sábado, 21 de maio de 2011

Quem ganhará?



A cadeia televisiva norte-americana apontou o nome de Durão Barroso para possível sucessor de Dominique Strauss-Kahn à frente do Fundo Monetário Internacional. Outro nome indicado foi o da ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, que já obteve o apoio da Alemanha, da Itália e de Washington, caso se disponha a candidatar-se e não seja constituída arguída no caso Tapie, em França.
O Governo português não comenta "especulações" sobre o que se diz em relação a uma possível liderança do FMI por parte do actual Presidente da Comissão Europeia. E eu não me surpreendo nada pela menção, visto que Durão Barroso nunca deixou o seu futuro em mãos alheias...
Convém, contudo, lembrar que se fala da existência de um acordo não escrito que garante que o lugar de director-geral do FMI será ocupado por um europeu. Verdade ou não, o certo é que ele tem sido posto em causa pelos países emergentes como a China e o Brasil, que podem vir a alterar o actual jogo de poder.
Porém, de acordo com fontes comunitárias,as consultas para encontrar um sucessor de Strauss-Kahn estarão já a decorrer entre as capitais europeias.
E é assim que um assunto do mero foro íntimo de um dos grandes deste mundo, se torna num ápice, numa bola de neve que arrasta atrás de si a estrutura de instituições internacionais, o equilibrio de certas decisões e a imagem de um país.
Convenhamos que é profundamente triste!

HSC

18 comentários:

Anónimo disse...

Como ambos são Americanos (o macho pau mandado; a fêmea ama o dólar) qualquer um deles serve na perfeição aos americanos, pois eles tramaram o DSK porque o bacano queria livrar-se do dólar!

Cherne ou Pescada?!? Tanto faz...

Anónimo disse...

"que um assunto do mero foro íntimo" Não é do mero foro íntimo. Trata-se de uma suspeição de violação ou seja o mais profundo e repugnante ataque à intimidade de uma pessoa: é muito grave.

Se um homem não sabe respeitar uma pessoa como pode respeitar milhões?

margarida disse...

Parecem abutres...; era bem feita que as nações emergentes se impusessem!
Mas 'um europeu' porquê?!
A tradição já não é o que era, homessa!

ERA UMA VEZ disse...

Cara Helena
Todos nós na vida temos de fazer escolhas, e às vezes não são fáceis. Acredito que o Sr Dominique seja um homem com uma inteligência acima da média. Dou de barato que a instituição em causa possa até perder com a sua saída e a questão mexa com alguns equilíbrios até aqui vigentes e traga mesmo novos cenários e novas lógicas internacionais na escolha do sucessor.

Admitindo que o senhor em causa, é reincidente em abusar da sua "importancia" para a prática da sedução, admitindo também que, rasteirado ou não, procedeu de forma indigna contra uma mulher (por acaso de cor) que tanto quanto se sabe não vende o corpo mas trabalha para ganhar o seu sustento, perdoe-me mas desta vez não concordo consigo.
O que é isso de FORO ÍNTIMO? Qualquer "homenzinho atrevidote" o poderia ter feito,não um homem com reconhecidas responsabilidades no mundo. Porque tudo é inerente.E aqui voltamos à liberdade de escolha. Podemos ser tolerantes com as suas escapadelas, isso é la entre o casal, o que ele terá feito está demasiado perto da violência sobre uma mulher indefesa e isso não é próprio de um homem de bem que sabe controlar os seus instintos.
Quanto às Instituições, claro que irão sobreviver... porque ninguém, mesmo ninguém é insubstituível.

O Eleitorado Morre Mas Não Se Rende disse...

o Tal de Durão não tem um cargo

ou pode fugir dele?

se pode seria considerado uma tendença?

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro/a Era uma vez e Anónimo das 23:38
Se, como se tem noticiado, DSK tem um problema clínico - e esse eu considero que é do foro íntimo - deveria obrigatoriamente, ao exercer certas funções ser submetido a tratamento médico. Mas a França não tem essa tradição. O presidente Mitterrand teve aventuras várias e uma filha de uma senhora. Tanto uma como outra viviam no Eliseu. E esteve com uma doença oncológica durante anos sem permitir que tal fosse revelado.
No caso concreto de DSK presumo a inocência até que seja condenado, embora a forma como foi tratado na comunicação social, indicie já a sua condenação pela opinião pública.
Pessoalmente julgo que esta "estória" ainda não está toda contada e que me surpreende que o violador tenha saído e pago a conta do hotel na maior tranquilidade sem que a ofendida, que deixou o quaro pelo seu pé, desatasse aos berros pelo hotel.
Se fosse comigo os gritos far-se-iam ouvir mal tivesse a garganta livre. Ou não estaremos todos tão indignados porque se trata de um poderoso e de uma empregada de cor, tão amplamente protegida que nem se lhe conhece o rosto?!
Faltam elos às versões que conhecemos!

Unknown disse...

"No caso concreto de DSK presumo a inocência até que seja condenado"

Dra. Helena, presume então que aquela mulher que o acusou está a mentir?
Pessoalmente não acho que esse senhor esteja condenado pela opinião publica. Aliás, entristece-me e assusta-me que seja mais fácil acreditar que se conspirou para que um rico e poderoso caísse do que numa mulher que se diz violada. Cada vez é mais difícil que haja uma condenação nestes crimes.

