O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou
a defender hoje que a América precisa usar força militar limitada contra a
Síria para impedir futuros ataques de armas químicas, mas garantiu que não
queria entrar em mais uma guerra cara e demorada, um dia após os membros do
G-20 mostrarem profunda divisão sobre a questão. Enquanto isso, o secretário de
Estado americano, John Kerry, reúne-se com seus homólogos europeus na Lituânia,
numa tentativa de conseguir apoio para uma intervenção no país árabe.
Prometi não falar de política nacional. Mas esta notícia que tem ocupado os noticiários nacionais e internacionais é preocupante. Nunca fui obamista e discordo profundamente da posição acima expressa.
Parece que os americanos não aprenderam nada com o Iraque e se estão a preparar para uma guerra que trará trágicas consequências.
14 comentários:
Cara Helena:
Cumpre ordens e não é herói para recusá-las. Quanto ao Prémio, creio que dada a altura em que o recebeu, foi só o prémio da cor.
Raúl.
Os Americanos têm o belicismo no seu ADN. Isso já salvou a Europa duas vezes ( pelo menos) de ser destruída e dizimada por ideologias terríveis.
Mas por outro lado, os Americanos acham que receberam de Deus a missão de salvar o mundo, sobretudo contra os povos que possuem ou são condutores do ouro negro.:)
Obama é bem melhor que Bush, mas nenhum presidente dos EU é omnipotente e a pressão exterior dentro do país é fortíssima.
Não sei se politicamente está errado. É provável que sim, mas eles não sobrevivem sem estes momentos apesar das quedas, dos efeitos colaterais, das vidas que se perdem.
Cara Dalma
A História é que o irá julgar...
HSC, a resposta talvez fosse para a Virgínia pois eu há uns dias que ando arredada do blog. Coincidência, na próxima 4ªf aterrarei no país de Obama e nesse périplo de 25 dias também passarei por Washington... Vou assim ter a oportunidade de ler o que por lá se diz.
p.s.. Realmente o que a Virgínia escreveu também podia ter sido, em parte, escrito por mim!
Leio todos os dias este blogue.Hoje não posso deixar de perguntar.Qual é o próximo ditador que vai usar armas químicas?
Eu acho que não querem aprender...
Subscrevo o post e a preocupação.
Levou o prémio porque a patetice em que se vive neste mundo lho deu .
A taça da corrida antes da partida , com tantos a lutarem e a morrerem pela Paz
o comité pôs-se a brincar aos prémios .
Theodore Roosevelt (1858-1919) , 26º presidente dos EUA entre 1901 e 1909 , recebeu o prémio Nobel da Paz em 1906 por ter conseguido que Rússia e Japão chegassem a um dificílimo acordo de paz em 1905 .
Homem de grande cultura , escritor e estudioso das ciências naturais , anunciou desde logo que só “levantaria” o prémio no fim do mandato , se ainda o merecesse.
Era um exemplo que podia ter sido seguido pois vinha de um antecessor .
Mas este senhor tem outro estilo .
Vanity , all is vanity …
RuiMG
Um Post oportuno.
Quanto ás armas químicas, os rebeldes já as tinham usado contra as tropas governamentais e Obama, conhecedor disso, não os criticou.
Por muito que a situação na Síria seja preocupante e condenável, nenhum outro país tem o direito de intervir, militarmente, ali. Se tivesse existido da parte da Síria uma agressão a um país terceiro, aí as coisas seriam diferentes. Mas tal não sucedeu.
Obama e os EUA têm interesses estratégicos naquela região, que querem manter e defender a todo o custo.
Se esta situação se passasse, por exemplo, num qualquer obscuro país africano, Obama e os EUA, ou qualquer outro país ocidental nunca se preocupariam em ir até lá “salvar” as pobres das vítimas. As armas químicas se nesse caso tivessem sido usadas, continuariam a sê-lo, com mais ou menos indiferença ocidental, embora com algumas críticas palavrosas a esse regime africano.
Mas, no caso vertente, trata-se da Síria que, convém sublinhar, é um dos países árabes militarmente mais fortes do Médio Oriente (a par do Egipto, que vive hoje horas politicamente dramáticas). Uma vez a Síria tenha sido neutralizada, Israel, o aliado e gendarme dos EUA naquela região, fica praticamente sem obstáculos ou adversários politico-militares à sua volta. “Praticamente”, porque – ainda –existe o Irão. Que será, depois da Síria, o próximo alvo, sob um qualquer outro pretexto. Primeiro tivemos o Iraque, depois a Líbia, agora a Síria e de seguida o Irão. Esta estratégia tem vindo a ser planeada e executada friamente, despudoradamente e cinicamente pelos EUA (e Israel), com o apoio submisso da Europa.
