sexta-feira, 31 de julho de 2009

Eu e a blogosfera

Desde que entrei em férias, só conigo entrar na blogosfera após vencer terríveis e infrutíferas tentativas. E isto quando sou uma cliente tratada como rainha pelo meu servidor.
Ontem, em desespero de causa e como sempre me acontece, só com a ajuda da Zon consegui aceder ao meu blog. Hoje vou pelo mesmo caminho e se estou a escrever estas linhas é porque, de forma totalmente enviezada, consegui cá chegar. Tão enviezada que só por essa proeza já me considero uma autêntica especialista...
Quando chegar aos Açores, na próxima semana, não vai haver banda larga móvel que me valha porque, aí, o meu "tratamento vip" vai à vida e fico nas mãos de um operador que não o é o meu habitual.
Já para comprar a placa foi uma aventura. A que eu queria só estava disponível em...Santarém. E isto depois de eu me ter certificado se ela existia na loja do Chiado e de me terem garantido que sim.
As férias têm este grande inconveniente. Deixamos um mundo ao qual estamos habituados e entramos num outro a que chamo do "se faz o favor". As farmácias deixam de ter as caras habituais, os nossos médicos vão para fora e os técnicos que nos ajudam desaparecem. Logo, ficamos à mercê das intempéries locais e temporais.
No caso vertente, parece que o domínio do blogspot onde estou domiciliada, deixou de funcionar com o típico "www.". Mas digo parece, porque mesmo sem utilizar este trio, a minha entrada aqui, assemelhou-se à guerra dos cem anos.
Portanto, leitores que tantas saudades minhas já têm, o nosso contacto futuro vai ser obra do milagre de S. Miguel... Rezemos para que aconteça!

H.S.C

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A identidade

Com tantos desejos de boas férias o meu ego está imenso. Assim, vou retribuir, voltando aqui a partilhar uma "estória".
Hoje, num restaurante onde se come muito bem - não refiro o nome, por enquanto -, eu esperava duas amigas. Uma por norma é pontual. A outra ao invés.
Sentei-me de frente para a rua, quando ainda estava pouca gente. Alguns minutos passados , a mesa do lado é ocupada por dois homens. Ambos empresários. Ambos muito perto - a mais ou a menos - dos cinquenta.
Eu abanava-me com um leque - é chic e bom! - porque o ar condicionado da varanda não estava a libertar-me do calor. A determinada altura senti-me olhada. Ora, na minha idade, não seria o meu visual que estava em causa. Mas, como estava com uns grandes óculos escuros, admiti que estaria a ser confundida com alguém conhecido.
Foi nesse instante que um deles - sorte dos Távoras, um belo exemplar do empresariado - ensaiou dirigir-me a palavra, perguntando-me: " desculpe, não é a mãe dos...".
Cortei cerce, respondendo: "sou a Helena Sacadura Cabral". Segundos de angústia do outro lado, que eu não ajudei a resolver, mantendo-me silenciosa. O meu interlocutor, se pudesse, teria fugido dali a sete pés!
Só quando haviam passado uns dois minutos é que soltei uma gargalhada e respondi: "...e sou a mãe dos Portas, se era isso que me ia perguntar". O rosto de alívio voltou a dar cor ao jovem cinquentão que, na hora, me explicou que ficara deliciado com uma entrevista que o meu filho Miguel concedera recentemente.
Foi a minha vez de brilhar e de agradecer o elogio, tratando-o pelo nome. De família, claro, para condizer com o chic do meu leque. O seu ar surpreendido de rendição aos meus conhecimentos genealógicos, foi a cereja em cima do bolo deste meu dia de férias, no qual brilhei a grande altura. Tornando-me, aliás, muito mais interessante que umas esbeltas jovens que estavam perto e não percebiam patavina do meu sucesso...
Finalmente as minhas amigas chegaram! E eu vi-me grega para lhes explicar, no momento, a razão do inesperado convívio com a mesa do lado.

H.S.C

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Até à volta...

Há bastante tempo que não faço férias. Aquilo a que eu chamo de descanso. Ou seja, ficar de barriga para o ar, a gozar a família. Neste caso, irmãos e sobrinhos, porque os netos estarão na praia - algo que não aprecio no mês de Agosto - e os infantes a trabalhar . Um deles deverá, mesmo, estar a dar a decima volta ao país... Enfim, opções!
Vou tentar acabar um dos meus livros. Por isso, levarei o computador. Mas, em princípio, não levarei net. Logo, só excepcionalmente andarei pela blogosfera. Mas, como em mim o excepcional, por vezes, vira norma, não prometo nada.
Se me sentir capaz de "aguentar" as duas campanhas eleitorais que aí vêm, tornarei a estas lides na segunda semana de Setembro. Se não, aparecerei depois, lá para Outubro. Aproveitarei, neste caso, um mês no estrangeiro, a fazer férias do país. Também é bom para o coração!

H.S.C

sábado, 25 de julho de 2009

Gargalhar faz bem!

