segunda-feira, 13 de maio de 2019

Finalmente!


Sou, desde o principio, contra o malfadado Acordo (? ) Ortográfico em vigor. Hoje, em boa hora, ouvi no noticiário das oito horas na tvi uma entrevista à professora de português Maria do Carmo Vieira, que me deu imenso prazer. Deduzi da conversa tida com Pedro Pinto e Miguel Sousa Tavares, que o assunto  poderá vir a baixar à Assembleia da República, para ser discutido. 
Sim porque este Acordo, a que fomos submetidos, não foi, sequer, objecto de discussão publica. Foi imposto, apesar de só ter tido a aprovação de dois pareceres dos vinte e sete que sobre o mesmo foram pedidos.
E desses, um pertence ao Prof. Malaca Casteleiro, autor do bizarro projecto, que talvez tivesse ganho alguma coisa se tivesse meditado bem sobre o facto de que «começamos a aprender a língua pelo ouvido, quando crianças. Depois aprendemos pelos olhos, porque lemos as palavras". 
Aliás, «a função de uma ortografia não é nem facilitar o ensino da escrita nem reflectir a oralidade; a ortografia serve para codificar e garantir a coesão da língua escrita normalizada de uma comunidade nacional.»
Pode ser que a iniciativa pela qual se bate a professora Maria do Carmo Vieira abra, finalmente, as consciências para um debate alargado sobre o assunto. Porque é isso que se pretende, ao tentar encontrar a escrita que a nossa língua merece!

HSC

11 comentários:

João Menéres disse...

A esperança é a última a morrer !!!


Melhores cumprimentos.

noname disse...

Não aderi a tal aberração. Recuso-me a escrever brasuguês.
Bom mesmo era terem vergonha na cara e assumirem o escandaloso erro, devolverem a dignidade à nossa língua mãe.

Boa noite, D. Helena

Pedro Coimbra disse...

Não aderi (só se for forçado) ao acordês.
Que só existe porque poderia abrir novos mercados aos autores portugueses.
Uma falácia que, mesmo que fosse uma realidade, nunca poderia fundamentar medida tão drástica e tomada de forma unilateral.
Já imaginou a escrita do Mia Couto, por exemplo, submetida ao acordês?
Boa semana

Maria Eugénia disse...

Ora, nem mais!!! E mais não digo!!!
Bj da Maria do Porto

Isabel Mouzinho disse...

O assunto já foi discutido na Assembleia da República há uns anos e ficou tudo nas mesma.
A maior parte das pessoas, a começar pelos responsáveis políticos, não querem saber do assunto, não o consideram relevante e tanto lhes faz escrever "assim como assado". Por isso, hoje, reina a rebaldaria, mas ninguém se importa com isso. Ou muitos poucos se importam (hélas!...)

Sou pois um pouco céptica relativamente ao que possa vir daí... :'(

Dalma disse...

HSC, não se tire daqui a conclusão que eu sou a favor do AO, quem sou eu nessa matéria, simples professora de Geografia, embora formatada pelo Prof. Orlando Ribeiro que punha na forma de nos expressarmos quer por escrito quer oralmente toda a exigência que lhe era própria?!
Porém aqui deixo a observação de uma colega minha licencia da em Clássicas pela Universidade de Coimbra, e muito sabedora, junto da qual tirei mts dúvidas á cerca do dito: “Dalma, não se esqueça que foi a “escavacar” o latim que chegamos ao Português de hoje”,
Nunca a vi irredutível relativamente ao AO...

Helena Sacadura Cabral disse...

Dalma

O que se pretende é justamente discutir algo que nos foi imposto por razões comerciais. Quem não deve não teme. Então porque não discutir e ouvir quem sabe de ambos os lados.
Mia Couto é um belíssimo exemplo. E ninguém questiona a forma como escreve! É um prazer lê-lo!

Dalma disse...

