"SPA não adopta o novo acordo ortográfico perante as posições do Brasil e de Angola sobre a matéria
A SPA continuará a utilizar a norma ortográfica antiga nos seus documentos e na comunicação escrita com o exterior, uma vez que o Conselho de Administração considera que este assunto não foi convenientemente resolvido e se encontra longe de estar esclarecido, sobretudo depois de o Brasil ter adiado para 2016 uma decisão final sobre o Acordo Ortográfico e de Angola ter assumido publicamente uma posição contra a entrada em vigor do Acordo.
Assim, considera a SPA que não faz sentido dar como consensualizada a nova norma ortográfica quando o maior país do espaço lusófono (Brasil) e também Angola tomaram posições em diferente sentido. Perante esta evidência, a SPA continuará a utilizar a norma ortográfica anterior ao texto do Acordo, reafirmando a sua reprovação pela forma como este assunto de indiscutível importância cultural e política foi tratado pelo Estado Português, designadamente no período em que o Dr. Luís Amado foi ministro dos Negócios Estrangeiros e que se caracterizou por uma ausência total de contactos com as entidades que deveriam ter sido previamente ouvidas sobre esta matéria, sendo a SPA uma delas. Refira-se que também a Assembleia da República foi subalternizada no processo de debate deste assunto.
O facto de não terem sido levadas em consideração opiniões e contributos que poderiam ter aberto caminho para outro tipo de consenso, prejudicou seriamente todo este processo e deixa Portugal numa posição particularmente embaraçosa, sobretudo se confrontado com as recentes posições do Brasil e de Angola.
Lisboa, 9 de Janeiro de 2013"
Este foi o comunicado feito pela Sociedade Portuguesa de Autores aos seus associados.
É mais um a juntar a tantos outros de entidades oficiais de que temos conhecimento. Como corresponde à posição que defendo fico contente.
HSC
31 comentários:
BRAVO!!!!!!
Nunca consegui entender a razão desse acordo, ele há coisas que alguns intelijumentos decidem mas, não explicam, na verdade se o conseguissem fazer seriam inteligentes.
Se a minha pátria é a Língua Portuguesa, eu africano me confesso.
N371111
Cara Helena
Como associado da SPA congratulo-me com a tomada de posição.
Cumprimentos
Eu também sou totalmente contra o novo acordo ortográfico.
O grande problema é que os meus professores (na faculdade) obrigam os alunos a escrever de acordo com a nova norma.
A propósito da faculdade gostava ainda de lhe pedir um conselho, uma vez que a tenho como referência e sendo uma pessoa na qual deponho toda a confiança.
O que se passa é o seguinte:
> Cá em casa vivemos com 600€/mês para ser dividido por três pessoas.
Tendo de sair uma grande percentagem desses 600€ para terceiros (a senhoria, os donos das superfícies comerciais, o fornecedor de gás, de telefone, luz e Internet (sendo estudante preciso mesmo dela)). Enfim, já deu para se perceber que não vivemos com folga orçamental, bem pelo contrário. Não tenho bolsa de estudos.
> A minha mãe tem graves problemas de coluna vertebral e não pode trabalhar.
> A faculdade, é evidente, ocupa-me bastante e, claro, não posso ajudar a minha mãe tanto quanto gostaria e também não consigo trabalho (um babysitting muito esporádico que não cobre despesa nenhuma das minhas, um ou outro rol de fotocópias e nem sempre)
> Como fui trabalhando nos 3 primeiros anos, fui ganhando o suficiente para pagar as despesas mas isso também fez com que acumulasse disciplinas.
> Este ano são os meus pais que me estão a assegurar todas as despesas. E para piorar a situação receio não ver a minha licenciatura concluída este ano lectivo.
> Estou completamente perdida... já não sei o que fazer. Estou num impasse muito grande porque penso: "Se no final deste ano, não tiver as disciplinas todas feitas e não resolver "rematricular-me" não fico com a Licenciatura ora perdido por cem perdido por mil e para não ficar licenciada mais vale abandonar de imediato e procurar já trabalho a tempo inteiro" mas depois penso "Isto está tão mau! Vou encontrar trabalho onde?"
