quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Buracos

Enquanto esperamos o futuro e dialogante governo que o novo Primeiro Ministro vai formar, vamo-nos contentando com notícias de buracos. Sim de buracos. Que são, aliás, uma das nossas especialidades. Dum lado, os das ruas cujas sargetas não são atempadamente limpas. Do outro, os buracos orçamentais, que não há chuva que limpe ou entupa.
As novidades de hoje são, como sempre, animadoras.
O defice do Estado entre Janeiro e Setembro ultrapassou os nove mil milhões de euros. Por palavras mais simples o "buraco" cresce, paulatinamente, ao ritmo de vinte milhões por dia. Numa comparação com igual período de 2008, diremos que ele "apenas" triplicou. Numa visão simplista, acrescentaremos que ele reflecte uma quebra de 12,8% nas receitas e um acréscimo de 5% nas despesas.
Relativamente a estas últimas, convém salientar a redução de 13,4% na receita fiscal, o acréscimo de 28,6% no subsídio de desemprego, a subida de 25% no abono de família, o pulo de 147% no complemento solidário para idosos e a explosão dos encargos com a Segurança Social.
Isto não é um quadro económico. É um pesadelo. Para o qual urge encontrar soluções, dado que o panorama é insuportável.
Financiar o défice custa cada vez mais caro, porque as condições do mercado internacional para os empréstimos a Portugal são cada vez mais duras. E também não é possível ir buscar mais dinheiro aos impostos.
Ou conseguimos envolver toda a sociedade civil num projecto nacional viável, em que governo e oposições se comprometam, ou não temos solução!

H.S.C

5 comentários:

Pedro Vitória disse...

Cara H.S.C.,
Em aproveitamento do seu comentário, com o qual concordo, pergunto apenas o seguinte:Será impossível a estes governos diminuírem a despesa pública em primeiro lugar e só depois pensarem em aumentar a receita/impostos pois a receita que não tenha a motante a oneração os contribuintes será sempre bem-vinda.
Não sou economista mas há muito que faço esta pergunta a mim mesmo e acho que não é demagógica.

Daniel Monferrato disse...

E quais serão as soluções e os caminhos concretos a percorrer?

Anónimo disse...

Querida Helena,
Tirei um excerto do blogue Alto Hama, de Orlando Castro, para se poder acrescentar, ao rol de desgraças que vão acontecendo no nosso Pais. Será isto solução?!
É que realmente assusta!

"Os donos de Angola (a família Eduardo dos Santos e mais meia dúzia de amigos generais) estão também a comprar Portugal. Fazem bem. Se o país está à venda e há compradores... é a regra do mercado a funcionar.

Tirando o facto de a maioria dos angolanos passar fome e de cada vez mais portugueses seguirem o mesmo caminho, importa acrescentar que a economia portuguesa está a ficar nas mãos da economia angolana e, pelo andar do que é conhecido, um dia destes ainda vamos ter outras grandes surpresas.

Tirando o facto de a maioria dos angolanos passar fome e de cada vez mais portugueses seguirem o mesmo caminho, Portugal vai assistir ao nascimento de novas estruturas empresariais, em quase todos os sectores – incluindo os da comunicação social – de modo a que seja mais fácil aos donos do poder em Angola dizer aos escravos portugueses como devem fazer as coisas para agradar ao colono angolano."
Futuro negro!

Anónimo disse...

E curiosamente...muitas dessas más notícias apareceram...depoisa das eleições.
P.Rufino

Anónimo disse...

Por falar em buracos, onde está o Governo?! Será que caíu num buraco negro?!...
Pois é, caro Rufino e entretanto o Governo desaparece!...
Curioso, mesmo...