É triste ver como certas expressões ainda continuem a usar-se na segunda década do sec. XXI. Mas também devo dizer que conheci muitos advogados do meu tempo, convertidos depois ao exercício de altas funções políticas no país, que usaram não só o vocábulo, como o seu conteúdo, para fazerem valer os direitos masculinos, nos casos de divórcio que à época, patrocinaram.
Quando se vive muito tempo, como eu, tem-se a vantagem de ter conhecido muita gente. À direita e à esquerda. E ficariam, quem sabe, muito surpreendidos, ao tomar conhecimento do modo como esta última apadrinhava, sem vergonha, a causa. Desde os católicos progressistas, às esquerdas mais variadas como o MES e o GIS. Eram socialistas na verve política. Mas no campo profissional, o adultério feminino do "make love not war" ter-lhes-á feito muito jeito.... Oxalá lessem este texto e se envergonhassem!
Caso não fosse triste, como disse no início, seria uma oportunidade para dar uma boa gargalhada, se aqui relembrasse alguns dos nomes que, à época, usaram essa bandeira para defender os interesses dos amigos que separaram. Veriam como além da inveja, a hipocrisia é uma das "qualidades" de alguns grandes homens deste país.
Hoje falam de galo e são arautos da moral. A posição alcançada permite-lhes a farsa. Mas bastaria uma pequena investigação aos seus currículos profissionais, para se ver os processos que advogaram e o modo como o fizeram. Teriam grandes surpresas. É que não se lapida uma mulher apenas com pedras. Lapida-se também com palavras, como esta!
HSC
7 comentários:
É claro que este juiz do Porto me chocou !
E é evidente que os advogados, na sua maioria, apenas defendem os seus próprios honorários !
Nem sei como dormem tranquilos...
Melhores cumprimentos, HSC.
HSC, espero que as pessoas que não nomeia leiam este seu post e sintam pelo menos vergonha das suas decisões de então... pois dificilmente sentirão arrependimento.
Se não existissem más pessoas, não haveria bons advogados.
Charles Dickens
Sim, pois. quando se trata de defender o seu cliente, vale tudo, só não vale tirar olhos.
Isto virá a propósito do juiz que se inspira em passagens bíblicas para justificar a violência doméstica. Vindo de um advogado é muito grave, mas de um juiz? muito pior, acho eu!
Cruzes canhoto !
Cara Dalma
Também eu gostaria para detectar se, ao menos, ruboresciam...
Mas não será caso. Chegaram tão alto que agora já ninguém os incomoda. Mas eu e alguns mais lembramos bem os casos de adultério feminino que eles invocaram...
Que pena não termos jornalismo de investigação a sério!
Uma questão que ainda não vi respondida:
O adultério (do homem ou da mulher, em igual proporção, grau e número) é ou não de extrema gravidade?
Deve relativizar-se e banalizar-se o adultério?
Ainda não percebi...
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