sábado, 30 de maio de 2015

Aconteceu comigo!


Ontem, estava eu de estreia na Feira do livro, quando uma jovem que não teria mais que vinte e cinco anos e um olhar carregado de ternura, se aproxima de mim para me abraçar e me entrega, a medo, um presente dizendo "foi tudo feito por mim e é para si!".
Quase não tive tempo de agradecer, de tão comovida que fiquei. E a jovem desapareceu na multidão sem que eu pudesse sequer lobriga-la. A caixa, linda, era de cartão forrado de folhas verdes e guardava dentro um sabonete todo decorado com flores pintadas à mão que exalava um agradável cheiro a lima. Todos os que me rodeavam ficaram espantados com a inesperada situação.
E eu pergunto-me como será possível que alguem que me não conhece, dedique o seu tempo e gosto a criar algo cuja intenção é apenas a de me dar alegria e, desse modo, dizer que me estima? Dos amigos pode esperar-se isto. Dos familiares também. Mas de um desconhecido é algo que certamente não mereço, mas me faz acreditar que o mundo ainda anda, porque há gente assim, que pensa no bem estar e na felicidade dos outros, sem qualquer contrapartida. É nestas alturas que dou graças a Deus por Ele ter feito de mim uma pessoa a quem isto pode acontecer!

HSC

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Na Feira do Livro

Aqui ficam os dias estabelecidos em que me encontrarão sorridente na Feira do LIvro:

Dia 29 de Maio, das 17h30 às 18h45 na Penguin Random House ( antiga Objectiva) e às 19h00 no Clube do Autor
Dia 31 de Maio, às 16h30 no Clube do Autor e a partir das 18:00 na Random House
Dia 6 de Junho, às 16:30 na Random House e às 18h00 no Clube do Autor
Dia 13 de Junho, às 16h30 no Clube do Autor e às 18h00 na Random House

Acredito que lá aparecerei mais vezes. Mas estas são seguras!

HSC

Os dias contigo


"Os dias contigo são dias inteiros que passam num instante. Tenho saudades de ti quando acordo, antes de perceber que já estás ali ao meu lado. Tenho saudades de ti de manhã enquanto espero que desças do banho. Fico bem a ler enquanto te espero, mas leio melhor quando estás ao pé de mim, quando já não me apetece ler.
Hoje foi mais um dia contigo e, mais uma vez, dou comigo aqui à noite, separado de ti, para escrever sobre o dia que se passou. E a coisa principal que aconteceu foi ter saudades de ti outra vez.
Bem sei que sei onde estás e que eu estou aqui a cinco passos de ti. Mas a maior certeza que tenho é que, apesar disso tudo, não estou contigo nem tu estás comigo. É o que me basta para ter saudades de ti. Não preciso de mais: se mais tivesse, morreria.
É verdade que estive contigo durante uma pequena parte do dia: aquela a que as pessoas tristes e habituadas chamam vida. Mas estava tão apaixonado e tão feliz que nem dei por isso.
Pensei apenas: "Conseguimos! Conseguimos estar juntos! Nem acredito!" E o tempo nunca é suficiente para me convencer que conseguimos mesmo estarmos juntos e, ao mesmo tempo, estarmos juntos o tempo suficiente para deixarmos de nos preocuparmos (e sofrermos) com isso.
Continuo a sofrer, todos os dias, às mesmas horas em que não estou contigo, da saudade de quando estive. Os dias contigo são os bocadinhos de manhã, tarde e noite que são avaramente permitidos aos mais felizes.
E apaixonados. E ingratos."

Teria sido fácil pensar que um texto destes fora escrito por uma mulher. Não foi. Saíu da pena do nosso Miguel Esteves Cardoso para o jornal Público. É uma verdadeira elegia ao amor como só o Miguel sabe fazer e viver. Mais do que tudo enche-me de ternura que ainda haja quem possa amar assim, porque eu, uma vez na vida, tive a enorme dádiva de viver algo semelhante!


HSC

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Uma séria concorrente...

Várias pessoas, muito simpaticamente, vêm perguntando se este ano não vou à Feira do Livro. Claro que vou. Havia de ter graça uma Feira destas sem a minha presença!
Como sabem, a minha família tem uma natural aptidão por estes encontros e eu não sou diferente. Vou lá estar, sim senhora. Será já amanhã. E depois, em vários dias. É a minha oportunidade de falar com os meus leitores e não perco esse contacto directo por nada.
Assim, quem quiser livros assinados e um sorriso prazenteiro é só aparecer no Clube do Autor ou na Random House - antiga Objectiva - e dar um ar da sua graça.
Não serei o Paulinho das Feiras, porque não vou à caça do voto, mas sou a Leninha das Feiras que, não lhe ficando atrás, é uma séria concorrente em simpatia... O humor é mesmo o que me salva!

