Análise séria e acutilante, humorada ou entristecida, do Portugal dos nossos dias, da cidadania nacional e do modo como somos governados e conduzidos. Mas também, um local onde se faz o retrato do mundo em que vivemos e que muitos bem gostariam que fosse melhor!
quinta-feira, 30 de abril de 2009
A Mulher de Berlusconi
Além disto, entende que o propósito revela "uma total falta de critério no exercício do poder e ofende a credibilidade de todas as mulheres".
Por seu turno, Berlusconi defende que a inclusão de jovens bonitas naquelas listas visa "renovar a classe política com gente cultivada e bem preparada", em vez dos "mal cheirosos e mal vestidos que representam certos partidos no Parlamento".
Ignoro se a senhora Lario é, ou não, a pessoa mais indicada para censurar a opção marital. Diz-se que raramente o acompanha, faz férias sem ele e tem casa própria em Milão. O que julgo saber é que, se lhe convém continuar casada com ele, a praça pública não é local para misturar assuntos de família com os do foro profissional do PM.
Quanto à resposta de Berlusconi, ela insere-se na "qualidade discursiva" que é seu apanágio.
Com exemplos destes, ainda há quem se admire da falta de adesão dos melhores à política?!
H.S.C
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Outra de Itália!
É notável como após vencer um reality show tipo "Dança Comigo", o princípe subiu do seu movimento Valori e Futuro, só com milhares de votos nas legislativas, a um partido histórico"
(in Correio da Manhã, hoje, Radar de João Vaz)
Se alguma observação esta notícia - que presumo verdadeira - merece é a de que, felizmente, se trata dum candidato putativo. Nada tenho contra monarquias constitucionais, mas causa-me alguma perplexidade, um suposto rei casado com uma actriz e a bailar para o seu povo. Acredito que possivelmente o problema seja meu, que ainda vejo o lugar com uma certa auréola...
Agora, talvez se compreenda melhor o PM que eles têm, e a imensa criatividade dos seus políticos.
Salve-se o nosso D. Duarte Pio a quem nunca vi nestas andanças...
H.S.C
terça-feira, 28 de abril de 2009
Humor ou falta de senso?
domingo, 26 de abril de 2009
Nuno de Santa Maria
sábado, 25 de abril de 2009
Seal
Tudo sob controle...
quinta-feira, 23 de abril de 2009
O futuro
Daí que o pior cálculo para o desemprego - 8,8% para este ano e 9% para o ano que vem - feito pela Comissão Europeia, esteja já muito provavelmente desfazado, acreditando-se que possa, mesmo, vir a rondar os 11%.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Holocausto
Da liberdade
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Da amizade
Foi a minha querida amiga Rita Ferro quem nos apresentou, naquela sua imensa capacidade de dividir com os outros tudo o que de bom lhe acontece.
Uma manhã recebi um mail seu a mandar-me comprar o livro. Já! dizia ela. Obediente, fui.
Comecei e não mais parei. Quando o acabei senti uma imensa necessidade de saber mais sobre o autor. Cuja história de vida é, no mínimo, surpreendente. E que termina com o seu suicídio numa idade já bem avançada.
Em seguida fui ver o que por cá havia. Depois, o que não existindo cá, havia lá fora. O resultado foi, como disse atrás, conhecer toda a obra. Aconselho. Vale, mesmo, a pena!
H.S.C
Sinais ou Recados?
Numa outra época Sampaio usou-a para demitir um governo. Nessa e nesta altura, por coincidência, também o Presidente e o Primeiro Ministro, vinham de famílias políticas diferentes. O que os politólogos costumam achar positivo. Até agora não descortinei muito bem porquê. Diz-se que, assim, o governo fica mais fiscalizado. Por mim, julgo que serve, sobretudo, para dificultar a vida a um e a outro...
Na última semana o PR fez um dos seus mais violentos discursos. Que foi entendido como uma forma de mandar recados sérios ao PM e à equipe que ele chefia. Apesar de nenhum nome ter sido nomeado.
De seguida Socrates, sem igualmente referir nomes, responde que aquilo que Portugal menos necessita é de recados ou remoques de pessimismo, de bota baixismo, enfim, de crítica fácil.
Conheço pessoalmente Cavaco Silva, porque fui sua colega no Banco de Portugal. Não conheço José Socrates. Por isso, só posso falar do primeiro. O qual, goste-se ou não do seu estilo, goza da fama e do respeito de ser considerado um economista muito competente. Que é, sem qualquer sombra de dúvida.