Os meus pais não me incentivam e nem me desiludem, colocam-se numa posição neutra, delegando apenas em mim a decisão de continuar ou prescindir de um futuro um pouco mais estável - qui ça- , deixam bem claro que asseguram as despesas, mas ao mesmo tempo sublinham a precária situação em que nos encontramos... volta e meia lá vem o meu pai queixar-se que a empresa vai fechar...
Existe ainda o factor idade: tenho 28 anos, sinto que a minha vida precisa de tomar um rumo, se paro para pensar conscientemente e analisar todos os factores lá aparece mais outro dilema: se agora não arranjo trabalho por não ter a licenciatura qualquer dia não arranjo trabalho porque já estou muito velha para entrar para o mercado de trabalho (é certo que já trabalhei antes de ingressar na faculdade - concorri pelos maiores de 23 mas ainda assim....)
Sinceramente, querida Doutora Helena, o que faço? Se fosse um familiar seu (e perdoe-me a ousadia) o que lhe diria? Preciso mesmo de alguém que me indique um caminho porque eu já não sei o que fazer.
Um abraço, de quem muito a estime e leva as suas opiniões muito em conta
Vânia
Desde que os mais novos nas escolas saibam que regras devem seguir sem se baralharem, a mim tanto me faz. Nunca lutarei por aquilo que foi conseguido com ditados chatos e com actos que humilhavam aqueles que davam erros.
Amiga Helena,
Havia um dito popular, há muitos anos, que dizia "galinhas apressadas têm pintos malucos"... Não conheço a origem, mas aplica-se ao famigerado AO. Tudo isto foi uma trapalhada quase desde o início (Encontro do Rio de Janeiro, em Maio de 1986, que reuniu Portugal, Brasil e Países Africanos de Língua Portuguesa, com ausência da Guiné-Bissau). Entretanto, andou em bolandas e, de repente, em 2004, numa Reunião preparatória da Cimeira da CPLP, em Fortaleza, como não havia ratificações suficientes para a sua entrada em vigor, resolveu-se ser suficiente que 3 dos 8 países o ratificassem para que se pudesse avançar com a coisa. Esse protocolo veio a ser aprovado na Cimeira da CPLP de Julho de 2004, em S. Tomé. A proposta, assaz curiosa, nasceu da delegação portuguesa. Este protocolo foi inserido num Acordo aprovado pela Assembleia da República, em Julho de 2008. Depois, calaram-se, até que, já na fase final do governo anterior, por Resolução do Conselho de Ministros, foi determinada a sua entrada em vigor, em Portugal,o mais tardar em 2015. O actual Governo, pressuroso, com o argumento de que havia um compromisso político (?) fixou a data de 1 de Janeiro de 2013 para os serviços do Estado. Nas escolas reina a confusão tal como nas editoras. Parece, agora, que o Brasil e Angola não estão muito animados com a ideia, cada um com as suas razões. Possivelmente, o Brasil fará o que fez com o Acordo de 1943, tal como com o de 1931, isto é, não o ratifica. Se Angola também fizer o mesmo, qual será o papel de Portugal? Cavaleiro da triste figura...
Como em 1911 também houve uma reforma ortográfica, já repararam que, no espaço de 100 anos, já vamos em 3 “acordos ortográficos”!
José Honorato Ferreira
Teresa Frazão disse:
Também eu.
Bem contente.
Não é uma teimosia, embora, bem o sabemos, é muito difícil "teimar" e continuar a teimar por aquilo que consideramos que não está bem ou "que não é por aí".
Fui aluna do Prof Cintra.
Aprendi com esse grande Senhor quanto é preciso trabalhar, investigar, ponderar para enfim se poder decidir.
Nunca percebi a ordem/regra deste governo em impor o chamado novo acordo ortográfico.
Nunca percebi o porquê desta norma. Assim. Obrigatória.
Pode parecer que é mais fácil. É que se é obrigatório, não é preciso "pensar",faz-se.
Desta vez, não foi mais fácil.
E pensar é muito melhor.