HSC

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A hamburgueria do bairro


Hoje com  a dança do fecho da minha primeira casa, de que já vos falei aqui, dei comigo às 14:30 cheia de fome porque tomara o pequeno almoço às 7:30. Estava em frente de Económicas sem saber muito bem o que devia comer. Foi quando me lembrei que na Rua dos Industriais havia uma casa de hamburguers.
Disparei pela rua abaixo morta de cansaço e esfomeada. A empregada que me atendeu, a Joana - com este nome só podia ser um anjo - com uma paciência enorme e um sorriso permanente na boca explicou-me a ementa toda. Resultado, comi um repasto excelente, num ambiente simpático de bancadas corridas. A carne estava óptima, as batatas fritas uma perdição e a limonada natural era feita com verdadeiro sumo de limão. E não vos digo quanto paguei...mas foi certamente metade do que teria pago noutra casa. A revisitar em breve!

HSC

terça-feira, 26 de maio de 2015

Os "brunches"

Cláudia Sousa Villax teve a excelente ideia de nos presentear com mais de 150 receitas simples e deliciosas, que convidam os leitores a aventurar-se numa cozinha especial a que chamamos de brunch e que, de facto, mais não é que um refeição que se pode considerar um misto de pequeno almoço e almoço tardio, óptimo para pacificar os fins-de-semana e os tornar em dias especiais, descomplicando e facilitando  a refeição em família quando a ajuda doméstica não existe.
Eu sou fã deste tipo de aposta e desde há muito tempo que os brunch cá de casa são invejados. As mesas ficam lindas e todos vão petiscando ao longo do dia com limonadas e sangrias bem fresquinhas.
Neste livro – muitíssimo cuidado – temos receitas que vão dos batidos às sanduíches, aos sumos e às saladas. Também temos outras propostas mais elaboradas, mas que são sempre sugestões fáceis, até para os menos experientes nas lides culinárias.
Cláudia Villax confirma assim um estilo descontraído que combina com a qualidade dos produtos frescos da estação, dando continuidade aquilo que já demonstrara no seu primeiro livro, Da Horta para a Mesa – Boa Comida, Boa Vida.
Agora a autora associa-se à sua filha Sara de Lemos Macedo e  oferece-nos uma excelente selecção de receitas para brunchs perfeitos!

HSC 

É preciso saber...


Desde o inicio deste ano que me estou a preparar para não deixar problemas aos que cá ficam. Primeiro fiz testamento e dispus da cláusula disponível como entendi ser mais justo. Depois, doei a maior parte dos meus livros. A seguir desfiz-me, ou antes, estou a desfazer-me, da casa onde passei a menos interessante parte da minha vida. E, finalmente, decidi que iria viver para onde sempre quis, ou seja Campo de Ourique, numa casinha pequena com metade da área que agora tenho. O meu filho, se quiser, que viva nesta, já que muito a aprecia.
E pronto, quando tudo estiver realizado, vou viver como quero. O meu último livro que acabou de sair será, muito possivelmente, o derradeiro - creio - e entre retiros, oração, viagens e leituras serei uma mulher feliz. Fiz pelos meus o que podia. Foi ainda neles que pensei nas disposições de última vontade. A partir daqui só espero ter saúde para gozar o que me resta, mesmo perdendo uma boa parte do que tenho, que vem exclusivamente do que escrevo.
Mas, como diria o Aznavour, estou a tentar imitar a canção "Il faut savoir" ( se retirer à temps...)

HSC

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Que alívio!

Reduzi finalmente para metade os meus livros e as minhas estantes voltaram a contar só com uma fila de livros em que podem facilmente ler.se as lombadas. Já só me restam os livros de economia e de cozinha -  nem refiro quantos - para não assustar.
Seja como for ficaram esses e uns poucos de que me não separo. Quando o meu neto Anfré escolher, dentre os primeiros, os que quer para si, os outros seguirão para a biblioteca da minha Universidade.
Para contentamento da Antónia Palla, a biblioteca da Ana Castro Osório, levou com mais um cento deles e devo figurar entre as boas doadoras. É um alívio olhar, agora, as minhas estantes...
E a casa que estou a desfazer sofreu, também hoje, a derradeira divisão em lotes, sntes de. amanhã, os leiloeiros e os antquários dividirem entre si o meu espólio!