Por fim, a arrogância norte-americana é tal que prescinde das N.U. Se, ao menos, o CSNU tivesse dado luz verde ao ataque americano (ou franco-americano, a França de Holande a prestar-se a esta agressão, o que é de lamentar), então haveria alguma legitimidade para esta agressão iminente. Mas não é o caso.
Por fim, julgo que a Palestina, uma vez esta estratégia se finalize, ficará ainda mais fragilizada, já que Israel poderá continuar a praticar tudo o que tem vindo a fazer, mesmo contra decisões das N.U, com mais á vontade. E julgo mesmo que as ínfimas chances que alimenta de vir um dia a ser um Estado independente, com a conclusão deste plano israelo-norte-americano, desvanecer-se-ão.
Enfim, Obama é mais uma das grandes desilusões americanas. Os EUA (e Israel) nunca mudarão. Embora possam parecer.
P.Rufino
Muito complicado!....
Também não concordo com uma intervenção militar contra a Síria, pelas implicações que daí poderão advir. Mas, como todos sabemos, esta carnificina já se mantêm há algum tempo e não podemos assistir a tudo isto “de cadeirão”.... Como controlar a consciência quando nos sentimos responsáveis pelo bem que deveríamos fazer, ou melhor, que deixámos de fazer?... Claro que é nossa obrigação esgotar todas as hipóteses de conversação, nem que para isso seja necessário reforçar a vigilância no local.
Espero que tudo melhore.
Beijinho para si
Obama e segundo li hoje...continua muito dividido nesta questão, não partiu logo para o ataque tal como fez Bush e portanto aguarda mais informações, as opiniões do povo e sobretudo do senado, ou seja, está a ter um procedimento digno de registo, ao contrário de muitos espalhados pelo mundo!
O prémio Nobel acho que foi bem entregue e digo-o com sinceridade.
Ao longo da minha vida, ao contrário do que sempre pensei sobre eles, só oiço dizer mal dos americanos. Erram como todos o fazem, e posso apontar a raiva alcoolizada de Bush perante o fatídico 11 de Setembro...
mas quando "o mundo se vê aflito" pedem-lhe logo ajuda...afinal não prestam e ou só prestam para os safar nas horas de aperto? E as baixas que sofrem...quem paga aos pais e demais família essa dor da "perda"?
É que um país é formado por X cidadãos, com uma governação que também faz parte do pacote...e Portugal, nas últimas décadas por ter sido (des)governado e agora ainda pior por "não aplico adjectivos prejurativos porque ainda há quem mereça o meu beneficío da dúvida"... somos todos iguais? Consultam o povo? Claro têm um medo terrível de referendos e que Deus nos proteja de mais guerras...no entanto e por acordos há militares nossos que vão para ondeo diabo perdeu as botas...
e pobres de quem nasce, vive, cresce e morre no meio da poeira de guerras.
Na volta não disse nada...mas acho que me fiz entender.
Um abraço
Caro Rui
Tem toda a razão e fez muito bem em lembrar Roosevelt!
Caro Rufino
Nem mais!
Cara Fatyly
Continuar dividido não é bem o caso. Arrepiou um pouco o discurso porque lhe falhou a Inglaterra e Hollande para ele não conta.
Há diferenças entre Bush e Obama. Mas do primeiro nós já sabíamos o que esperar. De Obama havia quem esperasse muito. Nem Guantanamo cumpriu!
Quanto ao Nobel ainda bem que concorda. Eu estou como o comentador Rui: levou a taça antes do resultado da corrida!
Passa mais do que tudo pelos lobbies dos fabricantes de armamento.
Mas é triste constatar que Obama também cede a esse poder.
Um abraço da Anabela S. R.
Ainda por aqui, e ainda sobre este post atrevo-me a aconselhar o artigo da TIME (9 de Setembro) "The Unhappy Warrior" para melhor compreendermos o dilema de atacar ou não atacar a Síria.
Esqueci-me de dizer que o podem ler aqui:
http://content.time.com/time/printout/0,8816,2150618,00.html
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