segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O Deus da carnificina


Não se assustem. Não entro o ano a falar de carnificinas reais. Trata-se, apenas, do título do último filme de Roman Polansky, um realizador de quem gosto mas que, por motivos vários, os críticos não apreciam muito, desde que há mais de trinta anos, a América proibiu a sua entrada no território, por uma questão de sexo consentido com uma menor.
O filme é uma comédia amarga sobre as relações entre casais e sobre a educação que os pais dão aos filhos. Tudo se passa numa tarde, numa sala, onde os quatro únicos protagonistas ora se digladiam entre si, ora se compreendem mutuamente.
Jodie Foster surpreendente no papel de mãe culta e conservadora e Kate Winslet soberba no papel de mãe galinha e executiva gestora de fundos.
Como se depreende, a economia de meios é grande, e o filme vale pelos diálogos que, em certas alturas, chegam ao paroxismo. Tudo no meio de algumas valentes gargalhadas impossíveis de conter, face ao verrinoso
humor de algumas análises.
Os críticos até agora deram três estrelas. Do meu ponto de vista, a película vale as quatro. Mas eu sou, apenas, uma cidadã que gosta de cinema.

HSC

7 comentários:

ana v. disse...

Este é um dos filmes que está na minha lista para muito breve, antes que se vá embora. Uma das razões por que quero muito vê-lo é Joseph Waltz, que por acaso não referes aqui. Rendi-me a ele sem remédio no último Tarantino. Magnífico actor.

AvoGi disse...

Vou roubar da net já
kis :=) Bom ANO
mas do roman só mesmo carnificina
kis .=)(

Julia Macias-Valet disse...

Pois eu dear Milady sou uma cidada que adora teatro (aqui so p'ra nos que ninguém nos ouve...so nao segui a carreira por oposiçao parental : (

Vi "Les Dieux du Carnage" ha dois inversos atras. Nao sabia que Roman Polanski tinha adaptado a peça ao cinema.
O "engraçado" ao longo da peça é ver como as quatro personagens se unem ora os dois casais, ora as duas mulheres, ora os dois homens contra os restantes em face. Um autêntico rigue de emoçoes e de ajuste de contas..."Touche pas à mon enfant !"

A nao perder também d'Yasmine Reza, "Art". Esta peça tive o privilégio que fosse representada em minha casa pelo grupo do Archicube. Os meus filhos adoraram. Levem as crianças ao teatro mas primeiro expliquem-lhes que nao se come milho insuflado dentro da sala...assim evitam-se decepçoes.

A ultima peça que vi com os meus filhos : "Macbeth" do William. Sanguinaria ? nem pour cela : )) Bastou-me explicar à Clara (6 anos) que "aquilo" era ketchup : )) Claro que ela nao percebeu tudo mas gostou dos décors, das bruxas, da floresta que avançava,...

Isabel Seixas disse...

Claro que vou aceitar a sugestão.
Abraço
Isabel

Raúl Mesquita disse...

Obrigado, Helena, vou já ver. Também gosto muito. E o tema parece denso. Ele sabe tratá-los magistralmente.

Raúl.

Natália Costa disse...

Polanski nunca desilude e esta é mais uma prova disso.
Um filme brilhante, no desconstrução crua e fiel de tudo o que somos ou podemos ser!

Natália Costa disse...

Penso que gostará de ler, pelo que partilho:
http://ocantinhodocinema.blogspot.com/2012/01/carnage.html