quarta-feira, 8 de julho de 2020

Odiar quem odeia...

A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, garantiu em entrevista ao Expresso que o Governo não vai lançar qualquer mecanismo de controlo ou bloqueio de discurso de ódio nas redes sociais, mas recorda que essa possibilidade está prevista por instâncias europeias. No entanto, será adjudicado um estudo capaz de apurar resultados mensais sobre o discurso de ódio na Internet .
Todos sabemos que a internet, pelo facto de não ser regulamentada, é um campo fértil para o tal discurso do ódio que a governante refere. Mas também sabemos que a democracia, entre muitos outros princípios, tem na liberdade de expressão um dos seus maiores pilares.
Portanto, tudo o que constitua uma proibição, ou uma limitação a essa liberdade, é um acto antidemocrático.
Pessoalmente mais do que o discurso do ódio, o que sinto que existe é a inveja, a má língua e, sobretudo, a calúnia. Podemos chamar a isto de ódio? Tenho dúvidas e mesmo alguma dificuldade em aceitar que, o que desse tal ódio lá possa existir, justifique qualquer medida governamental no sentido de censurar – porque é de uma censura que se trata – a opinião que os jornalistas ou os opinion makers possam expressar.
Parece-me então mais lógico que haja, à semelhança dos jornais, um a espécie de “estatuto” que regula os princípios a que devem obedecer os seus utilizadores. Deste modo quem lá escreve sabe  à partida o enquadramento e os riscos que corre.
Sem essa reserva estabelecida, as limitações ao “discurso” do ódio podem tornar-se, elas próprias, em ferramentas perigosas, e levar simplesmente pessoas de bom senso a transformarem-se em criaturas quem se tornam capazes de odiar quem odeia...

HSC

15 comentários:

Maria Eugénia disse...

Isto tudo acontece simplesmente porque essas pessoas que destilam ódio, são covardes, sustentando-se na ideia de ninguém as ver e saber quem são! Um horror, sobretudo quando começam cedo e de tenra idade... Como serão mais tarde? Que educação vão dar aos filhos, geração do futuro? Assusta-me sinceramente.
Cumprimentos.

Pedro Coimbra disse...

Quando se começa a censurar o caminho é perigoso.
Olhe para o exemplo de Hong Kong.

Anónimo disse...

Qual discurso de ódio? Isto é uma medida, nada encapotada e já em vigor há muito tempo, para calar as vozes discordantes, ou seja todos aqueles que vão contra a agenda imposta pela extrema-esquerda a nível mundial. Quem ousa manifestar-se contra a ditadura do politicamente correto, as políticas identitárias, a ideologia de género, o escancaramento das fronteira do ocidente
às hordas terceiro-mundistas, a vitimização e impunidade das minorias, as supostas alterações climáticas antropogénicas, a agenda globalista em geral, tem de ser perseguido, humilhado e silenciado a todo o custo...

Anónimo disse...

Discurso do ódio e calúnia são a mesma coisa.

Anónimo disse...

A maior gravidade hoje está nos poderosos gangsters tecnológicos que lançam na net enormes quantidades de fake news e desinformação, difíceis de combater.

Hoje existe uma recolha gigantesca de dados sobre todos nós, e esses dados são avaliados como um bem mais valioso do que o petróleo.

Essa recolha de dados é usada na política, como na eleição de Trump, no Brexit, etc.

Há quem considere tudo isto mais perigoso do que a pandemia, e não vejo forma de combate senão uma regulamentação. Mas não é fácil!

O ódio insere-se nisto tudo.

Anónimo disse...

