Os banqueiros dos principais bancos
defendem que o multibanco deve ser pago ou ter critérios uniformes em toda a
zona euro.
Esta
opinião foi apresentada durante o “CEO Banking Forum”, que decorreu na
quarta-feira nas instalações da Nova SBE, em Cascais. Na generalidade, os responsáveis consideraram que, dado tratar-se
de um serviço disponibilizado pelo banco, devia ser pago.
Porém, a lei não permite esse pagamento, já que pela legislação
nacional “está vedada a possibilidade de qualquer cobrança por operações de
levantamento, depósito ou pagamento de serviços serem cobrados,
encargos ou comissões, nas caixas automáticas, sejam
elas da rede de Multibanco da SIBS ou sejam outras".
Convém lembrar que as caixas multibanco foram criadas para promover
alguma competitividade e permitiram aos bancos diminuir não só número de
agências, como reduzir o número de funcionários aos balcões. E, quer-se agora, por
via de uma crescente utilização de caixas automáticas, que os utilizadores
paguem por isso?
Ou seja, primeiro cria-se a utilização, permite-se a sua gratuitidade,
vai-se fidelizando os clientes e quando essa fidelização está criada, começam a
cobrar-se comissões.
Nem os levantamentos ao balcão deveriam ser pagos, uma vez que o
detentor do fundo depositado é o próprio cliente. Apesar disso os valores cobrados são bastante
altos.
Se os bancos beneficiaram da diminuíção do número de agências, e
do número de funcionários aos balcões, por via de uma crescente utilização de
caixas automáticas querem agora, que paguemos por um benefício que foi deles?
Importa
salientar que o incentivo à
utilização não pode ser um caminho para depois se introduzirem novas comissões. Isso
seria pouco sério e conduziria, no futuro, como reacção, a que se voltasse a
ter o dinheiro guardado em casa.
Se os
bancos, face às baixas taxas de juro praticadas – situação essa, sim, que, para
mim, como economista, me preocupa– viram o seu negócio modificar-se, não podem
pretender transferir para o cliente, o exclusivo peso da situação.
Terão de
ter a criatividade suficiente para contornar o problema e habituarem-se a que o
padrão bancário do passado se alterou. Se o não fizerem, digam adeus aos
milhares de pequenos depositantes que preferirão ter as suas economias no colchão....
HSC