Julgo poder dizer que ao longo da minha vida convivi, algumas vezes bem de perto, com a solidão. Nunca foi algo que perturbasse o caminho da minha vida, até à morte do meu filho Miguel. Aí, sim, ela foi tão profunda que me parecia nada haver, além dela. Senti-a, igual, sem reparo, no meu outro filho.
A vida obriga-nos a caminhar e nós fomos fazendo o percurso necessário sempre com o Miguel entre nós a juntar as nossas mãos.
Ontem perdi o meu irmão mais velho, que havia já perdido realmente, quando um malfadado AVC o tinha privado, não da nossa ternura, mas de nós. Sempre acreditei que os seus olhos me reconheciam, mas isso era o meu coração a falar, porque infelizmente não tenho a certeza de nada.
Ele morreu no mesmo dia em que o meu irmão mais novo chegava a África, o seu destino. Fiquei só eu, perdida nesta fraternidade que nos unia. E nesse instante em que me deram a noticia - embora esperada, nunca se acredita que aconteça -, voltei a sentir aquela imensa solidão de me despedir de uma parte de mim própria. Com o meu irmão vão a minha infância e uma boa parte da minha juventude.
A carreira diplomática, que ele escolheu, havia de separar os nossos caminhos. E de o magoar profundamente. Mas nunca conseguiu afastar-nos um do outro ou diminuir o orgulho que tínhamos em ser irmãos.
Ontem fiquei um pouco mais pobre e o único conforto que tenho é acreditar que o Miguel terá estado lá em cima a recebe-lo com um enorme abraço e aquele sorriso doce que todos lhe conhecíamos!
HSC
41 comentários:
Lamento muito drª. Helena.
Os meus sentidos sentimentos.
Bj.
Irene Alves
Um grande abraço, Dra Helena. Não está só, como pode constatar neste seu blogue.
Também tenho um certo receio de perder os meus irmãos. Somos oito.
Espero que o tempo a ajude a compensar a perda.
Por si, o meu pesar!
É exatamente a crença e a fé que nos ajudam a superar estes momentos. Como a Helena diz, já há tempo que o seu irmão estava privado do conhecimento e assim sendo peço sempre a Deus que abrevie a existência de quem, na realidade, já está privado dele.
Um abraço de grande amizade neste difícil momento.
Desejo para si rápida recuperação.
Um grande beijo, Helena.
Sentidas condolências, Dra. Helena.
E as suas prontas melhoras.
Um beijinho,
Emília Maria
-:(
:-)
Os meus sentimentos. Que a sua fé a ajude a superar mais este momento difícil e triste. Que Deus lhe dê serenidade necessária.
Bjs da Maria do Porto
23 - Angels Number
Ghost
Love live forever...Believe.
Ámen
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A
Um grande abraço de amizade e as minhas sinceras condolências.
Não está só, doutora Helena, todos os que por aqui passam, gostam muito da senhora.
Muita força, muita coragem. Estamos aqui.
Maria Isabel
A vida tem destes momentos tão tristes...Tenho tido tantos ultimamente! As suas palavras foram muito bonitas, muito sentidas. Acredito profundamente que a fé nos ajuda muito nestes momentos. Beijinhos grandes.
Maria Feliz Silvestre
OS MEUS MAIS SENTIDOS PÊSAMES.
O Miguel está lá, com certeza, mostrando-lhe todos os cantinhos desse novo mundo, não tenho a menor dúvida.
Quando fiquei orfã de pai alguém, não me lembro quem, me disse, entre um abraço, que os que partem não morrem verdadeiramente, não enquanto forem recordados.
Aceite um abraço apertado, Helena, nestas alturas precisamos de todos os que nos chegam.
(engraçado, nunca conheci pessoalmente o Miguel mas ainda me lembra, não só o seu sorriso, como o olhar, ele sorria com os olhos, sempre gostei muito de o ver sorrir com o olhar)
Um beijo carinhoso, Helena!
Fatima
Doce Helena
Permita-me que a trata assim, emocionou-me...
Como mulher de coragem que é, sei que vai encontrar a serenidade que necessita.
Um abraço muito quentinho, apertadinho de quem a admira muito
Carla
Sentidos pêsames Dra. Helena!
