"Apenas 56% dos portugueses consideram que "a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo", de acordo com o estudo "A Qualidade da Democracia em Portugal: a Perspectiva dos Cidadãos", da autoria de António Costa Pinto, Pedro Magalhães, Luís de Sousa e Ekaterina Gorbunova.
Assim, 82% dos inquiridos dizem estar em desacordo com a afirmação de que “a justiça trata ricos e pobres de forma igual” e 79% estão em desacordo com a ideia de que “a justiça trata de forma igual um político e um cidadão comum” .
O descrédito da Justiça é confirmado por 37% dos inquiridos, que estão em claro desacordo com a ideia de que “os juízes são independentes do poder político no exercício das suas funções”.
Apenas 14% concordam com a ideia de que “as decisões do Governo português não são muito condicionadas pela vontade de outros países” e 23% discordam frontalmente desta afirmação. Para 43% a afirmação de que “o poder político está protegido das pressões do poder económico” não corresponde à realidade.
Mas em contraponto com o descrédito da Justiça surge a confiança de 49% dos inquiridos na figura do Presidente da República,, possivelmente porque apenas 21% dos inquiridos reconhecem essa capacidade ao Provedor de Justiça e 37% ao Tribunal Constitucional.
Quanto à imagem que os inquiridos fazem do Governo e dos partidos e à autonomia do poder político, o descrédito é também a tónica.No estudo confirma-se que os cidadãos não se reconhecem e não se vêem representados no poder e nos representantes políticos".
Alguém fica muito surpreendido com estes resultados?!
HSC
6 comentários:
Eu fui entrevistada para este estudo e achei que tinha sido radical. Afinal não estou sozinha
A maioria do país está comigo ou eu com ela. A política estragou-se quando passou a ser uma forma de emprego em que o estado é o empregador e nós os pagantes.
Uma valentíssima gripe tem-me obrigado a ficar por casa.Esta tarde na SIC notícias, num programa do género "falam os ouvintes", um desembargador com um facies de maçónico fazia a apologia das barrigas de aluguer respondendo aos teleespectadores que iam telefonando. No fim sai um resultado do inquérito telefónico: noventa e muitos % contra a tal legislação em discussão no parlamento. Diziam uns que não havendo dinheiro para tratar dos cancerosos, nem para a hemodiálise etc etc como é que o governo teria dinheiro para este devaneio. Como querem que o Povo acredite na democracia?
Dá que pensar, mas não me surpreendem os resultados, embora não partilhe da opinião da maioria e nalguns aspetos tenha uma opinião mais otimista sobre a imparcialidade da justiça.
Tenho bem mais fé na Justiça, não tanto nas Leis com muita pena minha. Continuo hoje a crer, tal como há 20 anos que a nossa Magistratura está muito bem representada, tem grandes e digníssimos Juízes. Os melhores estão longe de ser os mais bem classificados, é dano colateral e preço a pagar por quem se atreve... Posto isto o resultado desse estudo decepciona-me até porque dá a ideia de que somos uma sociedade capaz de pensar e, a minha percepção é de que nada está mais longe de ser verdade. Somos um povo cada vez mais deprimido e dependente de medicamentos…Acho que este estado de desapontamento e desilusão, esta depressão individual e colectiva revela falta de vontade de viver. Quem está assim afectado, tem afectada a sua capacidade de pensar e de liberdade. Um povo livre e esclarecido é constituído por cidadãos livres e esclarecidos. Olhando em meu redor vejo gente que deixou de lutar, que não está nem aí… Não acredito em estudos que dizem o contrario do que vejo.
Resumindo e concluindo.
Como diz o antigo ditado "Casa onde não há pão, todos ralham e ninguem tem razão".
Só é de lamentar que enquanto uns
não têm pão, nem mesmo rijo, outros têm "pão de ló" e bem macio.
Por tudo o que leio e ouço, a cada dia que passa, menos razões tenho para acreditar numa Democracia que me faz sentir "violentada" nos meus direitos de cidadania.
Citação:
- Democracia, é um conceito de difícil definição, fundamentado na noção de uma comunidade política na qual todas as pessoas possuem o direito de participar dos processos políticos e de debater ou decidir políticas igualmente e, na acepção moderna, na qual certos direitos são universalizados a partir dos princípios de liberdade de expressão e dignidade humana. - Fim de citação!
Curiosamente a mim ninguem me perguntou opinião, fui unicamente confrontada com os factos e, como contra factos não existem argumentos, daí advém o meu descrédito. E mais não escrevo !!
Um abraço e excelente domingo !
Surpreendida, não. Muito preocupada, sim.
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