quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Esclarecimento

Em 18 de Setembro deste ano, publiquei aqui um post sobre o British Hospital. Nesse post tive o cuidado de:
1. Referir que a notícia havia sido retirada, na íntegra, do blogue daliteratura.blogspot.com
2. Referir que "a ser verdade o que se afirma"...

Anteontem, no Porto, quando ia jantar, fui abordada por um senhor que se identificou e me disse que a notícia que eu publicara no blogue não era verdadeira. Quando o questionei sobre a razão do visado não ter feito qualquer desmentido, disse-me que não era pessoa para esse tipo de coisas. Perante esta resposta dei-lhe o meu mail e pedi-lhe que me esclarecesse sobre o assunto.
Ontem tinha no correio electrónico a carta que se transcreve de Jose Pedro Correia, a pessoa que me interpelou.
Faço este esclarecimento porque entendo que todos têm direito ao contraditório. O meu texto é claro, menciona a fonte e não tira conclusões. Apenas lamenta "se a notícia for verdadeira" o que é diferente de "afirmar que é verdadeira".
Por isso, entendo que, na altura como agora, ajo com igual correcção.

Cara Dra. Helena Sacadura Cabral,

Esta noticia saída no jornal I e depois difundida, amplamente, nos blogs da"esquerda moderna" é completamente falsa e inclusivamente tem matéria para processo judicial.

Com efeito, José Mendes Ribeiro não foi ouvido pela jornalista que apenas pública uma noticia encomendada, num acto que a senhora tão bem deve conhecer, de tentar denegrir a imagem de alguém competente e com uma enorme capacidade de trabalho.

José Mendes Ribeiro nunca foi administrador, gestor ou quadro do BPN.

Foi Presidente da Comissão Executiva do Grupo Português de Saúde (GPS), entre Julho de 2004 e Maio de 2007, sociedade detida pela sociedade lusa de Negócios focada na área da saúde. A sua saída de funções executivas prendeu-se com divergências estratégicas quanto ao futuro do GPS.

Com efeito, em Dezembro de 2006 a Sociedade Lusa de Negócios, depois de ter aberto um processo negocial tendo em vista a venda do GPS, acabou por recusar uma proposta de venda do Grupo Português de Saúde, para a qual tinha uma oferta no montante de 110 milhões de euros.

A própria equipa de gestão veio ainda a propor a aquisição do GPS numa operação de MBO (valorizando o GPS em 120 milhões), proposta que foi também rejeitada pelo accionista e que levou a equipa de gestão a manifestar a sua indisponibilidade para continuar.

Não efectuou a aquisição do British Hospital nem fez aquisições ruinosas

O British Hospital, seja o antigo edifício existente em Campo de Ourique seja o novo British Hospital nas Torres de Lisboa que resulta da falência do antigo Instituto de Urologia, não foram aquisições feitas por José Mendes Ribeiro. Essas participações já existiam à data da sua entrada no grupo.

O British Hospital de Campo de Ourique, arrendado à Liga dos amigos do Hospital Inglês, encontrava-se em tão elevado estado de degradação, com uma intimidação de encerramento da Direcção Geral de Saúde, que a equipa de José Mendes Ribeiro o descontinuou como hospital para o transformar apenas num centro de ambulatório.

A aquisição do IMI, unidade de referência na área da Imagiologia em Portugal, foi feita ao grupo de médicos proprietários, numa operação profissional mediada pelo Banco FINANTIA, a preços normais de mercado e abaixo do próprio valor autorizado pelo accionista. Logo que saiu do GPS chegou mesmo a apresentar uma proposta de aquisição do IMI pelo mesmo valor, acrescido de juros, no caso de o accionista pretender descontinuar a área de saúde.

O GPS valia mais de 100 milhões e tinha um passivo bancário de 21,5 milhões de euros

À data da sua saída, o Grupo Português de Saúde era um grupo competitivo, tendo alcançado o segundo lugar no ranking dos operadores privados, razão pela qual dois anos depois a equipa do Dr. Miguel Cadilhe terá optado por não alienar esse activo e afirmar mesmo que seria um activo estratégico para o desenvolvimento futuro do grupo, situação também confirmada pela actual equipa de gestão.

Hoje o IMI continua a ser propriedade do ex-grupo SLN, mantendo-se como uma unidade rentável e de elevada qualidade técnica.

A estratégia que desenhou para o crescimento do Grupo Português de Saúde, enquanto seu responsável, privilegiava o desenvolvimento de novas unidades de saúde em detrimento de uma política de aquisições, em resultado de parcerias estabelecidas com instituições de reconhecida idoneidade, como os projectos desenvolvidos para o Hospital da Maia (parceria coma Misericórdia local) ou para o Hospital de Braga (parceria com a Diocese de Braga), cujos projectos se encontravam em aprovação camarária à data da sua saída.

A saída de Mendes Ribeiro do Ministério da Saúde onde foi Presidente da Unidade de Missão dos Hospitais SA, estrutura responsável pela maior operação de modernização dos hospitais portugueses, foi por sua exclusiva iniciativa e no timing que desejou.

É como amigo e colaborador de José Mendes Ribeiro, e por conhecer tão bem o seu carácter, dedicação e capacidade de trabalho que considero importante que se esclareça a verdade.

Como entende nem todos os que trabalharam para a SLN/BPN são corruptos.

Peço-lhe por isso que reponha a verdade dos factos.

Com admiração


José Pedro Correia

O signatário junta a este mail a carta e anexos que terá enviado ao jornal i. Que não reproduzo aqui por serem longos e técnicos e por se tratar de assunto relativo àquele órgão de comunicação social, que lhe terá dado o seguimento que entendeu.

HSC

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