Ontem fui jantar com duas grandes amigas. Portámo-nos pessimamente. Rimos tanto, mas tanto, que quando cheguei a casa, ainda tinha uma faixa dolorosa no abdomen, resultante das contrições a que o riso o submetera.
Começámos, tranquilas, a falar do que ultimamente havíamos feito. Da política ao pessoal, pusemos a escrita em dia. Mas eu estava com vontade de rir e elas tambem. Comecei por lhes contar alguns episódios recentes, desconhecidos de ambas. E, como cada vez acontece mais, ri-mo-nos a bom rir, de mim própria. É, aliás, uma sadia prática que me recuso a abandonar.
A certa altura, a Rita Ferro, muito a propósito, lembrou-se de um vídeo inglês, cheio de humor. E aí começou a desgraça. Ficámos imparáveis. Ela a rebobinar cenas de "stand up comedy" britânicas . Eu, de seguida, a engatilhar com algumas que conhecia. Finalmente, a nossa outra amiga, a Isabel, decidiu, num toque magistral, imitar ribatejanos e açorianos, tornando completamente impossível continuar numa sala onde a nossa mesa se tornara o centro daquele pequeno universo.
Nestes momentos tornamo-nos puras adolescentes, a rir sem parar e sem conseguir terminar as frases que se atropelam umas às outras.
Enfim, foi um jantar memorável, como tantos outro que já tivemos. Mas que entre outros happennings, até teve uma admiradora que nos apareceu com o livro que ambas escrevemos, para obter um autógrafo.
Julgo que, depois disto, a "Tasquinha da Adelaide" vai passar a recusar a entrada a qualquer de nós!
Em época eleitoral, em clima de crise e crispação, gargalhar faz muitíssimo bem. Eu que o diga. E elas idem!

H.S.C

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Tempo

A propósito da frase de Mia Couto, que afirma que "não tem tempo para dar tempo", fiquei a pensar com os meus botões. Eu penso muito com eles, de facto. Agarro-me a um e, enquanto os neurónios percorrem caminhos sinuosos, vou-o rodando entre os dedos. De repente, paro. É sinal de que alguma luz se acendeu aqui dentro.
Foi o que agora aconteceu. Haverá, na verdade, algo mais valioso para dar a alguém do que o nosso tempo? É uma afirmação de um homem que sabe pensar com o coração. Que é uma outra forma - infelizmente não muito frequente - de pensar.
O tempo é não só aquilo de que mais necessitamos, como aquilo de que os outros mais necesitam que lhes seja dado. Oferecido.
Lembrei-me do meu neto mais velho, que nunca me pede nada, a não ser tempo. Lindo, num tempo em que o tempo tem pouco valor, apesar de ser um bem cada vez mais escasso!

H.S.C

Mia Couto

"O lado penoso da exposição é que nem eu sou, nem quero ser uma estrela, nem tenho tempo para dar tempo. Gosto de relações próximas e pessoais"

(frase atribuída a Mia Couto)

Basta comparar esta frase com a que reproduzo no post anterior, para se perceber como as pessoas podem ser tão diferentes. Não estou a fazer juízos de valor sobre os seus autores. Se as refiro, é porque elas identificam dois tipos de personagens ditas "figuras públicas".
Gosto muitíssimo de Mia Couto. Com José Agualusa, o dueto constitui, para mim, a platina da escrita africana de expressão portuguesa.
Seria muito difícil dizer de quem gosto mais. Porque aquilo que neles me toca profundamente é essa Africa imensa, essa gente que um dia fomos nós, essa gente que, apesar das diferenças, ainda hoje continua nossa irmã.

H.S.C



Melhor não há...

" Ainda está para nascer um Primeiro Ministro que faça melhor do que eu"

( afirmação feita ontem por José Socrates, actual PM de Portugal, a propósito do contole do defice orçamental )

Julgo que a frase não merece qualquer comentário. A sua reprodução chega!
Admito que, no futuro, nem o bisneto de um qualquer de nós, se atreverá a pretender substituir o Senhor Eng. José Socrates. Só espero que não seja familiar meu, não vá a moda pegar...

H.S.C

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O futuro...

