Corre na net e decerto alguns já terão lido a mensagem. A ser autêntica, tem mais de duzentos anos e revela uma capacidade de previsão de arrepiar os mais crédulos.
Depois de todas as vicissitudes de uma união europeia feita à pressa, depois dos Madoff's e seguidores, depois dos avanços e recuos de um Papandreou e de uma Grécia na iminência de algo que não sabemos ainda o que será, depois de uma troika comandar os nossos destinos a troco de comissões milionárias, depois de um improvável casal franco-alemão se tentar apoderar do que resta do velho continente e depois de uma América à beira do precipício, muito francamente, o autor destas palavras conta menos que o seu conteúdo...
HSC
13 comentários:
Na verdade, os EUA estão cheios de figuras ímpar na sua curta e, no entanto, poderosa história. Grandes presidentes americanos mostraram-se visionários e à frente do seu tempo. Por muita coisa errada que haja na política americana, sobretudo externa (veja-se a posição face à Palestina na Unesco), trata-se ainda assim de uma nação que nasceu do mais profundo sentido de justiça e igualdade e que continua recheada de pessoas geniais, em diversas áreas. Impressionante, de facto. AEfetivamente
Foi Jefferson, sim, numa carta a John Taylor, que reza assim: http://www.britannica.com/presidents/article-9116907
Cara Helena, pelo que pesquisei a frase não será exactamente essa. Se quiser ver melhor as alterações, penso que este site pode ser um bom começo:
http://www.barrypopik.com/index.php/new_york_city/entry/i_believe_that_banking_institutions_are_more_dangerous_to_our_liberties_tha/
Seja como for, penso que o essencial da ideia mantém-se e é deveras notável.
Abraço,
Paulo
Cara Helena,
A História repete-se! Quer melhor descrição do Portugal actual que a feita pelo Guerra Junqueiro há 115 anos:
"Um povo imbecilizado e resignado,
humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo,
burro de carga,
besta de nora,
aguentando pauladas,
sacos de vergonhas,
feixes de misérias,
sem uma rebelião,
um mostrar de dentes,
a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas
é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante,
não se lembrando nem donde vem,
nem onde está,
nem para onde vai;
um povo, enfim,
que eu adoro,
porque sofre e é bom,
e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso
da alma nacional,
reflexo de astro em silêncio escuro
de lagoa morta (...) Uma burguesia,
cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal,
sem palavras,
sem vergonha,
sem carácter,
havendo homens
que, honrados (?) na vida íntima,
descambam na vida pública
em pantomineiros e sevandijas,
capazes de toda a veniaga e toda a infâmia,
da mentira à falsificação,
da violência ao roubo,
donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,
escândalos monstruosos,
absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...) Um poder legislativo,
esfregão de cozinha do executivo;
este criado de quarto do moderador;
e este, finalmente, tornado absoluto
pela abdicação unânime do país,
e exercido ao acaso da herança,
pelo primeiro que sai dum ventre
- como da roda duma lotaria.
A justiça ao arbítrio da Política,
torcendo-lhe a vara
ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (...),
sem ideias,
sem planos,
sem convicções,
incapazes (...)
vivendo ambos do mesmo utilitarismo
céptico e pervertido, análogos nas palavras,
idênticos nos actos,
iguais um ao outro
como duas metades do mesmo zero,
e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento,
de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"
Guerra Junqueiro, in "Pátria", 1896
Pelos vistos o mundo e o nosso país não têm evoluído o que pensamos... "Um povo, enfim, que eu adoro". Nós também! :)
Isabel BP
Helena,
Tenho pensado bastante nisto, tentado perceber como é que chegámos aqui. Em que momento é que o mundo saíu dos carris?
Consigo identificar uma sucessão de disparates, de dislates, de deslumbramentos, de ambições insanas, mas, o momento verdadeiramente fatal ainda não o consegui identificar.
Mas mesmo sem perceber como se caminhou globalmente no caminho errado, acho que teremos que tentar perceber qual a saída (pacífica e democrática) para isto.
De cimeira, em cimeira, não se está a conseguir chegar a lado nenhum e isto preocupa.
Estive a ler o seu comentário no blogue do Embaixador e concordo consigo. Mas... e agora?
Mas, enfim, é quase sábado. E, assim, por agora gozemos o fim de semana, apesar do tempo sombrio.
Um beijinho, Helena.
O que está escrito nesse papel é a realidade !
