Depois de aqui ter referido que o clima de confiança havia melhorado, eis que menos de 48 horas passadas, a OCDE veio apresentar números que desdiziam os nossos. Não é novidade. Já começamos a habituar-mo-nos a estas contradições entre dados nacionais e internacionais!
Bom, passadoo balde de água fria de há dois dias da citada Organização, era preciso reagir. Então, aquecemos os motores e, de acordo com os números de conjuntura do INE, descobre-se que, afinal, o clima económico continua a melhorar. Por dois meses consecutivos. Desta vez, só a industria transformadora parece não estar empolgada.
Teixeira dos Santos, prudente mas lépido, aproveita de imediato a oportunidade e vê naquelas estatísticas um eventual indicador de fim de crise. Teve, contudo, um esquecimento. Perdoável em tempo eleitoral. É que quando a crise do sub prime passar nos EUA e na Europa, nós vamos continuar com a nossa. A portuguesa, muito nacional.
Aquela que é anterior e deriva da falta de competitividade, do baixo crescimento, da míngua de inovação, da quebra do investimento, da perda de mercados. Essa é apenas nossa. Não é importada.
A tal que, para começarmos a pensar em resolvê-la, nos imporia uma taxa de crescimento de 6%. Ora como estamos muitíssimo longe disso, o resultado é que a produção interna não chega para o que comemos. Nem sequer para aguentar o Estado. Logo, continuamos a viver a crédito.
E fala-se num vislumbre de final de crise? Até quando vamos manter a fantasia?
H.S.C