" O próximo governo vai enfrentar uma situação muito séria: PIB a cair 3,5 a 4%, taxa de desemprego próxima dos 10%, endividamento externo equivalaente a 110% do PIB, defice externo de 8 a 9% e um defice estrutural do sector público da ordem dos 5% * de acordo com os cálculos da Comissão Europeia. É uma situação bastante séria. Não há paralelo na economia portuguesa"
(Abel Mateus em entrevista concedida ao Jornal de Negócios e conduzida por Helena Garrido)
Ao longo dos últimos meses fui referindo, em diversos post's, alguns dos aspectos acima mencionados. Mas ouvi-los da boca de Abel Mateus, professor universitário que foi, como se sabe, durante bastante tempo presidente da Autoridade da Concorrência, dá a estes números uma dimensão muito maior.
Na mesma conversa o economista afirma, ainda, que não encontra "nenhuma folga para grandes investimentos nem hoje nem nos próximos dez anos" e revela que fez uma pequena estimativa do que deles resultaria. Apenas... um endividamento externo de 240% do PIB em 2020.
Como se pode compreender não vale a pena tecer comentários. Abel Mateus não é uma pessoa qualquer e tem muita gente responsável a pensar como ele.
O que, sim, parece inquestionável, é que deveriamos discutir seriamente este assunto a nível nacional. Porque já não é, só, o futuro dos nossos netos que fica comprometido. É, também, o dos nossos bisnetos. Com a agravante de que os actuais decisores, nesse futuro, poderão, até, já nem estar vivos!
H.S.C
Nota*
Acabo de ouvir na televisão que se estima que o defice do sector pulico se deve situar à volta dos 5,9%. Espero estar enganada e ter ouvido mal.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O buraco nacional

Não, não estou a referir-me aos múltiplos buracos funcionais. Do alcatrão, da electricidade, do gaz, do telefone, da água, da tv, etc. Sempre que uma destas empresas actua, abre um buraco. Que permanece até que a edilidade o feche. Uma vez fechado, vem uma outra, que abre nova caverna que continuará como tal, até que a entidade competente a tape. E assim, sistematicamente, o rendilhado citadino vai alegremente sendo alargado...
Mas não é destes que hoje vos falo. É do orçamental. Com a quebra real da economia, as receitas fiscais vieram por aí abaixo. Com grave impacto no defice que "apenas" quadruplicou relativamente a período homologo do ano anterior.
No primeiro semestre deste ano atingiu 7305 mil mihões de euros, o que representa para as contas públicas, qualquer coisinha como mais de 40 milhões de euros por dia.
Afinal tanto sacrifício para controlar o dito, serviu para quê? Alguém me dá uma explicação económica - que não política - convincente?
É claro que nunca iremos conhecer a verdadeira dimensão do defice do Estado, porque as despesas ocultas no Orçamento o não irá permitir. Mas haverá, ainda, quem acredite que em 2010 - seja qual for o partido que ganhe as eleições - os impostos não sejam aumentados?

H.S.C


segunda-feira, 20 de julho de 2009

É difícil acreditar...

O caso D. Branca foi detalhadamente contado nos jornais da época e até deu origem a um filme. Não nos podemos queixar, assim, de falta de informação.
Acabo de ler nos jornais de hoje - não queria acreditar - que proliferam mais casos idênticos.
Um, cujo responsável tem nome, A. Caetano e Silva, estava estabelecido no Centro Comercial Sommer, em Almada, na loja 12. O outro, cuja identidade se ignora, pratica, ao que consta, este tipo de negócio financeiro, na Estrada de Benfica. Possivelmente, entretanto, já se mudou.
Só para "abrir o processo de empréstimo" pagavam-se centenas de euros. Para o resto, não só se exigiam juros elevadíssimos como a garantia de letras assinadas em branco. Estas constituem, claro, títulos de dívida executáveis, sem que o dinheiro correspondente tivesse, alguma vez, chegado a ser entregue.
São vários os lesados e a polícia desconhece o paradeiro de Caetano e Silva. Ignora-se se tem conhecimento, sequer, do outro. Para não dizer de outros...
Claro que, para que tudo isto possa acontecer, terá havido papalvos que entregaram o seu dinheiro a gente desta, a troco de altas remunerações. Também ignoro se a polícia pensou neste aspecto da questão...
O que, de facto, é surpreendente, direi mesmo chocante, é que depois da D. Branca ou dos jogos de Pirâmede, estes negócios continuem a existir na maior impunidade. Mas se assistimos aos casos rocambolescos dos BCP, BPN e BPP, como é que estes, tão simples e populares, não hão-de continuar a existir? Será que vivemos num país em que as autoridades competentes são cegas, surdas...e mudas? Ou será, como sói dizer-se, "consequência da crise"?!
H.S.C

domingo, 19 de julho de 2009

Recupero...mas mal!

Eu que até sou disciplinada no trabalho - dizem que é o lado germânico da família - sou imprevisivel no resto. Naquilo que não é obrigação, sou capaz de fazer uma mala num quarto de hora e ir ali a Marraquexe, só para matar saudades e respirar.
No entanto, em casa, as críticas são sempre a esta minha organização escrupulosa do tempo, que não é apanágio dos que me rodeiam, os quais fazem da última hora a "marca dos deuses". Helas! Eu não tenho este código genético que vem do lado hispano da família. E sou muito gozada por isso...
Por norma escrevo aqui todos os dias. E como é trabalho gratuito, a disciplina deve-se ao gosto e ao compromisso que fiz comigo quando, em Fevereiro deste ano, me iniciei na blogosfera.
Se tal não acontece, significa que estou fora a gozar de outros prazeres ou que, por razões muito específicas, me não apetece escrever.
Nos blog's de poesia é diferente. Escrevo ao sabor da inspiração. Mesmo assim, acabo sempre por produzir algo todas as semanas.
Hoje ainda estou a recuperar da morte do meu amigo. Mas não recuperei da surpresa de ver Helena Roseta associada - independente - de António Costa, depois de lhe termos ouvido tantas críticas ao mandato do ainda presidente da edilidade lisboeta. Saída do PS retorna, assim, ao partido, marcando bem que não se trata de refiliação. Era bem melhor não ter explicado nada.
Também não recuperei da confirmação do negócio ruinoso do terminal de contentores do já célebre ministro "Jamais". O relatório do Tribunal de Contas não poupa críticas a um acordo que "só serviu os interesses do promotor".
Será que já não há uma pinta de decoro neste país? Será que ninguém pede contas a ninguém? Será que Socrates já não é PM?

