Leio nos jornais de hoje uma notícia emblemática de um certo tipo de comportamento. Na verdade há homens e mulheres que se esquecem de que são humanos e, por isso mesmo, falíveis.
De que se trata? De Horta Osório - considerado, aos 47 anos, o "special one" da banca - que há oito meses presidia ao britânico banco Lloyd´s, e que acaba de ser obrigado a uma baixa médica de, pelo menos, seis meses.
Porquê? Porque, diz a imprensa, esticou demasiado a corda da saúde - o seu horário normal rondava as 12 horas de trabalho - e o stress provocado pelo excessos que o dito lhe impôs, ditaram, sem apelo nem agravo, uma paragem.
Por ironia do destino esta determinação de afastamento, acontece a menos de uma semana de serem conhecidos os resultados do banco britânico detido a 41% pelo Estado.
A reacção foi imediata. As acções do grupo cairam 7%.
Este facto, num homem que pratica desporto e uma alimentação saudável, põe bem em evidência as loucuras que podem ocorrer, quando nos esquecemos que o trabalho é "apenas" uma parte importante da nossa vida. E, nem sequer será a mais importante. Mesmo quando se gosta muito do que se faz!
HSC
7 comentários:
Estimada Helena,
Há muitos anos atrás, conheci, pessoalmente, Horta Osório, numa reunião de duas familias muito amigas, na Foz do Douro.
Horta Osório, mais novo que eu 23 anos, mostrou-se extremamente cordial neste nosso primeiro encontro. Com o passar dos anos, devido aos seus afazeres, deixamo-nos de nos encontrar.
Fiquei surpreendido com este colapso na sua saúde, porque sempre se me mostrou como sendo alguém extremamente equilibrado.
Não faço juizos, apenas aguardarei serenamente, pelas noticias, especulativas, ou não!
Abraço
Marcolino
Cara Helena,
Horta Osório foi meu colega no CSJB, na UCP e em Fontainebleau (INSEAD). Tanto quanto soube, o seu breve afastamento não terá nada a ver com os resultados do banco, mas com a circunstância de quem tem outros problemas para além do que lhe conferiu merecida notariedade. Até em terras de Sua Majestade, há mais vida para além do Lloyds :)
Caro Paulo
Nem pela minha cabeça passou que o afastamento de Horta Osório tivesse que ver com os resultados do banco. Ao contrário, tive pena que o médico o tivesse afastado numa altura em que ele iria apresentar os resultados do trabalho feito que, ao que me dizem, optimizou os recursos da casa.
Limitei-me a ler e ouvir as notícias estrangeiras sobre o tema. Se há outras razões, tenho pena, porque respeito as suas qualidades profissionais e pessoais.
Sim, Cara Helena. Apenas saliento que a imprensa britânica associa a sua saída a toda esta turbulência dos mercados, as usual.
Cara Helena,
Sinto-me mais próxima da analise de Paulo AL, mesmo desconhecendo as razoes, que penso, que ele conhece...
Digo isto, porque tenho um marido que trabalha em média mais do que as 12 h que referiu (e ainda da aulas na ENA) e um cunhado director financeiro da Société Générale ...e nos sabemos a tormenta que se vive nestes momentos ! Et ils tiennent bon ! ; ))
Ha determinadas áreas profissionais em que se trabalha debaixo de grande stress, mas esse stress aprende-se a gerir ao longo de uma subida na carreira (talvez seja este também um dos motivos porque se sobe ou continua a subir). Por outro lado, acredito de pé firme que é necessaria um grande equilibrio de vida a todos os níveis ; )
Não é, de facto, a parte mais importante.
E o facto de se sofrer uma baixa por stress não é indicativo de alguém menos equilibrado, como é sugerido no comentário primeiro. Qualquer um, esticando a corda e abusando do seu ritmo, pode ficar doente. Mas há pessoas que se julgam acima de tudo, não é? Até...(...)
AEfetivamente
Parece-me que anda fumo branco no ar!
O trichet saiu, entrou o Draghi ! O Horta e Costa, também salta !!
Hummmm!!! Tudo muito suave sem ondas !
Parece-me que vem ai tempestade da grossa !!
como dizem os algarvios:
Fugem moces que eles andem ai !!
Ogam
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