Acredito que terá sido um feliz reencontro entre sobrinho e tio!
Força e coragem nesta hora difícil.
Bjs
FL
🌷
Um abraço.
Estamos aqui.
Sara
Sinto muito Dra. Helena, mesmo muito! Que a sua fé e todo o carinho dos seus amigos e seguidores a ajudem e a alegrem um pouquinho...
Como se não bastasse a dor nas mãos,agora vem mais uma grande dor para o coração.
Eu,Zé ,fico comovido e curvo-me perante o seu sofrimento.Como disse a Sra Dona Maria Mesquita:todos os que por aqui passam gostam muito de si.
Os meus mais sinceros sentimentos estão consigo nesta hora de tanta dor.
Zé
O que é que se pode dizer num momento como este?
Se sei como dói uma situação destas. O tempo não resolve mas atenua um pouco a dor que nunca desaparece.
Estamos consigo. Nos momentos bons vemos a quantidade de amigos mas nestes maus vemos a qualidade.
Força e coragem.
Sentido pesar! Abraço
Querida Helena
Com uma perda dessa natureza, a tristeza e a solidão apodera-se do nosso coração. Mas, de uma coisa pode ter a certeza, pode até sentir-se "só", mas nunca vai conseguir estar sozinha, porque os seus amigas, entre as quais me incluo, nunca vão deixar que isso aconteça.
Beijinho e abraços muito grandes
A chama que acendeu em mim ...hoje eu trago para si.
Não deixe que se apague.
:-)
🌹
Hoje acenderei uma vela, numa abadia, aqui onde vivo
LL
Lamento muito a sua perda.
Neste momento não há palavras que confortem. A dor da perda de uma pessoa que tanto amamos é uma parte de nós que desaparece.
Contudo acredito que do outro lado existe sempre alguém que vai receber, abraçar, e claro acompanhar.
Um grande abraço
T. Campos
Coragem para ultrapassar este momento. Tem aqui os seus leitores que estão sempre consigo. Um beijinho grande, de quem muito a admira.
sofia
Hand on Hand
A
Morte nihil certius est, nihil vero incerta quam ejus hora
Helena animo!!! Generose puer sic itur ad astra
Ars longa,vita brevis
Utile quid nobis novit Deus omnibus horis
ANÓNIMO
Senhora,quem dera ter um doce que a dor curasse.
Beijo suas doces mãos.
Ambrósio
Querida HELENA
O trilho do Ser Humano Especial acabou de jorrar a primeira gota da sua vida na imensidão do infinito.
Agora, vai juntar-se a outras Gotas Especiais formando um Rio vivencial de plenitude.
Coragem porque o Amor de Irmãos não tem relógio entre o hoje e o amanhã
Alguém que a admira muito
Querida Helena
Perdi a minha caçulinha há dez anos.Única irmã e irmã única.
Linda, inteligente, com uma família maravilhosa,exausta mas feliz depois de uma entrega total a um doutoramento,que fez com toda a dedicação.
E em catorze meses, pouco a pouco, indiferente a toda a sua coragem, a todas as preces, a todos os terríveis tratamentos, a doença levou-a.
É como diz. Uma parte de nós parte antes de nós.
E não passou um dia sem a lembrar.
Primeiro sem aceitar.
Depois lentamente uma saudade agridoce decide ficar connosco...
Minha amiga, o seu coração conhece a dor maior. Vai saber guardar em lugar seguro as memórias de quem junto de Deus cuida de si.
Abraço grande.
Querida Dra. Helena:
Um abraço amigo.
Abraço-a com muito carinho! Coragem minha querida!
Uma dor que ninguém pode resolver.
Resta essa bela ideia de que o querido Miguel lhe faça companhia, com aquela ternura e aquele sorriso muito dele.
São Jordão
Querida Helena,
Permita-me que a abraçe com muito carinho e sincera amizade,neste momento de dor.
Deus a conforte e lhe dê a força(certamente que o faz)que necessita.
Um beijo
Cristina
muita força.
Os meus sentimentos pela sua grande perda.
Amei particularmente a ultima frase do seu texto. É o que me conforta quando perco alguém. O acreditar que estará alguém à minha espera, e principalmente saber que um dia estaremos todos juntos.
vw
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