H.S.C

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A morte dum amigo

Morreu, ontem, um meu amigo especial. O Quim Machaz. Alguém com um coração de ouro e para quem o maior gosto era dar prazer aos amigos.
Viveu intensamente. Como quiz. Gozando tudo o que a vida lhe proporcionou. E que ele soube sempre partilhar com aqueles de quem gostava. Foi por essa sofreguidão que morreu com pouco mais de sessenta anos.
A mim fica-me a lembrança de todas as gargalhadas que com ele dei. E dum jantar que jamais esquecerei, pouco tempo antes de falecer.
Não conheço ninguém que não gostasse do Quim. Filho de um dos donos do hotel Tivoli não houve, no 25 de Abril, um trabalhador que levantasse o dedo para o sanear. Pelo contrário, fizeram-lhe um total voto de confiança. Neste país e nesse tempo, é obra!
Os amigos ficaram mais pobres. Mas o céu ficou mais rico e divertido!

H.S.C

terça-feira, 14 de julho de 2009

Os cinquenta anos...

O último Nouvel Observateur é dedicado aqueles que têm mais de cinquenta anos. A chamada de capa é glamorosa e diz "A 50 ans tout est possible".
Não será inteiramente verdade - por norma já não se será mãe, por exemplo - mas encerra toda uma filosofia de vida com a qual me identifico plenamente e que tem sido a minha ao longo dos anos. Quando era nova olhavam-me de soslaio. Hoje julgo merecer a admiração de algumas dessas pessoas.
A idade pode tirar-nos um certo poder de sedução física, mas também faz com que gozemos muito melhor cada centímetro do nosso corpo, finalmente libertas de preconceitos. E sem ter de provar nada a ninguem.
Se formos inteligentes, a idade pode ser uma arma de imensa sedução para todos aqueles que, com sabedoria, ultrapassaram a sofreguidão dos verdes anos e gozam essa espécie de calmaria fogosa que se lhe segue.
Sei, felizmente, do que falo. No meu tempo fui janota e não era estúpida. Hoje sou uma mulher de idade, madura, segura, para quem as rugas nunca foram inibitórias do que quer que fosse. E que jamais desistiu de viver a sua vida.
Talvez por isso me regalou a ideia do Obs, tido como magazine de referência, de abordar este tema. No feminino e no masculino. Sem peias ou intelectualismos de classe.
Sabem que mais? Comecei a fazer uma lista dos homens e das mulheres de mais de cinquenta anos e com poder de sedução. O que eu descobri, Deus meu!
Só por esta magnífica lista, valeu a pena...
H.S.C

O português e a matemática

A maioria dos estudantes têm um medo atávico da matemática e do português. Os anos vão passando, as reformas vão-se sucedendo, mas o terror mantem-se. E os resultados dos exames são reveladores deste estado de espírito. Num ano pioram as notas da língua mãe. No outro, agravam-se as classificações da ciência dos números.
Este quadro evidencia, a meu ver, duas lastimáveis facetas: o desinteresse pela leitura -arma indispensável para o domínio da língua - e a diminuta racionalidade de que o espírito matemático é paradigma. Ou seja, em termos muito simples, o que nos caracteriza é uma certa forma de mediocridade.
O interesse pela leitura costuma nascer do contacto com meios culturais mais exigentes. E a curiosidade pela matemática costuma nascer do contacto com os meios científicos. Num país em que o que mais interessa é a melhoria das estatísticas da educação e não o conteúdo dessas estatísticas, torna-se absolutamente natural que se tenha um vocabulário diminuto, se fale gramaticalmente mal e se não saiba bem uma qualquer tabuada que facilite o cálculo mental.
Neste enquadramento, não surpreende afinal, que se não percebam os formulários, se não acompanhem as legendas dum filme, se não saiba o que é uma raiz quadrada. E, pior, se não tenha, sequer, consciência da gravidade que essa situação representa. É que a língua e a matemática, para o bem ou para o mal, fazem parte do nosso quotidiano.
Mais, a simples distinção entre o gosto pelas letras ou pelas ciências, é bem reveladora de uma concepção ultrapassada da nossa actual realidade.
O português e a gramática, a matemática, assim como a história e a geografia, deviam fazer parte de todo o estudo pré-universitário. E não seria demais!

