As relações entre o Primeiro Ministro e o Presidente da República já conheceram melhores dias. Num outro tempo, também Cavaco Silva e Mario Soares experimentaram estas formas de tensão. Que servem, aliás, para pouco, quando não esteja em vista uma demissão governamental. Ou antes, servem, sim, para alimentar meios de comunicação.
Numa outra época Sampaio usou-a para demitir um governo. Nessa e nesta altura, por coincidência, também o Presidente e o Primeiro Ministro, vinham de famílias políticas diferentes. O que os politólogos costumam achar positivo. Até agora não descortinei muito bem porquê. Diz-se que, assim, o governo fica mais fiscalizado. Por mim, julgo que serve, sobretudo, para dificultar a vida a um e a outro...
Na última semana o PR fez um dos seus mais violentos discursos. Que foi entendido como uma forma de mandar recados sérios ao PM e à equipe que ele chefia. Apesar de nenhum nome ter sido nomeado.
De seguida Socrates, sem igualmente referir nomes, responde que aquilo que Portugal menos necessita é de recados ou remoques de pessimismo, de bota baixismo, enfim, de crítica fácil.
Conheço pessoalmente Cavaco Silva, porque fui sua colega no Banco de Portugal. Não conheço José Socrates. Por isso, só posso falar do primeiro. O qual, goste-se ou não do seu estilo, goza da fama e do respeito de ser considerado um economista muito competente. Que é, sem qualquer sombra de dúvida.
Por isto - e apenas por isto -, que releva da sua autoridade profissional, julgo que valeria a pena ouvir as suas palavras. Porque aquilo de que menos o país precisa, é de surdos!
H.S.C
1 comentário:
E porque é que não se olha para tudo assim?
Com justeza e sentido do bem?
Com equilíbrio e sentimento?
Estas perpétuas tensões e desencontros são tão penosas para o País! (para eles, importa-me pouco)
Qualquer dia começo a achar mesmo que se houvesse mais mulheres - e não filiadas!! - na política, aí sim, isto tomava rumo...
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