terça-feira, 9 de março de 2010

Como acreditar?!

Leio os jornais de hoje e assalta-me uma tremenda perplexidade. Aliás, ando com ela desde a aprovação do Orçamento de Estado e das razões que levaram que tal acontecesse...
É que, cada vez que vamos sabendo alguma coisa do Plano de Estabilidade e Crescimento, o famoso PEC, o coração dos portugueses sofre sobressaltos. Revolta-se. Fica à beira do enfarte.
Não sei bem o que chamará hoje o Eng. Sócrates àqueles que, ao longo dos meses, foram alertando para as duras medidas que aí vinham. Até agora, eram sistematicamente chamados de praticantes do "bota baixismo". O que serão, nesta altura, face ao que o PEC e o PM pedem a todos nós?
Pura e simplesmente fomos enganados, de modo inadmissível, por quem exerce o poder.
Em período pré eleitoral tudo estava controlado, os investimentos públicos nos grandes projectos eram indispensáveis e não haveria subida de impostos. Tudo mentira. O PEC vai aumentar os impostos, vai abandonar os investimentos públicos e o endividamento vai ser pago pela classe média trabalhadora. É uma vergonha que sejamos penalizados de modo cego, sem ter a mínima preocupação de equidade. E ainda por cima, e sem qualquer explicação pública, foi decidido vender as nossas melhores empresas, as nossas "jóias da coroa", justamente na pior altura possível!
Ah! E ainda será necessário poupar 27 milhões de euros por dia, para chegar em 2013, a um defice que nos coloque abaixo dos 3%.
Alguém se terá já lembrado que "estabilidade" é tudo o que este Plano não garante?!

HSC

5 comentários:

Anónimo disse...

Só caiu quem quis!
Eu por mim estava (e estou) bem ciente que a mediocridade de quem nos governa, só nos poderia trazer a este cenário... aliás, isto não vai ficar por aqui... infelizmente.
No meu sítio escrevo a quem lá vai ler que isto vai ser do tipo "Não respira, Não respira... AGUENTA" e ainda só vamos na parte do "Não resp..."
Não temos governantes com visão do médio/longo prazo... estão a dar uma aspirina para combater uma septicemia...

Anónimo disse...

Não garante "Estabilidade" e muito menos "Crescimento", para limpar de vez com as siglas do Programa...
O maior problema não é termos sido enganados (já muitas vezes fomos), mas saber que já estávamos a ser enganados e o povo português continuar a preferir ouvir devaneios ilusórios. Ainda mais grave (para mim é incompetência) foi o ministro das finanças secundar todas estas ideias malucas sem reservas, como aliás outros economistas. Como a Helena sabe, sou seu colega, e ao longo deste tempo sempre partilhei consigo e com outros estas preocupações, mas jamais compreenderei, senão pelo jugo político, as opiniões dos outros que têm obrigação de saber as consequências catastróficas de determinados instrumentos expansionistas orçamentais. Curiosamente, ou não, todos eles desapareceram dos ecrãs. Clientelismo é a palavra letal. Tristeza e descrença, as consequências.

António de Almeida disse...

O engenheiro seria lá capaz de ter enganado os portugueses quando em meados de 2009 traçou cenário verdadeiramente idílico. Quem se der ao trabalho de rever o debate com Louçã sobre a proposta de reduzir/terminar com os benefícios fiscais, ou ler na blogosfera, recomendo o Simplex, o que escreveram sobre o assunto os mais fervorosos defensores do governo, para percebermos o que é realmente demagogia, falta de coerência ou mais grave, falta de vergonha na cara...

Anónimo disse...

Meu tio Domingos, irmão de meu avô duriense, costuma terminar as discussões políticas, antes do 25 de Abril, exclamando: “isso não vai lá! Este país não tem concerto possível! É o nosso triste destino! E nós todos temos alguma responsabilidade visto não nos mobilizarmos em massa para alterar este estado de coisas!”
Está-me cá a parecer que diria exactamente o mesmo hoje, se fosse vivo, ainda que por razões diferentes.
PEC-NM (Por Enquanto Continuamos-Na Mesma)?
P.Rufino

Anónimo disse...

É pena... mas a verdade é que o navio afundou mesmo.
Para confirmar a pobreza em que estamos sepecialmente no norte, foram detectadas em Braga, segundo a TSF, diversas empresas com mão de obra infantil!
Estamos a voltar ao Estado Novo?! Não isto é ainda pior!... não se sabe quem combater.
As corporações no desejo ganancioso do lucro desmedido, tornaram-se assassinos económicos e dominam os políticos, quase todos corrompíveis para terem um bote de salvação!! Infelizmente não querem saber dos outros, das maiorias!