H.S.C

domingo, 12 de julho de 2009

Um prazer

Ontém ouvi, atentíssima, a excelente entrevista concedida pelo Prof. Sobrinho Simões ao programa Navegadores, da RTN. Foi um tempo ganho ao meu descanso. E de certo modo, também, ao meu trabalho. Porque fiquei ali, frente ao televisor, maravilhada, sem descansar nem trabalhar, apesar de necessitar de qualquer das situações.
Acompanho de há muito o trabalho deste médico investigador que coordena uma equipa respeitada em todo o mundo. Mas o mais interessante da conversa foi a descoberta do ser humano que falava das suas alegrias, dos seus medos, dos seus prazeres, como um qualquer de nós. Um qualquer de nós, claro, que tenha o grau de conhecimento próprio como o que ele revelou.
Naquela altura falou o neto e o filho de médicos, o marido de uma médica, o pai de tres filhos dos quais dois são médicos e finalmente o avô. Que confessa que aquilo que hoje lhe dá mais prazer é ver crescer os netos e acompanhar o seu desenvolvimento porque, no seu tempo, como pai, nem sempre o consegiu fazer com os seus filhos.
Em determinada altura cheguei a comover-me, tal a proximidade deste discurso, destes sentimentos, destes medos. A simplicidade com que ele respondeu que reage mal ao passar dos anos porque a genica já não é a mesma, a naturalidade com que falou do medo da reforma, enfim, a reacção que tem quando vai a um médico e vê nele um antigo aluno seu, tudo foi de uma excelência rara, num país em que a mediocridade é a forma corrente de expressão, sobretudo televisiva.
Só posso dizer que fiquei mais rica depois de ouvir este cientista que, além de um ser humano de excepção, ainda tem o privilégio de ser um belo homem!


H.S.C

sábado, 11 de julho de 2009

Egoista

Sou das felizardas que recebe a Egoista, uma das mais interessantes revistas feitas em Portugal, sob a direção de Patrícia Reis e a batuta de Mário Assis Ferreira.
Sou admiradora e amiga de ambos. Ao Mário conheci-o melhor quando fui Presidente editorial de uma publicação que se pretendia de análise politica e económica. Admirei sempre a sua imensa capacidade de trabalho e a fidelidade aos seus amigos.
A Patrícia conhecia-a primeiro através da leitura daquilo que escrevia. Depois pessoalmente. E a admiração só cresceu com o contacto que fomos tendo. É uma escritora de mão cheia, é inteligente, culta e muito bonita. Tem ideias e é capaz de as realizar.
Ignoro, face à crise, qual o futuro das boas revistas, em Portugal. Se a Egoista desaparecesse seria lamentável. Faz em Março do próximo ano, dez anos de existência. O último número sobre o génio e a solidão é excelente. E o texto de Mega Ferreira exemplar.
São fenómenos destes que podem, um dia, levar os meus netos a acreditarem, ainda, na criatividade do seu país!

H.S.C

sexta-feira, 10 de julho de 2009

As duplas candidaturas...

Sempre achei original esta questão das duplas candidaturas. "Se ganhar isto, largo aquilo", parece-me uma filosofia que, a ser seguida em vários aspectos da vida, nos poderá levar longe.
De facto, logo para início de conversa, tomemos o caso do casamento. Por este critério, cada um de nós começaria logo por ter dois namorados/as que, com o tempo, se transformariam em dois noivos/as. Chegados a este estádio tornar-se-ia necessário ver as propostas de cada um/a dos/as candidatos/as. E escolher-se-ia para marido ou mulher quem oferecesse a promessa mais aliciante, mandando às urtigas o/a outro/a cuja oferta fosse menos atractiva. Simples e eficaz!
Claro que ainda haveria quem, por uns tempos, continuasse a alimentar sentimentalmente o/a "abandonado/a", para ter recuo fácil em caso de divórcio...
Um pouco, também, como inscrever-se em dois cursos para no final optar apenas por um.
Como se depreende, exemplos de duplas opções existem em várias áreas. Não os refiro por mera decência. Mas são ilustrativos dum certo tipo de ética. Neste caso, grave, trata-se de ética política!
Socrates fez bem em exigir que, a partir de agora, quem se candidate faça a sua escolha prévia.
E ainda há quem se ofenda argumentando que as regras não se mudam a meio do jogo. Como se o jogo fosse limpo ou aceitável, à partida.
Haja paciência para aturar as defensoras de certos moralismos...

H.S.C

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Os carrinhos e os carrões

Sim senhor, falamos de carrinhos. E de carrões também. Só setenta mil. Todos penhorados por dívidas ao fisco. Que faz o governo? Perante um decréscimo de receita fiscal de 20% decide vendê-los e fazer uns euritos. Acho bem.
O que já me preocupa são as jogatinas que lhes podem vir a estar associadas. Porque desde que haja uns amigos e alguma inside information, está de ver que não faltará quem se proponha comprar hoje por cem, para vender amanhã por duzentos. Nada de original. Apenas algo parecido com a venda dos CTT em Coimbra... Os portugueses, sabe-se, são habilíssimos a encontrarem soluções "auspiciosas" para este tipo de transações.
Querem apostar que em lugar de entrar dinheiro vai sair marosca?

