António Costa fez tudo, nas últimas semanas, para tirar ao PPE os principais cargos da União Europeia. Mas decorridos três dias de impasse negocial dentro do Parlamento Europeu, acabou por ceder.
Convém lembrar que a função de um primeiro ministro é defender os interesses nacionais e não os desígnios do grupo político a que pertence.
Ora Costa colocou-se completamente contra a Alemanha e juntou-se a Macron e a Sanchez que, claro, o haviam de abandonar, quando já não precisavam dele.
Para culminar, resolveu atacar Donald Tusk, esquecendo que quer Merkel, quer o Presidente do Conselho Europeu, sabiam que a solução de Osaka nunca poderia ser aceite pelos restantes países da União Europeia.
Acresce que Tusk considerava – e bem - que não seria desejável aquela posição. Para perceber isso, bastava recordar o que Tusk fez em Julho de 2015, para impedir que a Grécia saísse do Euro.
Mas, mais importante ainda, Costa sabia o papel construtivo que Tusk tem desempenhado no processo do Brexit, ajudando a manter a unidade da UE e evitando a radicalização de posições entre Bruxelas e Londres.
Quando aceitou a decisão de um pequeno directório de países, grandes e ricos, onde estava a Espanha, ignorou um princípio básico da diplomacia portuguesa. E seguiu-os até ao ponto em que já não havia ninguém mais para seguir.
A isto chama-se um paradoxo, ou talvez... um desastre de política externa!
HSC
9 comentários:
Gosta muito de se exibir e pensar "que as suas manobras
resultam", mas falta-lhe muito o sentido de Estado e as
responsabilidades inerentes…
Lamento que o nome de Portugal estivesse envolvido
nestas manobras.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
costa, um pequeno lider partidário dum pequeno país. Sem estatura nem dimensão de estadista. E nós, uma nação pobre e ovina. Temos, pois, aquilo que merecemos...
Bom fim de semana, drª Helena
Ai minha senhora sentido de Estado e capacidade de se enxergar a si próprio são qualidades que os políticos têm pouco...São só ares!
"Ignorou um princípio"? Este indivíduo tem algum?
Ao actual governo chamam geringonça. E o que era o PSD + CDS senão uma chocolateira, outro tipo de geringonça? Não me parece que as maiorias sejam positivas.
Li precisamente o contrário: " Esta solução foi conseguida ao fim de dois dias de negociações em Bruxelas, com o PPE dividido em torno do nome a apontar para a Comissão Europeia. Havia uma primeira distribuição de cargos acordada entre Angela Merkel, Weber e o presidente do PPE. No entanto, a solução que tinha o spitzenkandidat apoiado pelos socialistas à cabeça não vingou, com a família de centro-direita a recusá-la, sobretudo por causa do peso ao grupo de Visegrado a opor-se ao nome do socialista holandês que também teve a oposição do primeiro-ministro italiano Salvini. Merkel nunca conseguiu fazer passar esta solução e acabou por colocar à frente da comissão aquela que durante muitos anos foi apontada como sua sucessora na Alemanha"
Já não percebo nada! Mas política é política, seja quem for...
Bjs da Maria do Porto
Um Post transcrito do Observador, ou quase. De um tal João Almeida.
Que até não está mal visto. Foi, bem vistas as coisas (aquel optimismo do Costa, antes do desaire), um erro de cálculo de Costa. E uma cedência.
Costa não tem estatura de Estadista, mas convenhamos que esta nova gente que irá tomar as rédeas da União Europeia são uns trastes. A futura Presidente da Comissão sempre defendeu posturas radicais contra a Grécia, bem diferentes daquelas que a actual Chanceler A.M e até o seu miserável MF defendia, enfim, uma indivídua próxima da Extrema-Direita alemã, ainda por cima envolvida em porcarias financeiras graves, de acordo com fontes alemãs; o futuro "PM" da U.E foi um PM do seu país, a Bélgica, incapaz de formar governo durante ano e meio; a futura dirigente do BCE que esteve a braços com um processo de corrupção no seu país, antes de rumar ao lugar cimeiro do FMI e que nos lixou e bem (para além dos Gregos) durante o governo de Passos/Portas; e enfim, etc e tal e assim temos esta nova elite europeia, com o apoio dos Salvinis da vida e os tratantes dos Orban's e outros que tais do grupo de Visegrad. A União Europeia no seu pior. A caminho, quem sabe, gradual, do seu fim, mais dia menos dia. E no meio desta tragédia grega dos tempos modernos, temos o nosso Costa a armar ao pingarelho!
Só peço uma coisa: que esta Europa, das Artes, da Literatura, da Música, da História, do Pensamento, da Filosopfia, da Cultura, da Democracia, da Tolerância, e de tantos outros valores, não se deixe afundar e que permaneça!
Olhando à volta, é a Barbárie...comparado connosco europeus!
Maria do Porto
Não leu o contrário, não. Costa foi fazendo os arranjos que convinham aos socialistas. Incluindo apoiar Espanha. So que esta quando obteve um lugar deixou cair o seu amigo António Costa...
UmPM tem por obrigação defender o país e depois se conseguir defender o seu partido. Costa inverteu as posições e ficou sem nada!
Anónimo das 22:05
Quando transcrevo, tenho o cuidado de utilizar o itálico e d dizer a origem. O que penso e escrevi neste caso é influenciado pelo Observador, mas bem mais pelos textos do Expresso. Ficou claro?
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