Desculpe o desabafo no seu blog mas não consigo ficar indiferente a casos deste género. Não sei se ele é ou não culpado... deixo isso para a justiça, mas até lá prefiro presumir a inocência da vitima.

cmpts
Patrícia

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara Patrícia
Tem todo o direito a presumir a inocência da vítima.
Mas o que eu referi é um princípio geral do direito dos países civilizados. Até transição em julgado de uma sentença, presume-se a inocência do arguído.
Não pense que fico incólume ao que possa acontecer às mulheres sobre as quais a violência é exercida. Muito longe disso, como pode calcular, pertencendo com orgulho ao sexo feminino.
O que eu pretendo é não ser aliciada ou instrumentalizada por julgamentos na praça pública. Nem a favor nem contra. Mas julgo que faltam elos nesta lamentável questão, que a justiça seguramente irá derimir.

Anónimo disse...

Gostei dos comentários da ilustre autora deste Blogue, bem como de “Voz a O DB”.
Por mim, confesso que toda esta história não tem pés para andar, ou seja, não compro a ideia da pobre vítima e do vilão poderoso. Vejamos. Quando se está num quarto de hotel, a não ser que se seja distraído, ou tenha pouca experiência destas coisas, é costume colocar do lado de fora do quarto a etiqueta “não perturbar”. Deste modo, nenhuma empregada entra no dito quarto e viola a privacidade do hóspede (que pode estar a dormir, no banho, a vestir-se, a ler, a trabalhar, etc). Não duvido que DSK tenha feito isso. Mas, mesmo que, por lapso pouco credível, o não tivesse feito, uma empregada, no preciso momento em que entrasse no quarto e se apercebesse que o hóspede ainda ali se encontrava, pedia desculpa e retirava-se - de imediato! Ora, sendo aquele quarto uma “suite” bem grande, menos se compreende que a dita vítima continuasse quarto adentro. E menos, se DSK estivesse nu. Ter-se-ia retirado mais depressa. Por razões profissionais, tenho viajado e continuo a viajar muito, por esse mundo fora, e já se me depararam situações de o/a empregada ter entrado, mas ao aperceber-se de que eu estava no quarto, pisgou-se, como mandam as regras do serviço nos hotéis.
Daí que, tudo isto me faça alguma confusão. Ela entra, vê DSK nu (viu?) e ali continua á espera das investidas dele? Ele esqueceu-se de colocar a etiqueta a dizer de “não perturbar”? Se sim, ao ver a criatura (vítima), estando nu (estava?), de imediato precipita-se sobre ela, que ali vai continuando (!) a olhar para ele (nu?) e sem resistir, ou sem fugir (fica paralisada?), deixa-se violar? E faz sexo oral? Assim sem mais? A história tem várias falhas. A ter havido sexo, terá de ter sido consentido. Encaixa melhor na lógica das coisas. Mas nesse caso, porquê depois queixar-se à polícia? Sabia quem era o hóspede? Talvez. Bem vistas as coisas já lá tinha ficado hospedado anteriormente. E numa “suite” daquelas, normalmente sabe-se quem a ocupa. Enfim, sinceramente, não compro a história da vítima. Deixo uma outra questão: quem terá pago à criatura para levar DSK ao tapete? E porquê?
Enfim, quer-me cá parecer, talvez me engane redondamente, que no julgamento não se fará prova substancial, a dita vítima talvez acabe por não ser (ou não querer ser…) convincente, DSK não acaba condenado e, mais tarde, a vítima receberá a sua “recompensa” pelo “trabalho” bem executado: DSK deixara de ser o Director do FMI (o FMI não chega a ser reestruturado, nem chega a beliscar certos interesses financeiros), DSK está “politicamente reformado compulsivamente” e o mundo (e outros interesses) continua (m) na mesma, com DSK neutralizado e a não poder explicar que tudo foi um “complot”. Ninguém iria acreditar. Afinal DSK já tinha antecedentes destes casos. Que agora foram, habilmente, usados. Com maestria! DSK passa à História como um malandro rico e que como todos os poderosos comprou a Justiça e bons advogados e safou-se. Coitada, sim, da pobre vítima. Fantástico. Mas esta será a versão que ficará a constar. Vão ver daqui a uns ano (a não ser…).
E daqui a algum tempo, ninguém mais fala do assunto.
P.Rufino

Anónimo disse...

Eheh... a Guerra Monetária no seu Apogeu... para mim é simples a estória... e deixo aqui o resumo da mesma!

Marcolino Duarte Osorio disse...

Estimada Helena,
É o eterno problema dos cérebros obesos que de tão formatados estarem não conseguem distinguir uma singela pergunta que se lhes fez.
A meu ver, e sentir, preferia que a Senhora Christine Lagarde, fosse a escolhida, pela sua experiencia como Ministra das Finanças.
Resto de um óptimo domingo
Marcolino

Anónimo disse...