H.S.C

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O G8 do nosso descontentamento

O G8 , grupo das nações mais industrializadas do mundo e constituído pelos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Russia, não conseguiu acordar numa estratégia comum para vencer a crise. O que significa que, apesar do problema ser comum, caberá a cada país tomar as medidas que achar mais convenientes para resolver o "seu" problema de injecção de dinheiro na economia.
Depois de dois biliões de dolares investidos em estímulos económicos começa a recear-se, agora, que isso não seja suficiente e o Presidente Obama fez eco dessa preocupação.
Ou seja embora aqui e ali haja sinais que parecem apontar para que o fim da crise possa estar mais próximo, a única certeza é, mesmo, a incerteza.
Esta falta de acordo entre os grandes deve preocupar os países mais frageis como Portugal e mostra que quando toca a rebate cada um só pensa no seu próprio fogo!

H.S.C

Um certo amor

" Corria o mês de Setembro quando fui saber os resultados do exame. Nervosa, tentei descobrir o meu nome nas dezenas de pautas espalhadas pelas vitrines que enchiam o claustro do edifício do Quelhas, como então era conhecido. Perdida naquele mar de classificações, não conseguia atinar com as minhas notas. In extremis decidi pedir ajuda.
Foi quando, ao longe, vi um vulto. Aliviada, dirigi-me para ele. O vulto virou-se e...que dizer, a sombra tornou-se dia. Fiquei tão siderada, tão deslumbrada, que não consegui articular um único som. A boca seca e o corpo imóvel faziam de mim uma boneca sem corda.... Só ao fim de alguns segundos, a garganta permitiu que articulasse umas palavras desencontradas.
Foi a única vez que tal me aconteceu com tanta intensidade. E foi, também, o início de uma longa história de amor que só acabou com a trágica morte do objecto da minha paixão."

(Excerto do livro "Porque é que as mulheres gostam dos homens" de Helena Sacadura Cabral)

A recordação deste meu primeiro amor de adolescente continua tão viva como se tivesse acontecido ontém. Hoje, descrevê-la nestes moldes, pode parecer ridículo. Não importa. Foi exactamente assim que a guardei dentro de mim todos estes anos.
Ao falar de amor é dela que sempre me lembro como uma das mais belas páginas da minha vida.
O António - era este o nome da minha grande paixão - morreu num 8 de Julho de há alguns anos. O que nos ligou foi tão forte, tão intenso, que eu acredito que, onde quer que ele se encontre, estará comigo neste dia.

H.S.C

terça-feira, 7 de julho de 2009

Falta de tempo

Não percebo como é que as pessoas da minha geração se queixam do tempo que o tempo leva a passar. Eu queixo-me do contrário. De não ter tempo para fazer tudo o que me dá prazer, incluindo o não fazer nada.
Serve o intróito para explicar que nunca leio as revistas que compro - e são muitas - na devida altura. Levam sempre alguns dias de atraso até ao seu consumo. Por isso, só hoje falo de duas delas.
Uma, de há 15 dias, a Le Point, dedicava o número aos segredos da felicidade. A não perder porque se trata de uma visão multifacetada deste objectivo raramente alcançado. O sub-título, dizia , com humor, "en l'attendant, essayons d'être heureux"! Aconselho vivamente a sua leitura, de espírito aberto e mesmo já fora de prazo.
A outra, da semana passada, é a The Economist, que tem como tema de capa "The mystery of Mrs Merkel". Pode, ou não, concordar-se com o retrato. Mas vale a pena perceber porque é que a chanceler alemã é uma das mais curiosas e incontornáveis figuras da política europeia actual. Igualmente a não perder.
Ambas são de grande utilidade no momento que atravessamos...

HSC

Entre o sério e a brincadeira...

Meu Deus que saraivada levei com o meu último post. Quando se tenta fazer humor com coisas sérias é o que dá...
De facto, ao assistir à apresentação do homem maravilha, assaltou-me a ideia que vos contei. E é verdade que ri, com riso amarelo, do surpreendente quadro imaginado.
Gosto bastante de mim e de ser quem sou. Não devo, aliás, suscitar muitas dúvidas a esse respeito. Mas também gosto de me pôr na situação de outros que, por um qualquer motivo, chamam a minha atenção. Neste caso não consegui fugir a ser, por momentos, Dolores Aveiro. Como também já fui outras mães que passaram por ocasiões bem diferentes e dolorosas.
É bom fazê-lo para se ter a medida do que somos e de quem somos!
Os comentários dos meus leitores puseram-me em sentido! Bem hajam!

HSC

segunda-feira, 6 de julho de 2009

E se eu fosse Dolores Aveiro?

