quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

The meanning of life


"The meanning of life is give life a meanning"

Esta frase vem numa fotografia que ilustra, hoje, o blogue Acto Falhado, da Rita Ferro. Li-a quando havia acabado de receber uma notícia que me entristecera muito. E como acredito que nada acontece por acaso, fiquei a meditar no que verdadeiramente importa na vida, quando esta nos pode ser tirada de um momento para o outro, ou quando nos pode ocorrer algo de totalmente imprevisível, como já se passou comigo.
Talvez um dos aspectos mais graves deste tema, seja a dificuldade de definir o que realmente é importante na nossa existência. Porque para mim, por exemplo, é um conjunto de coisas que pode significar muito pouco para outras pessoas. Na verdade, tirando a saúde e o amor, objectivos pelos quais todos lutamos, o resto, aquilo por que cada um se bate, pode ser muito distinto.
Vejamos o meu caso. Dois filhos meus fizeram da política a sua vida. Eu seria incapaz disso. Com respeito, convivemos todos, em harmonia. Mas isso exige que cada um considere a união familiar como um objectivo de vida. O que não é fácil, porque no nosso caso pressupõe, para além do amor que nos une, uma enorme capacidade de tolerância.
O sentido da vida é, de facto, dar-lhe um sentido. Mas se isso à escala individual já não é fácil, que dizer das escalas familiares, nacionais e internacionais?
Há muito que considero a tolerância uma das maiores virtudes do ser humano. Que me esforço, aliás, por praticar. E, talvez por isso gosto cada vez mais de quem pensa diferente de mim. Exactamente porque a vida pode ter diversos sentidos. O problema é que, por norma, há sempre quem considere que uns têm mais sentido do que outros...

HSC

8 comentários:

stiletto disse...

Mais uma vez, li, maravilhada aquilo que a Helena escreve. Se não for ousadia, gostava de dizer que faço minhas, as suas palavras. Também gosto de cultivar a virtude da tolerância que considero cada vez mais importante na nossa sociedade. Há que respeitar quem pense de maneira distinta da nossa. Aceitar opiniões diferentes só nos pode enriquecer...

Serafina disse...

Sigo o seu blog há uns tempos, com muito prazer, por indicação de outra pessoa. Este seu texto, hoje, evocou-me uma apresentação da TED que vi há pouco tempo e que mencionava exactamente a palavra "tolerância", que nunca me agradou muito, de facto. Espero que não se importe que partilhe a apresentação consigo.
http://www.ted.com/talks/krista_tippett_reconnecting_with_compassion.html
S.

Anónimo disse...

Cara Helena,

Concordo na íntrega com o que escreveu.

A vida é para ser vivida à nossa maneira, mas com tolerância e respeito pelos outros.

Hoje, recebi um e-mail de uma prima e o assunto era "Obituário", a comunicar a morte de duas pessoas nossas conhecidas e a fase terminal de uma outra... Pensei estamos a entrar na idade em que se começa a ver partir familiares e conhecidos.

Na minha vida, a morte esteve presente desde muito cedo. Aos 20 anos perdi o meu pai com 45 anos e até aos 22 anos mais 5 familiares chegados.

Uma das vezes, quando regressei às aulas, um dos meus professores (da cadeira de História da Idade Média) disse-me com o seu ar paternal "minha filha, tu melhor que ninguém sabes dar valor ao quotidiano das pessoas na Idade Média". Passei a ter um enorme respeito e fascínio pela época medieval.

Essa fase da minha vida, fez-me crescer e passar a não ligar a pormenores sem importância.

Na nossa sociedade e, principalmente, no mundo do trabalho dá-se importância a "coisitas" que não passam de futilidades.

Quando fiz 45 anos (a idade com que o meu pai morreu) decidi fazer um balanço da vida - o que já tinha feito e o que ainda quero fazer.

Na vida, e como filha única, apenas continuo a ter MEDO de ficar sem os poucos familiares que me restam, principalmente a minha mãe.

Só tenho uma intolerância... à inveja, infelizmente, tão enraízada na maneira de ser de muitos portugueses.

Isabel BP

Anónimo disse...

Como eu a compreendo!
Costumo dizer:
Engano-me sempre
Nos caminhos
Que me levam ao céu


E assim faço a minha penitência todos os dias

Um bom dia para si

MARIA

Marcolino Duarte Osorio disse...

Drª. Helena!
Escreveu uma palavra, um dom de Deus, que eu tanto gostava de poder ter: Tolerancia...!
Noite tranquila
MO

Anónimo disse...

Gostei bastante de ler o comentário de Isabel BP.
E deu-me uma bela ideia: a de (eu)fazer um balanço à vida. Como já fiz 50 se calhar começa a ser tempo. E partilho dos mesmos "medos" de Isabel.
P.Rufino

Anónimo disse...

O post é divinal e Madreteresanico ...

Impregnado de empatia. alude ao direito de ser e aceitar outros Ser...

Agora as histórias de vida de facto hierarquizam per si o essencial aquela que não é visível aos olhos...

Tão bom ter homónimas... Nos...Sentir dos sentidos...

cumprimento-a Isabel
e subscrevo também todos os outros comentadores através do P. rufino

abraço bom fim de Semana
Vou passar pela Margarida, só para ver se já experimentou a receita...
Isabel Seixas

Marcolino Duarte Osorio disse...

Olá, Drª Helena!
Regressei aqui, a este seu tema, por me ter visto confrontado, com a minha santinha intolerância; para compor o meu ramalhete. Isto é, bem vistas as coisas, deixei de ser pobre a pedir a Deus, e Ele respondeu-me que nunca, por nunca, eu deveria ser tolerante em demasia porque assim ferir-me-ía, com a minha submissão às traquinices dos que me rodeiam... Mas Ele ainda me deu a saber que, se me tornasse intolerante, então submeteria terceiros, tornando-os infelizes, com a ditadura da minha intolerância.
- Oh meu Amo e Senhor, disse-lhe eu, então que Caminho das Pedras, me recomendas para não me tornar num infeliz, nem fazer dos outros submissos a mim.
Foi então que me foi revelado, por Ele, que deveria usar e abusar da Tolerância Inteligente, a tal Tolerância Zero...!
Francamente que, desde esse minuto, me sinto bem mais feliz, por ter encontrado, finalmente, a Dona Tolerância
Cumprimentos
MO