Por isto - e apenas por isto -, que releva da sua autoridade profissional, julgo que valeria a pena ouvir as suas palavras. Porque aquilo de que menos o país precisa, é de surdos!
H.S.C
Pitingo
Domingo
sábado, 18 de abril de 2009
S.Carlos
sexta-feira, 17 de abril de 2009
A mediocridade
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Ser especial
(Provérbio antigo)
A afirmação não pode ser mais verdadeira. De facto, que objectivo maior terá cada um de nós? Não sonhamos todos ser especiais ou, pelo menos, sermos vistos como tal por todos aqueles de quem gostamos?
Em contrapartida, quantas vezes não esquecemos que esse deveria ser o eixo orientador da nossa vida?
H.S.C
A economia solidária
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Helena Almeida
Conheço a Helena há muitos anos. Somos da mesma geração e uma boa parte dos nossos amigos são comuns. Acompanho de há muito os seus sucessos.
Filha de mestre escultor Leopoldo de Almeida, tirou o curso de Pintura na ESBAL, a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e tem uma obra muito diversificada. Com efeito, pinta, esculpe, desenha, grava e faz instalações. Todos estes caminhos têm, contudo, um denominador comum que é a fotografia.
Tendo feito a primeira exposição individual em 1967, não pára mais. O seu trabalho usa com muita frequência o auto retrato a preto e branco - cor que descobre em 1980 - salpicado com manchas de cor muito pontuais. As principais temáticas são o espaço e a sua ocupação pelo corpo, mas também todos os rituais associados a ela associados.
Vale a pena uma viagem à raia fronteiriça para deleitar os olhos com a sua obra magnífica!
H.S.C
terça-feira, 14 de abril de 2009
O risco de deflação
Beleza
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Juventude...
Jornais
sábado, 11 de abril de 2009
As tentações do cidadão
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Gostar...
Medo
(extracto de um artigo de Ricardo Costa publicado no Expresso de 10/04/09)
Também eu tenho medo. Há uns meses confessei-o ao meu querido amigo Pedro Rolo Duarte. Na altura sentimento difuso mas real.
Agora Ricardo Costa vai mais longe nos seus medos. A mim estes já me chegam. E sobejam...
Porque eu não sei, ninguém sabe, viver amedrontado. Apesar da longa noite fascista, não aprendi. E não quero aprender.
Mas o pior de tudo, é que começo a ter medo de ter medo...
H.S.C
O regime
"... Esta arrogância socialista é um reflexo da velha tradição portuguesa que transforma a Verdade numa marquise do Poder. O PS não se concebe como um partido igual aos outros. O PS acha que é a Verdade do regime. O PS acha que é o senhorio da III República (os outros partidos são apenas inquilinos). Como é óbvio os socialistas que vivem neste caldo têm dificuldades em aceitar críticas. E acabam por pensar que os tribunais são apêndices czaristas que servem para impor a Verdade do Poder a quem recusa associar a Verdade ao Poder".
( extracto de um artigo de Henrique Raposo publicado no Expresso de 10/04/09)
Mudaria muito pouca coisa ao sentimento expresso neste texto. E, apesar de saber que o Poder exacerba, por norma, o lado menos bom de quem o exerce, não deixa de ser preocupante que se encare a cidadania nesta perspectiva. É claro, que também sei, que se fosse outra a côr política deste governo, a crítica poderia ser a mesma. E sei ainda que, com determinadas famílias políticas, o texto poderia, até, considerar-se light.
O que me aflige é que a política, corporizada naqueles que foram investidos, por delegação nossa, no seu exercício, possa justamente merecer tais comentários. E, pior, que eles sejam a razão que leva certas pessoas de extrema qualidade a não quererem, a nenhum título, envolver-se nela!
H.S.C
quinta-feira, 9 de abril de 2009
O parque de campismo
A Camuflagem
A primeira, muito usada pelas mulheres -diz ela - permite-nos ser sempre diferentes, com uma mudança de penteado, cor ou corte de cabelo, maquilhagem mais ou menos carregada. Enfim, nós teriamos essa possibilidade física de ser camaleónicas, com pequenas nuances meramente provisórias.
A segunda, muito usada pelos homens -disse eu - é mais complicada porque exige uma capacidade cénica especial. Mas ela alertou-me, e bem, para o facto de também nós a termos e a exercemos com razoável excelência. Tem razão.
Mas então porque é que será mais frequente um homem manter duas mulheres do que uma mulher manter dois homens?