HSC

domingo, 24 de maio de 2015

Um verdadeiro Delito


Já não sei bem há quanto tempo faço parte de um blogue colectivo chamado Delito de Opinião, para o qual fui levada, após variadas insistências, pela minha querida amiga Ana Vidal. Habitava o mesmo espaço a Patricia Reis a quem me liga um sentimento muito raro, muito especial, que provém, acredito, de termos sido irmãs numa outra vida qualquer que tenhamos tido.
Além destes dois exemplares do sexo feminino, conhecia os escritos do Pedro Correia que seguia há muito tempo. Digamos que o apoio era tão vago quanto os programas de governo com que nos presenteiam. Mas, ousada, para não dizer tonta, alinhei.
No início o facto de ser a "mãe de" fez com que apanhasse algumas traulitadas. Mas estas não me assustaram e eu continuei. Aliás, sou pouco dada a sustos depois de tudo o que nos tem acontecido.
Um dia postei algo sobre o facto de, na casa, só se falar de política. Não me mataram, mas cada um à sua maneira demonstrou estatisticamente que eu não estava a ser justa. "Tá bem, tá bem", pensei para comigo. Hoje continuo a julgar que se fala demais de política, mas como gosto de todos eles, a coisa deixou de me incomodar...
Esta sexta feira foi o jantar tradicional de convívio na casa da Patrícia. Foi tão bom, mas tão bom, que até me pareceu que o Delito de Opinião, não seria jamais o que é, se eles não andassem sempre a falar de quem e de como nos governa!

HSC 

Algum dia havia de ser

A Irlanda onde o peso da Igreja Católica ainda é grande votou maioritariamente sim - 62% - ao referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Da homosexualidade como doença até à aceitação que acabámos de verificar passaram apenas 50 anos, o que prova bem que o mundo mudou muito. Pessoalmente fico contente de poder participar dessa mudança!

HSC

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Pessoas de quem eu gosto: Pedro Abreu Loureiro (9)


Já aqui me ouviram falar dele por mais de uma vez. Pedro Abreu Loureiro para além de meu amigo é meu cardiologista. Entreguei-lhe o meu coração há mais de vinte anos e se ele ainda bate é aos seus cuidados que tal se deve.
Mas entreguei-lhe muito mais do que isso. Entreguei-lhe a minha total confiança nas decisões que toma a meu respeito. Nunca as questionei e jamais consultei alguém que não fosse ele. No seu consultório ele ouve o meu coração mas, sobretudo, ouve-me a mim, como se o tempo não existisse, numa evidência clara de que sabe que quem o procura carece da sua total atenção. 
O Pedro alia a tudo isto uma família que considero, também, um pouco minha. Jamais esquecerei, que num Natal doloroso, após a morte do Miguel, ele propôs que me juntasse a todos eles. 
A boa medicina pode pagar-se. Mas ter no médico alguém que é simultaneamente pai, irmão, amigo, isso não tem preço, porque é uma dádiva que só quem a tem, a pode avaliar.

HSC

O retrato

"...Romper com este ciclo de ilusão desencantada é um dever de quem quer estar na política como uma pessoa de bem. E ainda há muitas pessoas de bem na política, se bem que haja outras que - tira-se-lhes "pela pinta", basta olhar-lhes para a cara! - se percebe logo "ao que andam". Estar na política como pessoa de bem obriga a cumprir o que se prometeu, a não se enredar na desculpa estafada de que a realidade trouxe surpresas e de que, afinal, as coisas não eram aquilo que pareciam. Um político que quer ser uma pessoa de bem, se acaso não pode pontualmente cumprir algo a que se comprometeu, pede desculpa, explica isso ao país, não tenta "jongleries" verbais, meias-verdades que querem fazer passar os outros por parvos. A humildade é um sinal de caráter.

Nas eleições legislativas que aí vêm, para além dos partidos e dos seus programas, estaremos a escolher a pessoa que vai dirigir o futuro Governo. Dir-me-ão que não é bem assim, que são os deputados que iremos selecionar. A mim, contudo, importa-me essencialmente a cara daquele a quem eu posso pedir contas pelo voto que lhe dei. E, neste jogo de caras, de credibilidade, eu só estarei ao lado de uma pessoa de bem, de quem tenha um passado político e cívico cristalino e intocável, de alguém a quem nunca tenha visto fazer o contrário daquilo que prometeu."
               