Acabei de assistir - televisivamente, claro - à apresentação do CR9 no estádio de Santiago Barnabeo. Eram 80.000 espectadores a aplaudirem o melhor jogador do mundo de futebol.
De repente pensei o que sentiria a mãe do jogador naquele momento. E, vaidade suprema, pensei em mim. Dei uma sonora gargalhada, amarela e bem sem graça.
É que se eu fosse Dolores Aveiro estaria feliz da vida. Primeiro, porque gosto de futebol. Segundo, porque vibro ao ver jogar o puto maravilha. Terceiro, porque não teria de trabalhar até ao fim da minha vida. Quarto, porque mesmo que tivesse dois filhos não poderiam ser os dois igualmente bons jogadores, visto que "melhor do mundo" há só um. Quinto, porque não teria de ter esta magestática gestão familiar. E não avanço mais razões...
Cresci numa família em que o irmão mais velho do meu Pai foi um herói nacional. Fui educada no seu exemplo. Hoje só a familia o relembra e a pátria já o esqueceu. Como esqueceu outros. Na terrinha não gostamos de heróis. Não se parecem connosco. A menos que sejam ídolos da bola.
Eduquei dois filhos para serem cidadãos comuns e conscientes. Longe da política e dos flashes. Decidiram ambos fazer jornais. Já foi difícil.
Depois decidiram ambos abraçar uma carreira que não aprecio e me faz sofrer. Mais difícil ainda, se possivel...
De comum, o amor que têm por mim!
Porque não serei eu Dolores Aveiro, a também amada mãe de Cristiano Ronaldo?!

H.S.C


Banco Editorial

Sou admiradora confessa do blog do nosso Embaixador em França, Dr. Francisco Seixas da Costa*. No seu post de ontém - a propósito da notícia de que a Imprensa Nacional estaria a liquidar o seu fundo editorial invendável - dá a sugestão de que se constitua um Banco Editorial para onde reverteriam não só ditas obras, mas também aquelas de que as editoras privadas igualmente se desfazem ou vendem a quilo. O acervo assim obtido poderia ser distribuído pelos países de língua portuguesa, em particular as antigas colónias, hoje independentes - e bem carenciadas nesta área - que continuam a ter a língua portuguesa como referência.
A idéia é excelente e lanço daqui o apelo a que algum editor a materialize, à semelhança do que acontece com outros bancos solidários como os do tempo ou da fome.
Sei que há formas de enviar livros para as ex províncias e que há quem o faça. Mas são acções isoladas, que vivem da boa vontade de muitos. A vantagem desta ideia seria a dimensão e a organização. Haja, assim, quem pegue no conceito e lhe dê forma!

* duas-ou-tres.blogspot.com
H.S.C

domingo, 5 de julho de 2009

Feira do artesanato

Eu devo ser louca. Uma prima e uma amiga desafiram-me para ir à Feira do Artesanato. Disse logo que não, temendo as multidões dum país em crise, num Domingo sem sol. Mas como sou um coração de manteiga, lá me arrastaram para uma função que está completamente fora dos meus hábitos.
Mantenho que foi uma loucura, porque o mar de gente era superior a tudo quanto eu pudesse imaginar. Mas aprendi algumas coisas. Duas delas merecem menção especial.
Uma a excelente qualidade das peças de vestuário e da roupa de casa. Vi capas e casacos lindíssimos que ignorava fossem nossos e que seriam um sucesso no estrangeiro se devidamente apoiados pela autoridades competentes. Vi toalhas e panos de mesa de que nos orgulharíamos em qualquer ponto do mundo. Destaco a Beira em qualquer destas áreas.
A outra surpreendente. Face à máquina multibanco a fila de gente chegava a meio de um dos pavilhões. Ou seja, as pessoas iam levantar dinheiro para fazerem compras. Em tempo de crise... não se limitavam a ver. Iam mesmo comprar. É obra!

H.S.C

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Os azares de Socrates

O Primeiro Ministro anda em maré de azar. Depois do desastre das Europeias e dos debates que lhe não correram bem - nomeadamente o da PT/TVI - este estava em bom andamento. Até ao lamentável incidente. Que, em período eleitoral vai, certamente, ser objecto de multiplo repasto.
José Socrates precisava de tudo, menos disto. Mas, assim como o critico quando entendo que o merece, também devo dizer que o PM se portou bem face ao sucedido. Foi rápido, pediu desculpa ao partido visado e ao Parlamento, condenou o gesto, e encontrou uma solução de recurso que era a única possível, neste momento, a três meses de eleições.
De facto, ou vai à bruxa, ou tem que pedir a proteção do seu anjo da guarda, mesmo não sendo crente. É caso para ele se perguntar " que mais me irá acontecer?!".

H.S.C

Rapaz fino...

O Ministro Pinho, muito dado ao convívio com celebridades, modernizou-se. Agora em pleno debate na Assembleia da República aponta "cornos" a um deputado.
Fina compostura para um membro do governo.
Será que o ministro se julgava na arena do Campo Pequeno? Ou, pior, pretendia chamar nomes a alguém, injuriando a família do deputado?