E as palavras que escrevemos?
Transportam tanta sabedoria. Tanta História. Tanta herança.
E isso vale.
Só que não dá lucro.
E assim, não interessa.
Eu continuo na minha escrita:) que sempre defendi...mas os netos já andam no acordo e por vezes fico em desacordo:):):)
Coisas feitas em cima do joelho sem estar tudo muito bem discutido e definido!
O AO reflecte bem a mentalidade portuguesa e como se diz, em bom português, mais uma vez "anda a carroça à frente dos bois".
Continuo a escrever como aprendi e oficialmente socorro-me do conversor "Lince"... um grande "amigo" que faz tudo sem ter que me preocupar se está bem ou mal.
É pena as autoridades portuguesas não suspenderem o AO quando o Brasil "não está nem aí"!!!
Isabel BP
Olá Helena,
Eu cá escrevo como me apetece que ainda é o melhor. A maior parte das vezes escrevo à antiga mas, se me parecer que um hífen é desnecessário, deixo-o cair.
E acho que ninguém me vai prender, censurar, apontar o dedo. E, mesmo que o façam, estou-me nas tintas.
É que esta barafunda toda do AO só mesmo vista e ouvista, como diria o grande mestre da língua portuguesa, o senhor doutor relvas (tudo com minúsculas, não pelo AO mas cá por umas coisas).
Um abraço!
Quando não percebo uma coisa, ninguém me convence a fazê-la! Nunca entendi as razões que levaram a esta aprovação de um acordo que pelos vistos não foi feito de acordo com ninguém. Sendo assim, fico contente
Aprendi que um dos elementos da unidade de uma nação era a lingua e não consigo concordar com "...Nunca lutarei por aquilo que foi conseguido com ditados chatos e com actos que humilhavam aqueles que davam erros".Teve azar quem assim fala: nunca fui humilhada por dar erros mas sempre incentivada a não os dar e a escrever bem (lendo muito....).
Com amizade
Maria de São Francisco
Já sabíamos que a 'velha senhora' brinca e discorda do desacordo sobre o acordo de 1990 e não concorda com tanto oposição apaixonada a esse acordo internacional que foi discutido, assinado e aprovado em termos e tempos democráticos, preferindo-se-lhe o AO de 1945 imposto pela ditadura. Assim a senhora discorre alegremente em sonetilho e anexos:
tão contente amiga fica
minha jovem grande helena
quando a spa pequena indica
que o a.o. novo condena?
em 90 a a.r. iníqua (1)
o aprovou sem grande pena
co'um cavaco sem genica? (2)
maioria era pequena?
o mais grave é que um tal mne
trinta e oito anos depois
não ouviu sobre a matéria
essa spa - então como é!?
e o cavaco número dois (2)
lá promulga essa miséria
(1)
a.r. era ppd
maioria bem absoluta
porque é que ora ninguém vê
que não houve então disputa?
(2)
cavaco-um era p.m.
cavaco-dois é p.r.
jamais se engana nem teme
que nunca duvide ou erre
PS. A senhora pede-me que informe a cara Tereza Frazão do que segue:
Lindley Cintra foi um dos especialistas que elaboraram o AO90, juntamente p.e. com Malaca Casteleiro, M. Jacinto Nunes, M. Helena Rocha Pereira, M. Lourdes Belchior. Pelo Brasil participaram i.a. Antônio Houaiss, Nélida Piñon, Austregésilo de Ataíde (Presidente da Acdemia Brasileira de Letras) e Celso Ferreira da Cunha. As discussões decorreram em encontros realizados em Portugal e no Brasil, designadamente desde 1986, e com a participação de todos os países lusófonos e Galiza.
Congratulo-me, Cara Helena!
Não houve nada, senão o que já disse, parece-me: possidonismo ou "possidoneira" se for a nível oral.
"Much ado about noting, much ado about nothing … …"
Com esta confusão linguística da Esquerda misturada com "mercearismo" à la Tatcher de grande parte da Direita, temos o País actual. Não haverá, calculo, muito mais a analisar.
Raúl.