     Francisco Seixas da Costa in http://duas-ou-tres.blogspot.pt

O autor do texto acima é um homem muito culto e inteligente. Ao lê-lo só me resta perguntar se ele conseguiu, sempre, encontrar ao longo dos anos em que terá votado, os políticos que cumpriram com este seu retrato.
É que, basicamente, os votantes desejam sempre que o modelo seja este. Todavia o aumento inegável da abstenção parece demonstrar o contrário...

HSC

quarta-feira, 20 de maio de 2015

A despedida

A missa a que acabo de assistir pela minha amiga Maria foi lindíssima. A prédica sacerdotal focou dois aspectos muito importantes das nossas vidas. Um, que nos confronta com o facto de nos estarmos sempre a despedir de algo ou de alguém, ao longo da nossa existência. O outro, que foca a questão da morte no seu verdadeiro sentido, lembrando que a pergunta natural que todos pomos - "porque partiu?" - deveria ser substituída por outra, essa sim vital, que é - "porque viemos?" - dado que  é esta interrogação que dá sentido aos nossos dias.
A encomendação do corpo seria precedida por um dos fados preferidos da Maria, que foi cantado por Camané, outro seu grande amigo e que deu à Basílica da Estrela uma humanidade que nem sempre lhe encontro.
Quer ontém no velório, quer hoje na missa de corpo presente, a variedade de pessoas que por lá vi, fez-me voltar, por momentos, aos anos sessenta. Lá estavam muitos dos compagnons de route desse tempo, misturados com as artes e as ciências de agora. Uns e outros não quiseram deixar de estar presentes na cerimónia de despedida de alguém a quem muitos deles devem bastante. Foi uma comovente despedida!

HSC

terça-feira, 19 de maio de 2015

Adeus doce Maria!


Morreu esta madrugada a Maria Nobre Franco, que todos aqueles que em Portugal têm ou tiveram ligações à cultura decerto conhecem. Para mim, ela será sempre e só a "doce Maria".
Era uma das minhas grandes amigas, a que nunca me abandonou nos dias infelizes e que esteve sempre do meu lado a combater o que considerava ser injusto, mesmo que isso lhe acarretasse dissabores.
Foi uma lindíssima mulher e apesar dos anos que passavam, a serenidade do seu olhar mantinha-se a mesma. 
Ligaram-nos mais de 50 anos de amizade sem falências. A notícia da sua morte, para além de me deixar profundamente abalada, torna-me mais pobre afectivamente. O consolo que me resta é saber que, a muitos títulos, ela fez da sua vida o que entendeu ser mais certo. Nem todos podem dizer isso. Eu só quero dizer-lhe, adeus minha doce Maria, voltaremos a estar juntas!

HSC

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Um ano de OBSERVADOR


O jornal on line OBSERVADOR faz hoje, à meia noite, um ano de existência. Leio-o desde que apareceu. Nem sempre concordei com o que se lá opina, mas sempre entendi que, mesmo quando isso acontecia, valia a pena ler as suas teses.
Há muito tempo que me "passei" para a leitura dos jornais na net. E agora, confesso, já não tenho grande atracção pelos impressos. Ao contrário dos livros, que continuo a preferir ler em papel, para lhes tocar e sentir o seu odor. 
Um livro, se gostamos dele, fica na nossa vida e na nossa memória. O jornal, a notícia, têm uma durabilidade muito limitada, não ficam connosco. Mas satisfazem a necessidade de informação do momento. E o OBSERVADOR cumpriu bem até hoje, para mim, esse papel. Merece os meus parabéns!

HSC

O silêncio e os silêncios


Já por mais de uma vez falei aqui da necessidade que tenho de silêncio e de como me apercebo do som que ele pode ter em certas ocasiões.
Hoje ao deambular pelos blogues que mais aprecio dei com um belo texto sobre este assunto que abordava a questão sob uma óptica na qual tenho pensado muito. Explico-me: é que há uma enorme diferença entre "o silêncio" e "os silêncios". O primeiro, quando apreciado, exerce um papel libertador que apazigua o espírito. Os segundos, ao contrário, criam fracturas profundas e vazios insuportáveis. 
Costumo dizer que a pior solidão que conheço é a solidão acompanhada. Pois bem, os silêncios entre as pessoas criam imensos poços de vazio e pesam muito mais do que se possa imaginar. Ficar só acontece a qualquer de nós num dado momento da vida. Ser solitário envolve uma opção pessoal. Mas estar acompanhado e sentirmo-nos só é algo que nos torna completamente impotentes face ao mundo que nos cerca.