H.S.C
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Páscoa
Explico-me. Antes, quando eu era miúda, a efeméride nos meios não católicos era apenas assinalada com um dominical almoço ou jantar familiar, em que se comia um prato tradicional - entre os meus, o cabrito - e se trincavam amendoas.
Entretanto, a Igreja tem vindo a perder fiéis e a Páscoa a ganhar adeptos. A crise instalou-se e as férias da época também. E da festa de Domingo ficou, apenas, uma pálida ideia.
Não há, de facto, como o remanso e o cartão de crédito para os portugueses esquecerem os problemas...
H.S.C
Em Portugal
Em finais de Fevereiro último, o montante da dívida à Banca, situava-se nos 284 mil milhões de euros, dos quais 113 mil respeitavam a compra de habitação própria. Ora se a previsão do INE, Instituto Nacional de Estatística, para o nosso PIB em 2008 é de 166 mil milhões, ressalta evidente que o endividamento ultrapassa os 70%.
Na lista de incumpridores irá poder saber-se quais os montantes de exposição de cada um de nós, mas não será do conhecimento dos bancos, quem são os credores dessas dívidas. O lado bom desta lista deverá ser a possibilidade de tratar melhor, em matéria de taxas de juro praticadas, aqueles que cumprem com as suas obrigações.
Em Portugal metade do crédito para aquisição de bens não está garantido. D e facto, apenas 27% dos empréstimos está seguro por uma hipoteca e apenas 8% é objecto de outras garantias.
Como se vê o quadro é preocupante e demonstra a "irresponsabilidade" com que os bancos concederam empréstimos. São conhecidas, por exemplo, as campanhas agressivas nesse sentido e na atribuição do cartão de plástico, um dos maiores responsáveis do endividamento familiar. Estas, aliás, não parecem ter abrandado, pese embora uma maior vigilância por parte das entidades fiscalizadoras. Deveriam exigir-se apertadas condições na atribuição daqueles cartões, que dão aos que pouco têm, a imagem de que possuem alguma coisa. A sua única real capacidade é postergar o pagamento daquilo que adquirem. O resto é fantasia!
H.S.C
Nota
A CRC foi criada em 1978, mas só em 2003 os bancos puderam aceder electronicamente aos seus dados. As listas registam 5,6 milhões de particulares e 281 mil empresas.
Em França
(Palavras de Karine Berger, directora de Estudos da Euler Hermes)
O jornal Le Monde fazia, há dias, uma análise curiosa da crise financeira, onde se destacava que, apesar dela, certos sectores conseguem resistir e alguns até lucram.
Entre muitos outros, a construção civil, a siderurgia , a industria química, os transportes, oferecem previsões de crescimento desastrosas. Mas áreas existem que não parecem tocadas pela tormenta.
Destacam-se numa primeira categoria as empresas que produzem bens ou serviços vitais ou considerados como tal. Salientam-se o sector agro alimentar, cujo consumo privilegiado vai para as marcas dos distribuidores, as telecomunicações - nas quais ninguém dispensa, já, o telemóvel ou a net -, a energia, sobretudo a elécrica, que aquece os lares dos franceses e beneficia de contratos plurianuais e os serviços de saúde pessoais - medicamentos, ajuda domiciliária, guarda de crianças - que tiram proveito duma população envelhecida mas com uma dinâmica taxa de natalidade.
Numa segunda categoria estão os sectores que ganham com a crise e os novos comportamentos que ela provoca, como sejam as vendas à distância, a restauração rápida, o artesanato, a segurança, a vídeo-vigilância e os equipamentos de controle de acesso biométrico.
Depois duma leitura destas, a pergunta natural será inquirir se em Portugal haverá alguma semelhança com o quadro descrito.
Quais os sectores, além da banca - perdoem o sarcasmo - que entre nós estão nestas duas categorias? Vale a pena pensar!
H.S.C
terça-feira, 7 de abril de 2009
A Voz
domingo, 5 de abril de 2009
"Gente branca de olhos azuis"...
Explico-me. Toda a imprensa referiu a última gaffe de Lula que, ao lado de Gordon Brown, culpou "essa gente branca com olhos azuis" , pela crise que atravessamos.
A afirmação de tão idiota não merecderia qualquer referência, se não fosse dita por quem foi. No caso, merece, porque ademais de revelar ignorância mostra preconceito.
Para além da demagogia da análise, Silva tem a obrigação de saber que as crises são cíclicas e que, neste caso particular, muita gente que não é necessariamente branca nem neecessariamente da América, esteve envolvida no processo e a ganhar muito com ele.