A frase «odiar quem odeia» parece-me pura demagogia.
Dê-me um exemplo concreto do que é odiar quem odeia.
Trata-se de defender os direitos humanos e a cidadania digital.
Trata-se de agir contra os abusos e a violação dos direitos humanos.
O mundo precisa de valores, e o mundo online faz parte do mundo.
A calúnia, a difamação, os abusos sexistas, a intolerância religiosa, racial, são antidemocráticos.
O boato sempre existiu, nada disto é novo, só que tudo se ampliou através da internet a uma dimensão difícil de combater.
Mas concordo que não é através da censura, e que é extremamente difícil de combater, com a dimensão que tudo isto atingiu, com a produção gigantesca de informação falsa e com a recolha logarítmica de dados sobre os cidadãos.
Através da educação, da regulamentação? Confesso que não sei, dada o gigantismo das máquinas da internet, mas sei que é preciso encontrar formas democráticas de lutar contra os abusos e violações antidemocráticos.

Anónimo disse...

Gosto do texto e não odeio ninguém, mas o que é que quer dizer o título, é abrir as prisões e soltar os criminosos, é ficar indiferente a tudo, é dar a outra face?!

Anónimo disse...

Só falta dizerem que os Direitos Humanos são politicamente correctos.

Quais são então os valores democráticos?

Não existirem regras, nem valores, tudo é permitido, tudo pode ser dito e feito?!

Isso não democracia é barbárie.

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo as 12:53

Um exemplo. O Miguel como outros colegas adolescentes foram autorizados pelo Prof Pinto Correia a reunirem-se na universidade para tentarem encontrar uma forma de enquadrar o programa da escola. Tinham entre 12 e 15 anos. Foram presos, foi.lhes rapada a cabeça par serem reconhecido. Os pais foram chamados de madrugada para os irem buscar. Quando fui buscar o meu filho e o vi naquele estado, o meu sentimento de ódio veio ao de cima pela barbaridade cometida. Hoje seriam heróis...
Mas eu nunca esqueci a cara do agente da Pide e disse~lhe que se um dia o encontrasse cá fora, ele contasse com uma boa sova...ou algo que compensasse o que ele havia feito!

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 18:06
Não concordo consigo. Pode odiar-se por razões próprias e não caluniar.
O GENOCÍDIO DOS JUDEUS E DOS ARMÉNIOS PODEM SUSCITAR ÓDIO SEM NECESSIDDE DE CALÚNIA. Os factos falam por si e não carecem de ser caluniados.

Anónimo disse...

Os Judeus e Arménios foram VÍTIMAS de ódio e não agentes do mesmo.
Há quem ignore os dados, há pessoas para tudo- quem defenda que a terra é plana, que Isabel II de Inglaterra é descendente do lagarto, quem ache que o holocausto não existiu, etc., etc.

Anónimo disse...

Nem de propósito... ainda hoje estive a reler um excerto de um texto do seu Miguel. Que falta nos fazem as suas palavras, neste deserto...
Abraço grande. Logo lá estarei a ver e ouvir o mano Paulo (enquanto não avança alguma Censura, de que a estupidez, a ignorância são primas direitas).

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 17:02


Pois, pois e o Hitler foi eleito democraticamente!

Anónimo disse...

Que Hitler tenha sido eleito democraticamente é um mito que OS DADOS não comprovam. Uma grande parte das pessoas não sabe como Hitler chegou ao poder.

Apesar de existir um regime democrático em Weimar, será que se pode dizer que a Alemanha era um estado democrático?

Houve duas eleições em 1932, em que os nazis tiveram apenas 37% e 32%. Após grandes manobras de bastidores, Hitler foi nomeado chanceler pelo presidente Hidenburg, convencido pelos grandes empresários.

Os social-democratas foram impedidos de fazer campanha, e começaram as prisões em massa dos opositores. Uma democracia pressupõe a ausência de pressão violenta, exercida pelos nazis sobre as pessoas e os grupos políticos (e sobre os judeus), desde a década de 20.

Nas eleições de 1933, finalmente os nazis, em conjunto com os conservadores, conseguiram maioria de votos.

Anónimo disse...

A porta aberta ou fechada?
Escolhas...

https://youtu.be/1tV34lJ62WA

:-)