HSC

sábado, 16 de maio de 2015

Essa espécie de íman

“...Além de tudo o mais: senti, quando ela chegou, nesse primeiro momento, uma sensação desconhecida. Era como se ela, cujo nome nem fixara, fosse nova e antiga para mim...” 

          (“Dallow and I”  in http://anaturezadomal.blogspot.pt/)

De vez em quando acontece-me encontrar um texto com o qual me identifico totalmente ou que me desperta para algo que, por uma qualquer razão desconhecida, ainda não fora verbalizado.
Hoje deparei-me com esta frase num post muito curioso que aborda o enamoramento mas que, no fundo, também questiona essa outra forma de conhecimento que não vem da convivência, mas sim da particularidade de um olhar do outro ou sobre o outro.
Vivi belas histórias na minha vida que nasceram de “um pequeno nada” ou de “um grande tudo”, que só à distância consegui analisar. E, com maior ou menor intensidade, continuo a vivenciar momentos destes. São ocasiões em que cruzamos o olhar de alguém que não conhecemos mas que intuímos ter feito parte de um passado que embora não recordemos, sabemos ter existido.
Ainda recentemente isto me aconteceu na entrega de um prémio. Com efeito, ao “olhar” o premiado, a noção física que tive – e que a conversa posterior atestou -, foi a de que já nos havíamos encontrado. E não foi só do meu lado que isso aconteceu.
Na longa conversa que então tivemos pudemos ambos confirma-lo. Falámos, aliás, disso e a conclusão a que chegámos é que não era a primeira  vez que tal nos acontecia.
Se acreditasse nelas, diria que estes casos acontecem entre “almas gémeas”. Porém, não só não acredito, como não se trata de semelhanças entre duas pessoas. Trata-se de uma espécie de íman que nos aproxima de quem precisamos ou devemos  conhecer”!

HSC

É pouco, muito pouco!


Não sei pormenores desta matéria, embora tenha sobre ela uma opinião que não sendo de especialista é de alguem que trabalhou durante 10 anos na aviação civil. O que o Expresso noticia, a ser verdade, coloca-me sérias dúvidas e não me parece um bom negócio, porque a empresa irá continuar extremamente endividada e o Estado encaixa uma miséria.
A meu ver - quem sou eu para ver alguma coisa de política nacional? - o nosso PM não deveria ter feito quaisquer declarações sobre esta matéria, em cima da data da entrega das propostas. E a faze-lo, deveria ser no sentido de valorizar ao máximo o "produto" no mercado.

HSC

Algum dia havia de ser


Pertenço a uma geração que olhava a homosexualidade como uma doença. Vivo, felizmente, um tempo em que a visão é outra, embora subsistam, ainda, alguns nichos onde a evolução foi mais lenta.
Tive e tenho amigos gays. Ontem e hoje, sempre os olhei como homens ou como mulheres e nunca pela opção sexual que haviam feito. Antes fui criticada e isso nunca me importou. 
O caminho foi longo e não está terminado. O Luxemburgo deu, nesse sentido, mais um passo. Com efeito, Xavier Bettel, 42 anos, PM daquele país, casou ontem com o arquitecto Gauthier Destenay, seu companheiro há seis anos. 

HSC

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Já tenho saudades!


Este homem e a sua música acompanharam uma boa parte da minha vida. Partiu mas deixa-nos um tesouro musical. Escolhi este, que é um dos meus preferidos, em preito de homenagem a quem me deu momentos muito felizes!

HSC

As bofetadas

Se os pais das adolescentes que deram as bofetadas num rapaz lhes tivessem, a tempo, dado uns oportunos açoites, hoje estariam a contas com a Justiça. Não deram. Cumpriram a lei. Foi pena, porque talvez as meninas não tivessem feito o que fizeram!

HSC

quinta-feira, 14 de maio de 2015

AO: para que conste


Este blog e a sua autora, estão-se rigorosamente nas tintas para o Acordo Ortográfico e a sua obrigatoriedade. Assim, aqui irá continuar a escrever-se tudo como dantes - não em Abrantes, mas em Lisboa. Com factos e Maio com maiúscula. E sem quaisquer pactos de regime estabelecidos. Posta-se para que conste e ninguém venha ao engano!