O problema é, infelizmente, bem mais preocupante. Não é um prolema de brancos, mas sim de bancos, que concederam créditos. E é bom não esquecer que a classe média americana também é responsável pelo seu endividamento. Porque comprou a prazo aquilo que não tinha condições de pagar, aproveitando as baixas taxas de juro.
Só que o universo americano estendeu-se a outros mundos, também eles não necessariamente brancos. Falo da China, da India, do Japão e até do Brasil. Porque todos eles são credores dos Estados Unidos da América...
Claro que houve muita irresponsabilidade em tudo o que se passou. Até à era Clinton o mercado estava relativamente regulamentado e regulado. A desregulamentação que teve início no seu governo entrou, posteriormente, numa promiscuidade financeira inadmissível.
E aí os colarinhos de muita gente engravatada, independentemente de terem ou não os olhos azuis, cometeu crimes. Mas não os cometeram sozinhos. Alguns morenos de olhos castanhos - e, decerto, de encantos tamanhos - terão dado uma ajudinha.
Lula devia pensar nisso. Tanto mais que ou muito me engano ou o branco me parece ser a cor da sua pele!
H.S.C
O pequeno teatro
A peça, não sendo um exercício para intelectuais, é uma comédia com piada, que vive apenas de três actores. Não terei vindo em extase para casa. Mas gozei de uma boa companhia, comi uma ceia excelente e apoiei um pequeno grupo que ama o que faz. Valeu, portanto, a pena.
E acabei a lembrar os meus anos de Paris mais os teatros que conheci, pela mão de um homem a quem muito devo e que foi meu Director Geral, na Aeronáutica Civil. Casado com uma grande actriz do nosso teatro, ensinou-me a estar atenta e a apreciar estes pequenos grupos.
Um dia hei-de falar dele. Porque é, também crédito seu, a paixão que nutro por Nova Iorque.
Se a tais dádivas eu não chamar sorte, então, o que é que lhes chamarei?
H.S.C
A surpresa...
Nela, aos poucos, nasceu um pequeno grupo que gostava de literatura. E, desde os poemas aos discos favoritos de cada um, fomo-nos apercebendo de um fino elo cultural que nos unia a todos. Mais tarde vieram os escritos que alguns faziam só para si. Mas que deixaram de ter vergonha de partilhar. Surge , assim, uma tertúlia que, devagar, se foi revelando em lados mais pessoais.
Tudo inicialmente liderado pela Elsa que até gostava dos meus poetas de eleição. Falo de António Botto e de Eugénio de Andrade, que cantando amores que desconheço, me continuam a lembrar, ao fim de tantos anos, a beleza dos que conheço.
Os meses foram passando, as conversas literárias alargaram-se e eu decidi lançar o desafio de nos conhecermos. Repto aceite, juntámo-nos hoje. Eramos seis. Sem precisarmos de cravo na lapela. A pequena foto que, antes, nos identificava, deu lugar "ao natural e a cores".
Uma delícia de encontro. A prova de fogo a que decidimos sujeitar-nos foi passada com distinção e excelência. Não é que a vida continua a conseguir surpreender-me?!
H.S.C
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Os defeitos e as virtudes
Hoje, um deles, a propósito do amor a Portugal, escreve que "os defeitos são virtudes inesquecíveis".
De repente, fiquei estupefacta. Imóvel. Depois, bem depois, sentei-me e soltei uma enorme gargalhada. Que veio cá do fundo, como sempre acontece quando rio de mim própria. Touchée. Lá estava eu a relembrar os excitantes defeitos que, em outros, tanto amei. Em detrimento, às vezes, de tão menos estimulantes qualidades...
Meu Deus quanta sabedoria tem este comentador. E que retrato, involuntário, fez de mim. Mas...há sempre um mas, o meu imenso sorriso mostrou bem a satisfação que tive com a descoberta. Abençoado e oportuno comentário!
H.S.C
quarta-feira, 1 de abril de 2009
A Felicidade
( Texto de João Pereira Coutinho)
Permito-me aqui reproduzir um texto de um jovem culto e talentoso, que aborda um tema que para mim é recorrente e que aqui tenho referido a propósito de diversos aspectos da nossa sociedade. Ele constitui um bom exemplo da esperança que deposito nas novas gerações, em particular a dos alunos que na Universidade passam pelas minhas mãos e também na dos netos que tenho. Oxalá esta minha expectativa não seja gorada, porque a vida acabou por corromper muitos daqueles que, na minha época, tinham um passado prometedor!
H.S.C