Os banqueiros dos principais bancos
defendem que o multibanco deve ser pago ou ter critérios uniformes em toda a
zona euro.
Esta
opinião foi apresentada durante o “CEO Banking Forum”, que decorreu na
quarta-feira nas instalações da Nova SBE, em Cascais. Na generalidade, os responsáveis consideraram que, dado tratar-se
de um serviço disponibilizado pelo banco, devia ser pago.
Porém, a lei não permite esse pagamento, já que pela legislação
nacional “está vedada a possibilidade de qualquer cobrança por operações de
levantamento, depósito ou pagamento de serviços serem cobrados,
encargos ou comissões, nas caixas automáticas, sejam
elas da rede de Multibanco da SIBS ou sejam outras".
Convém lembrar que as caixas multibanco foram criadas para promover
alguma competitividade e permitiram aos bancos diminuir não só número de
agências, como reduzir o número de funcionários aos balcões. E, quer-se agora, por
via de uma crescente utilização de caixas automáticas, que os utilizadores
paguem por isso?
Ou seja, primeiro cria-se a utilização, permite-se a sua gratuitidade,
vai-se fidelizando os clientes e quando essa fidelização está criada, começam a
cobrar-se comissões.
Nem os levantamentos ao balcão deveriam ser pagos, uma vez que o
detentor do fundo depositado é o próprio cliente. Apesar disso os valores cobrados são bastante
altos.
Se os bancos beneficiaram da diminuíção do número de agências, e
do número de funcionários aos balcões, por via de uma crescente utilização de
caixas automáticas querem agora, que paguemos por um benefício que foi deles?
Importa
salientar que o incentivo à
utilização não pode ser um caminho para depois se introduzirem novas comissões. Isso
seria pouco sério e conduziria, no futuro, como reacção, a que se voltasse a
ter o dinheiro guardado em casa.
Se os
bancos, face às baixas taxas de juro praticadas – situação essa, sim, que, para
mim, como economista, me preocupa– viram o seu negócio modificar-se, não podem
pretender transferir para o cliente, o exclusivo peso da situação.
Terão de
ter a criatividade suficiente para contornar o problema e habituarem-se a que o
padrão bancário do passado se alterou. Se o não fizerem, digam adeus aos
milhares de pequenos depositantes que preferirão ter as suas economias no colchão....
HSC
10 comentários:
Totalmente de acordo com o existo !
Melhores cumprimentos.
Uma proposta que tresanda a má-fé por parte das entidades bancárias.
Um ilustre macaense (Carlos Encarnação) costumava dizer que até na m....há que ter dignidade.
Infelizmente ainda há muito boa gente que recusa perceber essa realidade.
Bom fim-de-semana.
Subscrevo totalmente!
Um abraço e bom fim de semana
Julgo que cometi um erro no meu comentário.
O nome é Carlos d'Assumpção, advogado e Presidente da Assembleia Legislativa.
Peço desculpa pelo lapso.
Nem mais, HSC! Concordo inteiramente com esta sua análise!
Bom fim de semana!
O negócio bancário deixou de ser o de captar depositantes e lucrar com os empréstimos, para o da cobrança de taxas. Assim até o senhor Zé do café da esquina é um génio da gestão.
Concordo em absoluto com as suas palavras.
Os bancos já estão abusando e muito no que
cobram a propósito e despropósito…
E esta de quererem cobrar pela utilização do
multibanco já dura a algum tempo.Veremos se vai
avante ou não. Espero que não!
E esta semana lá foram mais 850mil (será que foram
850 mil milhões) para o Novo Banco enquanto havia
a discussão sobre o tempo dos professores…
E querem ter a maioria? Será eu os portugueses
estão alucinados?
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
Nada de novo, não existe classe de gente mais infecta do que essa dos banqueiros.
Já se paga comissões avultadas só para ter o nosso dinheiro guardado no banco, compram-se os cartões de crédito que permitem levantar no multibanco, só falta termos de pagar comissões de cada vez que precisamos do guito. Mais vale te-lo debaixo do colchão!! :)
EXCELENTE COMENTÁRIO, HELENA SACADURA CABRAL! MUITO BEM! SUBSCREVO!
P.
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