H.S.C

Em tempo
O ministro Manuel Pinho na sequência destes acontecimentos, pediu a demissão que foi aceite. Teixeira dos Santos irá acumular as duas pastas.

Dinheiro fácil

Surpreende, ainda, um caso como o da Forex, a empresa fictícia que prometeu mundos e fundos e lesou uma boa parte de portugueses. O esquema D.Branca, mais sofisticado, parece continuar a ter futuro em Portugal.
Tudo porque as pessoas alinham em qualquer esquema que lhes permita ganhar dinheiro fácil. Ora como diz, entre nós, Cesar das Neves, "não há almoços grátis". Não pode haver.
Há uns meses, uma minha conhecida que vivia do seu trabalho e à altura estava desempregada, confessava-me que pusera toda a indemnização recebida, no jogo da bolha. Devo ter usado todo o meu português mais vernáculo, ao descompô-la. Mas o argumento era sempre o mesmo. O x e a Y ganharam isto e aquilo. E, por mais que eu explicasse que para esses terem ganho, outros teriam que perder ou ter perdido, ela não me ouviu. Ficou, claro, sem o dinheiro...
O caso da Forex, agora divulgado, e de que se sabe apenas uma parte - há muitos que têm vergonha e não apresentam queixa - é típico do que acabo de dizer. A empresa trabalhava no mercado de divisas, dizia-se sediada na Suiça e cativava os seus clientes através da net e dos seus foruns. E, como se vê, continua a existir quem acredite neste tipo de aliciamento virtual e transfira, sem cautelas, o seu dinheiro para uma hipotética firma de gestão...
Parece que nem os casos BPN, BPP e quejandos, provocam mais cautela no portuga, sempre entusiasmável por esquemas que fujam à legalidade. Resultado: uma burla cuja dimensão ainda está por descobrir, embora o que já se sabe, seja preocupante!

H.S.C

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Kind of blue

Gosto muitíssimo de jazz. Do bom. E tenho três preferidos: Bill Evans, Miles Davis e John Coltrane. Depois vêm muitos outros, quase ao lado, mas mesmo assim diferenciados.
Se falo disto - ando para o fazer desde Abril - é porque fez cinquenta anos um disco memorável que reune aqueles trio que referi. Chama-se "Kind of Blue" e é algo inesquecível. Ouvi-o ontem e jurei aos deuses que hoje falaria dele.
Esta obra seria uma autêntica revolução no mundo do jazz da época, criada por três homens completamente diferentes.
Bill Evans, que adoro, era um tímido. Miles Davis um homem elegante, mas arrogante. E Coltrane era o que chamo dum místico. Pode, portanto, avaliar-se o produto desta fusão, gravada sem repetição, à excepção de Flamenco Scketches, que dobrou.
Mais tarde Miles renegaria de algum modo este trabalho. Pouco importa, porque ele continua a ser um dos discos mais vendidos no mundo! Se não o têm ou não o conhecem saibam que a Sony lançou recentemente um CD e DVD. A não perder!

H.S.C

P.S. Um dos meus discos preferidos de Bill Evans chama-se "You must believe in Spring", que considero um verdadeiro pecado.

Pedido original

Pode gostar-se ou não de Sarkozy. Mas deve-se estar atento ao que ele faz.
Face ao problema do endividamento francês - não somos só nós - resolveu, ao invés de outros que aumentam os impostos, pedir dinheiro emprestado aos cidadãos, num plano que irá concretizar-se em 2010.
Claro que o empréstimo não será obrigatório, porque isso seria o mesmo do que lançar uma taxa e dirige-se, sobretudo, aos detentores de maiores rendimentos.
Por seu lado, o Primeiro Ministro, François Fillon, inteligente, decidiu pedir à esquerda sugestões para determinar quais os sectores onde devem começar os cortes na despesa pública.
E se por cá começassemos a copiar alguma coisa?

H.S.C

Pina Bausch

Morreu Pina Bausch, de seu nome próprio Philippine. Nascida em 1940, iniciaria a sua paixão pela dança aos 14 anos com o mestre Kurt Jooss. Seguiria, noutros países, os seus estudos de música clássica. Até ter resolvido caminhar noutra direcção e coreografar no Folkwang Ballet, de Jooss, que iria dirigir entre 1969 e 1973. No ano seguinte funda a companhia Tanztheater Wuppertal Pina Bausch. Desde então, passa a produzir, como norma, um espectáculo por temporada.
O seu primeiro êxito, em 1975, foi a Sagração da Primavera.
Esteve mais do que uma vez em Portugal. A primeira, julgo, nos Encontros Acarte.
Vi-a em duas ocasiões. Magríssima, o olhar distante e, ao mesmo tempo, profanado de uma certa angústia. Era, de facto, uma mulher impressionante e a dança moderna deve-lhe um enorme tributo!

H.S.C