Quando o escândalo atinge um rico na pessoa de um pobre é certo e sabido que há dois pesos e duas medidas e o rico sempre escapa. Espero que a Justiça americana funcione bem e castigue quem tem que castigar sem olhar à condição e à riqueza do acusado. O resto é paisagem e Agatha Christie por mais que custe.

Anónimo disse...

Caro P. Rufino,

Parabéns pelo seu excelente comentário. Penso RIGOROSAMENTE o mesmo!

Como se num hotel daquela categoria uma camareira pudesse entrar no quarto de um cliente daquela envergadura.

Não tenho uma milésima da fortuna do DSK, ninguém me conhece por esse mundo fora como ao DSK e nunca num hotel de 5 estrelas invadiram a minha privacidade... E fico nos quartos mais modestos, quanto mais num quarto de 3.000 € a diária!!!

Que justiça é aquela que incrimina já um dos lados na opinião pública e nem sequer se viu a cara da suposta vítima?

História muito mal contada!

E as cenas extras conjugais do Arnold Schwarzenegger, ex-govenador da Califórnia, também não eram interessantes para a comunicação social americana esmiuçar?

Engravidar uma empregada doméstica também não é abuso do patronato?

Os "dois pesoas e duas medidas" dos americanos tem muito que se lhe diga!

Isabel BP

Anónimo disse...

Kristin Davies é uma madame de Manhatan que alugava meninas a Strauss-Khan por $1000 à hora. A maioria das meninas não quis repetir a proeza: ele era bruto.

Marisa Mar disse...

Espantoso!!!
Mais dois ou tres dias e o "dominiquezinho" é que foi violado...

Menina má e feia!!! Isso não se faz, tá???

Anónimo disse...

Foi uma pergunta RETÓRICAAAAAA...

Helena Sacadura Cabral disse...

Caros Marisa Mar e Anónimo das 22:34
Aos poderosos as "madames" levam sempre caro. Infelizmente neste mundo há sempre mulheres a oferecer o corpo por dinheiro e homens prontos a pagar.
Mas convenhamos que em certos países - por exemplo, o Brasil - já tem mulheres dispostas a pagar o mesmo que DSK pelo corpo de um homem, sobretudo se for jovem.
Não pretendo defender DSK ou acusá-lo antes de saber a história toda. Porque ela me levanta dúvidas como já disse e não gosto de julgamentos na praça pública. Aliás a violada está tão bem protegida que ninguém a conhece.
Quanto à brutalidade sexual do senhor FMI, já nada sei dizer, porque isso, sim, pertence ao domínio dos gostos pessoais. Se não, não haveria sadomasoquistas...

Anónimo disse...

Esta dicotomia de que rico e poderoso é igual a mal, e pobre e mulher é igual a vítima, com a razão do seu lado, diverte-me. A ilustre autora deste Blogue, por alguns dos comentários que aqui teci, sobre questões políticas, sabe bem o que penso no que se refere a questões de ordem social, todavia, não embarco em defesas bacocas do pobre e desfavorecido contra o rico e poderoso. Como aqui, alguns, ou melhor, algumas comentadoras fazem.
Sempre me cingi aos factos. Talvez por deformação profissional (no caso, o Direito), ou por gostar de Matemática, essa maravilhosa “ciência exacta”, a verdade é que tudo o que não encaixa na Lógica, ou apresenta fraquezas nesse sentido, não colhe a minha adesão.
Daí o caso DSK me cheirar a esturro e não sentir um pingo sequer de pena pela putativa vítima.
Que, verão, ainda acabará a viver confortadamente, mais dia, menos dia, uma vez o “caso” encerrado.
Tais atitudes levam-me, de algum modo, a “entrar” na política no nosso patusquíssimo País. É que, convenhamos, goste-se ou não, aquilo de mais realista, no que à Crise respeita, aparece como mais credível como solução, tendo em conta, como alguém dizia outro dia, o “ultimato” do FMI/BCE, é o que a dita “Direita” (detesto o termo “direita e esquerda” um eufemismo que tende a disfarçar “soluções diferentes”), feliz, ou infelizmente, apresenta. Ou seja, perante o “menu” que nos é imposto quem está melhor habilitado a geri-lo? Julgo, por muito que custe a alguns, a resposta é aquela que será dada, inequivocamente, dia 5 de Junho. Uns partem por indecente e má figura, outros assumem com a confiança popular. É assim a Democracia. Quer se queira, ou não. Churchill também foi mandado embora, para depois voltar a ser chamado.
Sou, desde jovem, um utópico, mas cada vez mais guardo as utopias para os amigos. Conformo-me com a realidade. Que fazer? Acreditar que a vida é assim mesmo. Tenho mil e uma ideias que julgo melhores que aquelas que são servidas no pleito eleitoral, todavia, quem as compraria? Se calhar nem os meus filhos. Daí ser realista e achar que o que aí vem, a 5 de Junho, é bem melhor do que o que estava. E, sinceramente, a maioria não se vai arrepender.
Quanto à camareira, pode enganar quem quiser, menos aqui o “je”. Num tribunal, dava cabo dela num instante! E sem indemnização. Com um bilhete de eléctrico para casa.
P.Rufino