Parece que Puigdemont e os cinco ex-secretários – Borràs, Comin,
Forn, Bassa e Serret - se terão deslocado para Bruxelas, um dia após
o ministro de Asilo e Migração belga, Theo Francken, do partido nacionalista
flamengo, ter provocado ampla polémica ao abrir a possibilidade de concessão
de asilo ao ex-presidente, oferta logo depois negada pelo primeiro-ministro.
A viagem veio a público poucas horas depois do procurador-geral do Estado, José Manuel Maza, ter anunciado a existência de uma
ação judicial formal contra Puigdemont e todos os ex-membros do governo catalão, por crime de rebelião, sedição e desvio de dinheiro público. Os quais dão, a meu ver, com esta "fuga", um triste exemplo de abandono, aos confiantes nacionalistas da Catalunha.
E, mesmo o argumento de que se poderia estar a encarar a possibilidade de formação de um governo catalão no exílio pouco colhe, nas actuais circunstâncias. Como bem disse a Rainha D. Amélia quando embarcou com D. Manuel na Ericeira, do exílio não se regressa.
E, mesmo o argumento de que se poderia estar a encarar a possibilidade de formação de um governo catalão no exílio pouco colhe, nas actuais circunstâncias.
A representação catalã perante a União Europeia, cujo
responsável assumiu, nesta segunda-feira, a destituição por parte do Executivo
espanhol, afirmou não ter informações sobre aquela viagem. O partido nacionalista
flamenco negou-se a confirmar ou a desmentir se representantes seus se reuniram
com o ex-presidente da Generalitat.
Confesso achar estranho, que um país membro da União Europeia, possa ter recebido, nestas condições, estes eventuais "fugitivos". Mas se o fez, não consigo descortinar como o governo irá explicar à UE a situação. O que adivinho, sim, é que se o gesto pega, se avizinham tempos críticos...