão bonito Helena!!

Carla

Virginia disse...

Maravilhosa prosa poética.

Só sei que nada sei sobre as minhas origens. Porque em parte vim de Goa, local remoto que nunca pisei e do qual ouvi falar toda a minha vida...tenho sangue asiático e europeu, uma mistura que me enriquece, mas também inquieta. Nunca senti pertença a determinados sítios, nem sequer a Lisboa, onde nasci.

E agora sei que estou aqui, mas por empréstimo....

Anónimo disse...

Lindissimo, adorei!
Vem do coração.
Beijinho
FL

Isabel Mouzinho disse...

Muito muito bonito, Hekena, e por isso tão tocante.
É por estas (e outras) coisas que a Helena é uma peasoa muito especial, de qiem eu acho que é impossível mão gostar. Muito!

Um grande beijinho
Isabel

Anónimo disse...

Excelente resposta! E já agora,para onde vai?!
Quem sabe não tenho a sorte de lhe dar um toque de mãos... :-)))
Soul Sculptor

Somente Eu disse...

Que bela definição! Não podia estar mais de acordo e tirando a parte da maternidade, se interpretar no sentido literal, identifico e sinto cada palavra! Por isso mesmo temos de agradecer ao passado, seja ele positivo ou negativo, pois é graças a ele que somos o que somos hoje!

Desejo-lhe a continuação de uma vida feliz e no em direcção ao melhor sentido!

Nuno

Anónimo disse...

Tanto lugar comum! Ninguém aqui tem a coragem de dizer que o 'rei vai nu'. Nem eu! Afinal, e com todo o respeito, vem de onde todos nós vimos.

Anónimo disse...

Tão bonito que comove!
Senti-me tocada no meu coração e nem sei dizer o porquê...
Obrigada pela vivência que senti.
Não é só de escritora, pois tem poesia...
Vmaria

Maria do Porto disse...

O quadro de Klimt que usou no seu post dá-nos a resposta. A pintura da " Árvore da Vida" significa a ligação entre o Céu e a Terra. E nós os mortais estamos por aí, entre o céu e a terra, entre a espiritualidade e os momentos mais terrenos...

Ailime disse...

E tudo se resumiu num maravilhoso poema cheio de grandes afetos num grandioso hino à vida!
Muito obrigada, Dra. Helena!
Abraço,
Ailime

Sandra disse...

Belo!
Beijinhos.

Clarissse Castro disse...

Helena
Aqui estou, outra vez a lê-la. Quase todos os dias o faço... com prazer...
Amei este seu texto, especialmente porque a minha filhota mais nova fará dia 13 dezoito aninhos... (criaturinha reservada, tímida...), poderei usar as suas palavras, no texto que lhe estou a escrever?
Ficar-lhe-ia muito grata, poder fazer 'minhas' as suas palavras...
Com estima,
Clarisse Castro