Adoro o provérbio dos "pintos malucos". Eu sou totalmente anti-acordo e não o aplico. Mas, pior que isso, muito pior, é a nova gramática que se anda a "tentar" ensinar. E disso, praticamente não se fala...
Beijinho, Helena!
Isabel Mouzinho
Yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!
o problema ou cómico disto tudo é que agora o português que se escreve tem 3 ortografias, a antiga a do ao e a mista, eu estou na mista, já escrevo coleção umas vezes colecção outras vezes, é assim como ser bilingue!! valha nos deus, é caso pra dizer, mas tudo isto é muito, muito divertido e cómico, isso sem duvida nenhuma
Mais uma coisa, Cara Helena, fico, realmente, contente com a tomada desta atitude por parte da SPAU. Revela que não foi atrás de o Void! Foram os pretensiosos, como acima referi, e governos fracos onde justamente não deveriam sê-lo, que criaram esta confusão desnecessária.
Medo de perder a nossa Língua, como anunciaram os defensores do Acordo? Mas que ridículo!
Perder-se-ia com o Acordo, isso sim. E tiveram de ser os angolanos e outros, timorenses, por exemplo, a dizer que não adeririam ao disparate…
Raúl.
Mas que fazer se o meu "Word" persiste
em usar o Novo Acordo Ortográfico!?
Confesso que a maior parte das vezes tenho relutância em permitir-lhe essa ousadia!!
Cara Helena,
Como diz o ditado:" Mais vale tarde do que nunca," peca por ser tardia a posição do SPA. Quanto ao MEC, nem faço qualquer comentário. Sempre com amizade.
ERRATA
A velha senhora deve ter-se excedido no Alvarinho e espalhou-se redondamente nas contas. A "ausência total de contactos" do MNE Luís Amado com a SPA - invocada no comunicado que rejeita o AO90, preferindo-lhe o AO45 de Salazar - refere-se a 2008, ano em que a A.R. decidiu, em 16 de maio, a entrada em vigor do AO90 (votaram a favor PS, PSD, BE e sete CDS; contra, Manuel Alegre, ex-PC Luísa Mesquita e dois CDS; abstiveram-se PCP, Verdes e três CDS) e em que o PR Cavaco o promulgou em 21 de julho. Ora, 2008 vem dezoito anos depois do AO90 e não trinta e oito (38!!!) como a senhora me ditou.
O décimo verso do sonetilho deverá pois ler-se:
'uns dezoito anos depois'
A SPA permanece fiel, numa altura em que tudo anda em roda livre!
um abraço,
lb/zia
Queixou-se-me a 'velha senhora' de só hoje lhe ter lido o comentário de Vânia (às 17:42 de ontem) que a deixou muito, mas muito, impressionada. E ditou-me depois:
é ridículo continuar
a discutir desacordos:
melhor ir solucionar,
vânia, a sua situação.
por ação ou omissão,
deixamos uns tordos gordos
afundar esta nação
em buraco tão profundo
que às vânias do nosso mundo
nega solidariedade
e vida a que têm direito.
vamos criar bolsa ou fundo
que garanta a dignidade
da vânia - co'amor e jeito?
ps
grande helena e helena linda,
isabel e julia e guida,
blog-amigas outras, inda,
pronta estou pra esta lida:
mesmo a sério aqui avanço,
já cansada de descanso.
Cara Drª Helena Sacadura Cabral
Esta minha velha amiga - a quem, já não sei quando nem como, começámos a identificar por 'velha senhora' - disponibiliza-se, por uma vez, para agir.
Pede-me que lhe assegure que a sua proposta, acima rimada, de criar fundo ou bolsa a favor da Vânia é para ser tomada a sério. Haveria só - diz - que confirmar com a Vânia se a situação corresponde ao que ela descreve.
A ser por si aceite a proposta, a minha amiga diz que enviará o seu modesto contributo, anónimo, para a conta que para o efeito a cara Drª criar. Explica a senhora que mantém o anonimato por atenção para com os seus doentes ("cada vez menos numerosos, hélas!" - comenta, rindo).
