quarta-feira, 24 de março de 2010

Nuestros hermanos

Eu sei que com o mal dos outros todos nós podemos bem. Com o nosso, é que é difícil podermos alguma coisa.
Em vésperas de votação do PEC na Assembleia da Republica, uma das agências de rating mais importantes elevou o risco de Portugal, baixando a nossa posição para AA-, o que nos vai complicar a vida externamente e, em consequência, também cá dentro. Porque, quando o país paga mais caro o dinheiro emprestado lá fora, o que os portugueses pedem na terrinha, fica também mais dispendioso.
A nossa comunicação social não deu grande relevo a outra notícia igualmente importante. É que a Standard & Poors - S&P -, dias antes, havia baixado a notação financeira espanhola, situando-a ao nível de Portugal. Esta agência, que utiliza uma escala de 1 a 10 - de maior a menor fortaleza económica - considera que a rápida expansão do crédito e a sua concentração no imobiliário, coloca, agora, o país vizinho no grupo 3, onde também situa o Reino Unido, a Àustria, Portugal, os EUA, o Cuile e a Arábia Saudita.
Ou seja, devagarinho, vai-se definindo a linha dos grandes - França (grupo 1) e Alemanha (grupo 2) - e o conceito de "solidariedade", depois do que aconteceu à Irlanda e à Grécia, adquire na UE contornos bem diferentes daqueles que, antes, se lhe atribuía.
E como o que acontece aos nuestros hermanos não nos é indiferente - são um dos nossos principais mercados -, a baixa da notação espanhola acaba, também, por prejudicar Portugal!

HSC

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