segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A classe media


Leio hoje no Correio da Manhã, enquanto degluto um café apressado, a notícia que abaixo reproduzo:

"A classe media está em risco de empobrecimento rápido e pode desaparecer como a conhecemos em Portugal, em consequência da crise económica que o país atravessa disse ontem o sociólogo Elísio Estanque que lança esta semana um livro sobre o tema".

Não oiço falar muito deste tema, o que a mim, confesso, me preocupa, porque à semelhança do que acontece com a quebra de natalidade, parece que poucos despertaram ainda para esta questão.
Mas, se juntarmos as duas situações, certamente que o retrato do nosso país, num futuro próximo, se vai alterar profundamente. No pior sentido, entenda-se!

HSC

4 comentários:

Traçados sobre nós disse...

Cara Dra Helena:

Sim, penso que o empobrecimento existe e está a evoluir de uma forma rápida. Permita-me que refira que hoje mesmo publiquei uma espécie de conto à volta disto, com o título "Servos".

J. Rodrigues Dias

Mar disse...

Bom, a mim parece-me que ja nao ha classe media em Portugal a muito tempo.

Raúl Mesquita disse...

Cara Helena:

Tudo está a involuir (palavra caída em desuso também - "Ask Evans" why…) vertiginosamente…, mas não será essa a ideia? E aqui, no Sul da Europa, mais rapidamente. Não será uma estratégia de tornar "feudal" estas terras, para servirmos outras mais ao Norte, com meia dúzia de Senhores intermediários aqui? Tudo indica. Daí a destruição das classes médias-médias. Algumas das médias-altas subsistirão pelo motivo apontado. No Reino Unido a crise faz-se sentir, mas ninguém toca nas classes médias, espécie de sustentáculo das Upper Classes…

Caiu-nos o anátema e, ao contrário de muitos, não creio que a culpa fosse de uma maioria gastadora, mas sim de uma classe regente inapta e, muitas vezes, aos serviço (com benesses, com certeza) desses senhores mais ao Norte e dos Americanos, sonhadores de Hegemonia Universal.

Que Tragédia Grega! Que Fado Luso!

Raúl.

DL disse...

Em França o tema tem sido recorrente desde há alguns anos. Lá, como cá, a geração dos mais de 50 anos viveu com regalias com que os filhos, entre os 30 e 50, já nem sonham. O L'Express desta semana traz uma reportagem sobre isso que vale a pena ler. Existe hoje uma grande maioria de pessoas que sentem viver pior do que os seus pais viveram - menos segurança, maior custo de vida, menos actividades de lazer. O retrato do nosso país já se alterou, nós é que ainda não demos por isso.