Acrescenta que qualquer um poderia contribuir para o fundo ou bolsa, de preferência anonimamente, de forma a que a Vânia não tivesse de se sentir obrigada a ninguém em especial, salvo à cara Drª por acolher e dinamizar a iniciativa.
Caro "Anónimo"
Sou Teresa Frazão.
Sei, pois já era um assunto incentivado, estudado, ... pelo Professor Luís Lindley Cintra e também por Malata Casteleiro com quem fiz um seminário (em ? oitenta e muito ou noventa e. ?)
Agradeço muito a sistematização que faz deste problema, que era na verdade uma causa de Lindley Cintra. Tendo sido sua aluna, foi através dele que soube da causa e do trabalho acerca do iAO.
Agradeço-lhe pois esta sistematização.
Com consideração
Maria Teresa
Bom dia D. Helena,
esta minha mensagem nada tem a ver com o seu Post ... é só para lhe contar o seguinte:
Ontem, vi-a na TV, quando anunciavam as personalidades femininas 2012 eleitas pela Lux.
Já agora, parabéns!
Mas a minha felicidade advém de, aquando da apresentação da notícia, o meu filho Artur de 7 anos, surpreendido, pergunta "Oh Mãe, porque é também não te deram a ti um prémio?"
Bem, o meu ego preencheu-se ...
bem haja as mulheres!
Parabéns.
Cumprimentos,
Cláudia
Cara Vânia
Se nem os seus Pais ousam dar-lhe um conselho, que direi eu?!
A questão que me põe é um verdadeiro case study, porque não consigo perceber como é que, com 600€ mensais, três pessoas conseguem viver, estando uma delas a estudar. Por isso, sou eu, agora, que lhe peço que me explique com detalhe como consegue fazê-lo.
No meu tempo tive uma bolsa de estudos porque fui a melhor aluna do ISCEF e dei explicações para me manter. Julgo que hoje aconselharia o mesmo a um familiar.
Por isso lhe pergunto:
1.qual a razão invocada para não ter bolsa do MEC?
2.os 600€ são o salário do seu Pai?
3.a sua mãe não tem reforma?
4.em que Universidade estuda?
5.em que ano anda?
6.tendo 28 anos, com que idade entrou na Universidade?
7.onde trabalhou antes? Fez descontos?
Quanto à sugestão da Velha Senhora, deixo-a para depois da sua resposta.
Acredita que com uma ou duas excepções foram as perguntas que me vieram à mente quando li o pedido de conselho da Vãnia!? Quando leio/ vejo relatos destes pergunto-me sempre: como pode ser verdade que com esses €€€ se possam honrar as despesas de que falam?
Peço desculpa à Vânia se a estou a ofender!
p.s. Acredite que estava curiosa da sua resposta!
Respondendo às suas questões, querida Drª Helena,
1.qual a razão invocada para não ter bolsa do MEC?
Eu não tenho bolsa de estudos porque não conclui a licenciatura nos previstos 3 anos + 1 (ou seja, para além dos 3 anos que dura a licenciatura temos direito a um ano, suplementar.
Além disso, quando andava no 2º ano, na declaração de IRS do meu pai, constava uma propriedade rural, do qual o verdadeiro usufrutuário são os meus avós, não recebendo nós qualquer tipo de rendimento pelos bens mencionados. Foram deixados em testamento, mas só poderemos começar a receber os respetivos rendimentos após a morte dos meus avós.
2.os 600€ são o salário do seu Pai?
Sim, é o salário do meu pai.
3.a sua mãe não tem reforma?
A minha mãe não tem reforma nem qualquer outro tipo de apoio social, esteve de baixa médica durante um ano e meio (aproximadamente) mas no momento nao tem qualquer rendimento.
4.em que Universidade estuda?
Eu estudo na Escola Superior de Educação do Porto.
5.em que ano anda?
Estou no 3º ano da licenciatura.
6.tendo 28 anos, com que idade entrou na Universidade?
Só ingressei na faculdade aos 23 anos (faria 24 em Novembro)
7.onde trabalhou antes? Fez
descontos?
