Nesta época do ano era habitual o país entrar em notícias rendilhadas, ou seja, falava-se de tudo menos do que seria importante. Os interesses centravam-se nos amores recentes, nas trocas dos antigos, nos vestidos e penteados, nas festas daqui, dali e d'alem mar, enfim abordavam-se toda a espécie de trivialidades. E era muito descansativo!
Agora, tudo isso se perdeu sob o manto diáfano da seriedade e do rigor. Já não há silly season. Quando muito, teremos que nos contentar com as notícias da Lux ou da Caras, dado que a Hola, com os problemas internos da Espanha, perdeu muito do seu fulgor. Mas mesmo as referidas nacionais, a que com alguma boa vontade se poderão acrescentar a Vip ou a Flash, mesmo essas, não conseguem dar conta do serviço por falta de material.
Exceptuando o Cristiano e a Irina que ainda despertam os portugueses da letargia em que vivem, o que é certo é que já não há jardins da Parada ou betinhos que nos valham. A globalização fez desaparecer o beautiful people e, os resquícios que ainda subsistem, não dão para mais de duas paginas com fotos e texto escassos.
A crise é, nos nossos dias, pasme-se, o tema central das revistas cor de rosa que assim se tingem de um cinzento outonal. Que pena. Que falta nos fazem aqueles floreados da época!
HSC