HSC

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Fátima


Ligam-me a Fátima sentimentos contraditórios. Casei lá. À ida, solteira ainda, tive um sério desastre de automóvel. À vinda, já casada, tive outro, na zona do Cartaxo, que me deixou em bastante mau estado. Amigos agnósticos dizem que Deus bem me avisou...
Mais tarde, quando em viagem para o Norte, por norma, parava no Santuário e a tranquilidade do local fora dos períodos festivos, dava-me grande serenidade e satisfação. Ainda dá, felizmente.
A última visita que lhe fiz foi pouco antes do meu filho morrer. Para pedir o despojo suficiente para "saber aceitar" o que Ele nos destinasse. A partir daí, decidi, hei-de retornar num outro dia 13. Não agora, porque ontem morreu o Pai da minha cunhada mais nova e eu julguei ser mais urgente estar com ela. Mas se viver até 2017, conto receber o actual Papa.
A verdade é que quem vir as imagens que a televisão transmite, dificilmente fica indiferente à força da mensagem da Virgem de Fátima, nem à fé daqueles que a procuram desde que o pastorinhos se sentiram tocados pelo seu olhar.

HSC

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Intervenção cívica

Os cinco anos que este bogue tem de existência, fizeram-me pensar seriamente que há muita forma de intervir na sociedade em que vivemos, independentemente dos partidos. 
Com efeito, sob o manto diáfano da democracia partidária, tenta mostrar-se aos portugueses que só através deles é que se pode fazer intervenção cívica. Não é verdade. 
A sociedade civil pode e deve faze-lo, através dos meios ao seu alcance. E aqueles que, como eu, não apreciam partidos, mas amam o seu pais - tanto ou mais do que os políticos - e possuem uma voz que alguns respeitam, têm a obrigação de dizer o que pensam, denunciar injustiças e louvar o que entendam mereça ser elogiado. Cada um de nós, no seu mister ou no seu lazer, pode fazer o que chamo de "voluntariado de intervenção" que, por ser pro bono, até tem maiores possibilidades de ser autêntico.
Portanto não me venham com a lenga - lenga de que não há democracia sem partidos. Há. O que não há é "politiquice" sem eles!

HSC

Uma turma difícil


Ando numa fase em que não quero ir ao cinema ver dramas. Basta-me, neste capítulo, ainda estar na fase de ouvir telejornais... Os quais, julgo, dentro de dois meses, devem passar a matéria interdita aqui em casa.
Assim, Domingo, apetecia-me ver uma comédia. Mas o panorama cinematográfico actual, está pouco propício ao riso inteligente e abunda em violência, guerra e política, tudo assuntos que nem nos meus melhores tempos, consigo suportar.
A proposta de um dos elementos do nosso trio apontava para o filme Les Heritiers aqui traduzido como "Uma turma difícil". Desconfiei que me iriam esperar duas horas de alunos impertinentes, professores esbofeteados, pais intimidantes e telemóveis confiscados. Não errei muito. Acresceram a este quadro já de si empolgante, as problemáticas raciais e religiosas, tudo desenvolvido no quadro de um trabalho sobre Auschwitz, câmaras de gás e perseguições nazis.
Estava sentada na sala escura quando me apercebi que a coisa podia ser bem pior do que aquilo que inicialmente esperara. Não havia "safa" possível. A proponente parecia interessada e o terceiro elemento não se pronunciava. Assim, lá embarcámos num destino incerto, mas com laivos borrascosos.
O filme baseia-se numa história verídica e mistura actores e alunos. Abarca uma realidade actual e relembra algo que jamais deveria ser esquecido. Mas duvido muito que, no contexto actual, Dachau e a exterminação dos judeus, não acabe por ser olvidado no que tem de essencial. Não digo pela geração dos meus netos, mas admito que assim seja, na geração daqueles que eles tiverem.
Se o realizador fosse muito bom, podíamos ter um filme excelente. Como não é, temos uma película a puxar à lágrima fácil - lacrimejei o que, no meu caso, não é bom sinal - mas que vale a pena, do meu ponto de vista, por relembrar um tema em relação ao qual, pasme-se, já há quem tenha dúvidas.
Mas como não tenho vocação para o martírio, digamos que depois de duas idas ao “nimas” ver assuntos sérios preciso, com urgência, de um refreshment no domínio da comédia!


HSC