Eu não queria ir ver o filme. Em Dezembro nunca ando feliz e adivinhava que o tema me não contemplaria sorrisos. Mas fui, atendendo às solicitações familiares.
O caso relatado é verídico e passou-se em 1996. Portanto, há uma dezena e meia de anos. Arrepia só de pensar nisso.
Trata-se do quotidiano de sete monges da Ordem Cistercience da Estrita Observância que serão raptados e mortos em Tibhirine, uma aldeia da região do Magrebe argelino. A fita relata a sua vida "antes" desse rapto. Além da vivência duma fé há um outro retrato, absolutamente irrepreensível, do que pode ser o despojamento humano.
O meu sentir, a minha visão, a minha comoção como católica é, certamente, diferente da ótica que um ateu terá. Ainda bem. Porque se ali está a imagem da força dos que crêm, está, também, igualmente vivida, a dúvida, o medo, a incerteza daqueles que, um dia, decidiram "acreditar". E está a estupidez da guerra, a sua violência, a sua barbarie. Sobretudo quando essa guerra é basicamente uma questão de poder.
Trata-se de uma película lindíssima. Muito dura. Não será para se ver no estado de espírito que é o meu neste último mês do ano. Mas é indispensável vê-la seja qual for a posição religiosa que se tenha ou até não se tenha. Porque é um necessário murro no estômago!
HSC
2 comentários:
Dezembro também é sempre para mim um mês complicado, devia chegar ao fim mais depressa que os outros meses.
Esse filme obriga-nos a fazer uma coisa que muitos de nós não fazemos habitualmente. Parar para pensar.
Por vezes só se pára para pensar...quando se leva um murro no estômago.
Obrigada pela sugestão, Helena.
tenho uma tremenda admiração pela ordem de Cister. Pelo seu passado e pelo seu presente (ou não tivesse vivido 21 anos mergulhada em simbologia cisterciense, residindo em Alcobaça).
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre edita, anualmente, um documento sobre a perseguição da(s) Igreja(S)no Mundo! E arrepia pensar que, ainda hoje, haja quem possa ser tão barbaramente perseguido pela sua relação com uma divindade!
Um abraço
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