Mas pouca gente pensa nisso e os politicos alinham no jogo e destroem a soberania de seus paises.
O Fed americano é uma instituição privada, assim com o BCE.
Através do dinheiro controlam-se as nações. Os bancos centrais controlam os Estados e os bancos retalhistas controlam os cidadãos !
Com as leis sempre a seu favor !
É um esquema bem montado! O dinheiro é apenas um papel com um valor nominal que tem uma cotação que varia e que pode ser extinto por decreto !
O tema é actual porque já se diz que os PIGS vão sair do Euro e que vamos pouco a pouco vamos cair na mais profunda miséria. As lojas dos chineses já começaram a fechar !!!
Os impostos que o governo tem que arrecadar para cumprir as obrigações da Troika , vão ser impossiveis de cumprir por abaixamento da actividade economica (falências em massa ).
Como os politicos só percebem coisas complicadas eu vou fazer uma equação simples:
Baixa actividade economica = baixa colecta de impostos+aumento do desemprego + aumento do crime e violência generalizada
Consequência " pescadinha de rabo na boca" : Aumento das despesas sociais do estado + aumento do deficit = saida do euro ( bancarrota total)
O governo portugues está a navegar um barco à deriva em águas revoltosas na iminência de um naufrágio !
Nao faco opiniao sobre temas que nao domino,ja o disse varias vezes, nao ee que nao me interessem, apenas tento ser coerente comigo; Nao sei. Mas Isabel BP, o que eu me diverti com os "sevandijas" do Guerra. Claro,o apocalipse ja ai esta, um novo mundo se avizinha, mas com sorte havemos de nos salvar todos.Bjs Helena.
Cara Helena:
Também me aprece, como disse o Paulo de Abreu e Lima, que a frase não será exactamente essa, mas é pena! Porém, nada nos dá o direito de atropelarmos História e, mais do que isso, de desrespeitarmos a propriedade intelectual das pessoas.
A economia "financeirada", que ultrapassa toda a lógica da própria economia (desculpa, Helena se estou a meter a foice em seara alheia), só serve para, à custa do empobrecimento da esmagadora maioria, enriquecer, ao absurdo, uma maioria que, enriquecida para além do "faz sentido", só encontrará esse sentido numa passagem de passerelle in a Vanity Fair. Dói, mas creio ser essa a realidade da fome no Mundo.
Raúl.
ERRATA:
… uma minoria que, enriquecida para além do "faz sentido", ...
Errata Nº 2 - onde é que eu tinha a cabeça? Tratei-a pot tu. Desculpe, Helena.
Raúl.
Acho que essa mudança dependerá dos nossos hábitos de consumo, de cada um de nós, acompanhados de exigências de justiça, ética e direitos básicos das pessoas e não estou a falar de subsídio-dependência, que é como quem diz: "dar o peixe e não ensinar a pescar" e muito mais se poderia falar.
E mesmo assim, se a consciência da realidade que vivemos, não for abrangente a quem o poderá fazer e em larga escala, não chegaremos a tempo de fazer esta mudança de maneira voluntária, pois será á força, não nos restará outra alternativa.
O consumo excessivo e a criação de produtos para tal, que são precisos para alimentar esta economia baseada em crescimento contínuo e nunca em sustentabilidade, desculpem-me, parece-me a mim que andámo-nos a esquecer de um pormenor: os recursos do planeta são finitos e estão a serem usados e a acabar, a cada vez mais velocidade.
Quem achar que não é bem assim, é simples pesquisar sobre isto em estudos e documentários verídicos e credítados sobre o que falo.
Se alguém quiser ter o trabalho e achar que não estou "maluca", deixo aqui um bom exemplo de muito do que se passa e que quase ninguém tem conhecimento, é da National Geographic :
http://www.youtube.com/watch?v=XXdUaU3X-zs
Obrigada se leram até aqui. É só um exemplo do que falo e estámos rodeados por eles e bem aqui no "nosso" querido Portugal.
E desculpem-me mais uma vez, a intenção não é a de "aborrecer" ninguém, mas sim esclarecer através de outras visões/informações o que também se passa em Portugal. Esta reportagem foi feita pelo programa Biosfera, da RTP:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=UcfMEUGo33U
Mas que extraordinário texto que Isabel BP repescou do grande Guerra Junqueiro (com uma passagem diplomática na Suíça, o nosso 1º Cônsul por aquelas terras helvéticas). E tão actual! E que divertido!
Abraço,
P.Rufino
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