Trabalhei em infantários e escola do 1º Ciclo do Ensino Básico, da Câmara Municipal de Matosinhos tendo feito sempre os respetivos descontos mas nunca trabalhei a full-time pelo que os descontos são de baixo valor.
À Dª Dalma, claro que não me ofendeu. É a realidade. Vivemos com o cinto apertado no último buraco, vamos sobrevivendo com a ajuda de familiares da aldeia que vão dando umas batatas, legumes e uns frangitos de vez em quando.
O vestuário, é me dado por uma amiga que volta e meia faz reciclagem ao guarda-roupa
Para além disto, eu tenho uma página de facebook onde publico trabalhos artesanais que faço (ponto-cruz), sob encomenda. No entanto, em 2 anos de página e divulgação só tive 3 encomendas, pelo que não posso contar como rendimento.
Obrigada, a ambas
Vânia
Uma boa notícia:
Enquanto passava por aqui e desabafava um telefonema inacreditável aconteceu.
Uma conceituada empresa, na área de educação infantil, onde estou inscrita para part-time's esporádicos, me aconselhava a concluir a licenciatura. Uma vez terminada estou contratada.
;)
Cara Vânia
Estão dadas as explicações. Apenas uma dúvida: se a sua Mãe não trabalha está de baixa de quem? Desculpe mas gosto de perceber tudo.
Cara Velha Senhora
Aqui fica o apuramento possível. Se a Vânia tiver um NIB pessoal e o quiser disponibilizar, já será possível, a quem quiser ajuda-la.
A todos os comentadores do “Fio de Prumo” agradeço a solidariedade que demonstraram para comigo. Fiquei deveras sensibilizada com a generosidade que demonstraram tão pronta e inesperadamente. Vivemos num tempo em que todos nos querem fazer pensar que tudo se resume a holofotes e protagonismo e,
de repente, eu não sei a quem agradecer. Evidentemente não poderia esquecer
a Dr.ª Helena Sacadura Cabral, que gentilmente postou o meu desabafo, num espaço dedicado ao (des)Acordo Ortográfico. Mas também não posso esquecer a “velha senhora” , a D.ª Dalma nem o anónimo de 8/2/2013 às 00:09. A todos o meu muito obrigada, do fundo do coração lhes agradeço, mas não posso aceitar as vossas ofertas. Eu nem sei o que dizer porque, de facto, não esperava tal onda de solidariedade em torno de mim. Pedi um conselho e recebi uma enorme demonstração de generosidade e altruísmo. Um dia, quando for grande, quero ser como vós, e recordar os momentos de comoção que me fizeram viver.
Até lá, vou continuar a pintar o meu arco-íris… até ser hora de deixá-lo brilhar.
Um enorme abraço a todos,
Vânia
enviei em anexo uma imagem (de uma menina a pintar o arco-íris), por e-mail não sei se chegou, bem como a resposta à sua questão que reproduzo aqui, tal como no e-mail
A minha mãe foi com baixa desde que foi operada á coluna vertebral. A seguir à operação esteve 2 anos aproximadamente com baixa remunerada, findo este tempo de convalescença deram os médicos da junta médica consideraram-na apta ao serviço. Mas a minha mãe é empregada de limpeza num condomínio, cabendo-lhe a ela a limpeza do prédio duas vezes por semana. Quando regressou ao serviço e viu que não podia com os baldes de água, nem fazer os esforços que as esfregonas requerem, viu que não conseguia trabalhar. Na segurança social aconselharam-na a meter baixa sem vencimento :não recebe, mas fica isenta de pagar a segurança social e não perde o local de emprego. Foram estas as explicações que lhe deram.
Cara Vânia
O mundo administrativo é um puzzle em que nem um doutorado de gabarito se entende. Pelo que me diz só um jurista poderia descobrir uma via de obter ganho suplementar.
Não sei onde vive mas se estiver numa cidade talvez haja uma delegação da Ordem dos Advogados onde obtenha conselho gratuito. Talvez a sua situação escolar possa ser revista provando que não tem qualquer rendimento. Pior não fica e pode melhorar se for devidamente encaminhada.
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