HSC, absolutamente de acordo pois da discussão (serena e honesta) nasce a luz!
Felizmente (ou não) já não sou professora e por isso já posso ser rebelde em relação ao assunto!

Anónimo disse...

O DITO A.O FOI APROVADO NÃO APENAS POR RAZÕES COMERCIAIS, MAS POR ALGUMA INGENUIDADE E - PORQUE NÃO DIZÊ-LO, ALGUMA IMBECILIDADE -, AO TEMPO, NUNCA É DEMAIS RECORDÁ-LO, EM SEDE DE A.R, PELO ENTÃO GOVERNO SÓCRATES (EMBORA SEJA HERANÇA DE SANTANA LOPES).
CONCORDO INTEIRAMENTE COM O QUE AQUI ESCREVE E, TAL COMO A HELENA, TAMBÉM ME RECUSO A ALINHAR NA ESCRITA DO A.O. HAJA POIS ESPERANÇA DE QUE AS COISAS POSSAM SER OU REVERTIDAS, OU PELO MENOS MELHORADAS, RECTIFICADAS. MESMO QUE, NESTE GOVERNO, HAJA GENTE QUE TENTA, DESPUDORADAMENTE, DESQUALIFICAR QUEM LUTA PELO FIM DESTE MALFADADO ACORDO ORTOGRÁFICO, COMO O INEFÁVEL MNE, AUGUSTO SANTOS SILVA (RECORDE-SE A SUA DESELEGANTE PRESTAÇÃO NA A.R, EM TEMPOS, QUANDO O ASSUNTO FOI ABORDADO).
P.

jpt disse...

Tenhamos esperança que o desaustinado acordo seja finalmente ultrapassado

Anónimo disse...

A nossa língua já sofreu alterações ao longo dos tempos, gostava de saber se quando se escrevia Pharmacia ou o livro de Júlio Dinis "Uma Familia Ingleza" foi publicado foi tanta a algazarra.

O número de palavras que foram modificadas por este Acordo Ortografico é residual a meu ver... a única confusão que encontro é na hora de escrever para e pára.

Vendo as coisas de outro ponto de vista, fazendo um "zoom out" da linha do tempo, antes do português falava-se latim no que é hoje Portugal, antes do latim falavam-se dialectos (alguém que me corrija se isto não está bem) dos povos ditos bárbaros que por ai vagueavam... tudo isto pra dizer que a nossa língua e a nossa maneira de falar tem sido afectada por factores externos desde sempre.
Voltando aos dias de hoje, temos Portugal com 10 milhões e o Brasil com 200!!! Trabalho na área de engenharia civil e todos os artigos científicos que procuro no google para me ajudarem no trabalho, quando escritos em português são na sua grande maioria do Brasil... investigação científica, médica, artes, etc.

Não há como escapar à influência do Brasil. A meu ver teriamos duas opções, ou nos isolamos e as duas línguas seguem caminhos diferentes ou vamos de mãos dadas.

O espanhol ganhou terreno onde o francês perdeu nos últimos 20 anos (basta ver a quantidade de alunos de espanhol em Portugal e a quantidade de escolas que já nem ensinam francês). O espanhol também ganhou força graças ao número de latinos nos EUA, mas muito ao esforço do estado espanhol em abrir Institutos Cervantes e Agencias de Cooperacion Española em todos os cantos do mundo (uma visita que fiz a Munique deixou-me surpreendido com um edifício do Inst. Cervantes no centro da cidade... e agora com a visita da Rainha Letizia a Moçambique, antes de Marcelo Rebelo de Sousa).

Este último parágrafo só para dizer que Espanha acordou e rápido tomou as rédeas para que a sua língua seja ensinada e tenha relevância. Na minha opinião, Portugal tem que apanhar o barco do Brasil para que a língua portuguesa, mesmo com as mudanças inevitáveis porque um idioma é uma coisa viva, perdure no tempo.