terça-feira, 17 de junho de 2014

Ana Maria Adão e Silva

Há pessoas de quem gostamos, mal as conhecemos. Este fim de semana morreu Ana Maria Adão e Silva, que era uma delas. Nunca fomos íntimas, mas todas as vezes que nos cruzávamos - e foram muitas - havia muita alegria nesses encontros. Acresce que tínhamos grandes amigos comuns, o que facilitava que fossemos sabendo uma da outra.
Hoje estive com ela três longas horas antes da primeira missa que seria celebrada em sua intenção numa capela mortuária da Igreja da Ressurreição, nas Fontaínhas. Foi desta forma silenciosa, mas muito sentida, que me despedi dela, da sua boa disposição, da sua alegria, enfim, do gosto que tinha pela vida. E comigo esteve a Maria Nobre Franco que, além de sua vizinha, era também sua amiga.
Depois, com a aproximação da hora da missa, o local havia de ficar apinhado de gente, grande e humilde, numa comovedora cerimónia. Lá havia de encontrar o casal Adriano Moreira - amigos do peito - ou Maria Barroso e filha, lado a lado com o pessoal que a serviu e a quem ela nunca esqueceu.
Eu sei que há uma idade a partir da qual, todos os dias, vamos perdendo alguém de quem gostamos. Mas lá em cima podiam fazer esta "tarefa" de forma mais pontual. É que ultimamente tem sido uma enorme razia naqueles que estimo!

HSC

6 comentários:

TERESA PERALTA disse...

Resistir a um sentimento de perda é uma das maiores provações que o ser humano experimenta. São nuvens negras que vão passando e dão lugar a outras bem mais claras e luzidias.
Abraço grande Helena.
Ate amanhã :)

Anónimo disse...

Bom dia Helena!!
Concordo consigo, existem pessoas que mal as conhecemos sentimos uma grande empatia, não sou de fazer grandes amizades à primeira vista, mas tenho tido ao longo da vida sentimentos contraditórios que me fazem pensar...
A morte é algo que ainda não consigo entender, penso que deste crianças deviamos ter sido ensinadas que todos vamos morrer um dia, coisa que ainda é tabu em muitas familias.
Muitas crianças ainda não vão a funerais,não sabem que os familiares morreram, inventam histórias...para mim algo incompreensível que nos fazem sofrer muito mais em adultos, quando perdemos alguem que pensamos que é eterno( no meu inconsiente sempre pensei que o meu pai ia morrer velhote era um homem com saúde um dia estava bem no outro já não estava cá) estas mortes inesperadas deixam dores avassaladoras) sim porque todos pensamos que a morte só acontece aos outros, só quando a morte bate à nossa porta aí sim, sentimos os que os outros sentem...
Hoje dou muito mais valor a certas coisas que antes não dava, a vida é curta para uns, longa para outros, o que importa é que sejamos felizes e acima de tudo deixarmos uma lembrança boa a quem cá fica!
A sua amiga deixou-lhe a recordação da alegria dos vossos encontros...

Um beijinho
Carla

Anónimo disse...


Helena q humor tão saúdavel, como me fez rir!!!
Adorei a historia da parelha, permita-me que coloque aqui a entrevista os seus leitores vão deliciar-se!

https://www.youtube.com/watch?v=xplDEuvkYeA

Carla

Anónimo disse...

Never stop believe.
Someday. Somewhere. Someone. Want for us.

http://youtu.be/4upRHmE3whU

:-)

Sandra disse...

Lamento que esteja a passar por tudo isto.

Força.

Lena Cabral disse...

Sou amiga da Ana Maria há mais de 50 anos...Daquelas que, mesmo sem nos vermos ou falarmos há muito tempo , quando nos encontrávamos era como se tivéssemos estado juntas na véspera. Vi-a, a si, lá, nesse dia. Considero-a uma grande Senhora... Por isso quero agradecer-lhe as lindas palavras que escreveu. Vindas de si, sei que são sentidas...