A Raríssimas –
Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras foi fundada em 2002 com o
objetivo de “apoiar todos os cidadãos portadores de doenças menos comuns e
todos aqueles que com eles se correlacionam”. A iniciativa partiu de um grupo
de pais, encabeçado por Paula Brito e
Costa, cujo filho padecia do Síndrome de Cornélia de Lange.
Na Casa dos Marcos na
Moita, a Raríssimas presta serviços de clínica, lar residencial, residência
autónoma e campo de férias e em Outubro
de 2003 foi oficialmente reconhecida como Instituição Particular de
Solidariedade Social de utilidade pública. Sabemos todos hoje que está sob
investigação.
A Fundação “O
Século”, criada em 1998, tem raízes na Colónia Balnear Infantil O Século, que
João Pereira da Rosa, então director do jornal com o mesmo nome, fundou em 1927
para dar férias às crianças mais desfavorecidas, em São Pedro do Estoril.
Para além das
colónias de férias a Fundação presta hoje diversos serviços de alojamento,
creche e pré-escolar, apoio alimentar e domiciliário, e programas de ocupação
de tempos-livres em bairros problemáticos de Cascais.
É reconhecida como
Instituição Privada de Solidariedade Social, com o estatuto de Utilidade
Pública, desde junho de 1999. Acabámos de saber que
também se encontra sob investigação.
O mais lamentável destas duas ultimas “estórias” é que
se trata de instituições privadas cuja actividade é de grande utilidade para o
país e em que o Estado financia uma parte, porque não tem instituições próprias
com as mesmas finalidades.
O mais dramático é que as crianças e os adultos que
carecem de ajuda vejam ameaçadas as instituições de que dependem e os Pais
desesperem sob escrutínio público a que as mesmas ficaram subitamente sujeitas.
Parecemos um país de malfeitores onde já nem a
solidariedade social escapa ao flagelo da corrupção.
HSC
5 comentários:
Cara Senhora D. Helena,
Nunca escapou (à corrupção). Dá-se o caso, parece-me, de apenas estar a ser do conhecimento do grande público.
Infelizmente é a dura realidade e se continuarem haverá mais casos. Mas também ainda há quem seja honesto embora eu diga que quem é pobre, quem estende a mão, quem tenha deficientes na família ou seja velho, sem grande poder económico...passa as passas do Algarve...e não conseguem advogados que os defendam.
Ainda bem que dão a conhecer os casos que já são tantos e a todos os níveis...mas ainda não vi nem ouvi a punição e a devolução do que gamaram graças aos recursos e mais recursos.
Madoff foi resolvido em 6 meses e nós por cá continuamos com os Molotofes em banho maria.
Enfim!
Um abraço
Na lentidão portuguesa primeiro que se saiba o
que foi "verdadeiramente detetado" e caso afirmativo,
a responsabilidade pelos atos não-honestos...
Corrupção...dinheiro à mão...ambição que não
sabe fugir do dinheiro que não custa a ganhar...
E pensar que talvez escape... vale a pena tentar...
Se todas as Instituições fossem rigorosamente fiscalizadas,
seria um autêntico terramoto...
Os meus cordiais cumprimentos.
Irene Alves
É muito reles roubar este tipo de instituições.
Vivendo longe de Portugal, e um pouco alheio ao que se vai passando, não conhecia a Raríssimas.
Só conheci quando aconteceram estes escândalos.
Se tivesse conhecido antes, e sendo irmão de uma deficiente profunda, também teria dado o meu contributo à instituição.
Sem imaginar, nem querer acreditar, que estava a contribuir para alimentar vícios privados de quem apresentava públicas virtudes.
Muito triste, francamente é muito triste.
Ah pois é!
Não escapa
Porque para as maningâncias é um escape.
JG
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