quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A restauração

Sou portuguesa com orgulho. Sei que as nossas rainhas vieram na sua maior parte de Espanha. Sei a importância da Ibéria. Sei que muitos pensam que se fossemos espanhóis poderíamos estar melhor. Não é verdade.
Sei que o 1º de Dezembro não deve ser esquecido. Por isso, não gosto de pensar que este dia vai deixar de ser honrado, num país que se preocupa mais em ser europeu do que em se manter português.
Tenho muita pena e a minha via sacra de Dezembro vai continuar a começar no dia 2 porque, para mim, o anterior continuará a merecer o meu regozijo!

HSC

Transferências...


O texto que se segue é uma mera construção de afirmações feitas por Vitor Gaspar sobre a transferência dos fundos de pensões dos principais bancos privados para a Segurança Social, a qual vai valer aos cofres do Estado, no imediato, seis mil milhões de euros.

"...Como o Governo já tinha anunciado com toda a transparência, o desvio de 2011 irá ser colmatado com receitas de carater extraordinário, resultantes da transferência parcial das responsabilidades e dos ativos dos fundos de pensões dos bancos para a Segurança Social e para o Estado. Esta operação foi desenvolvida em articulação com os bancos num espírito de diálogo construtivo e aberto e também com os sindicatos, acautelando integralmente os direitos dos pensionistas. Deixem-me ser muito claro a este respeito, os direitos das três partes do processo - Estado, banca e pensionistas - estão garantidas",
"...a operação, embora de caráter extraordinário, tem alguns benefícios substanciais que vão para além do cumprimento do limite orçamental".
"...o encaixe vai permitir o pagamento de dívidas das Administrações Públicas contribuindo assim para o processo de diminuição do rácio de transformação dos bancos portugueses e para o financiamento da economia".
"... a operação será actuarialmente equilibrada, protegendo assim os interesses dos contribuintes".


Estas palavras surgem após prolongadas negociações com a banca e respondem às reivindicações dos principais bancos que, após tomarem conhecimento das metas que a 'troika' lhes iria impor, reclamam do Estado o pagamento das suas dívidas, para que possam voltar a conceder crédito à economia.
O ministro assegurou que foram acautelados os direitos das três partes envolvidas nos processos - Estado, banca e pensionistas. Será mesmo?
Não sei porquê, mas como pensionista, não me sinto tão segura como o ministro Vitor Gaspar...

HSC

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O lançamento

Tranquilizem-se, não foi mais um lançamento de impostos. Foi algo mais comezinho e menos doloroso. O meu COMA COMIGO foi ontem apresentado, embora já esteja nas livrarias há duas semanas e felizmente no Top 20 de algumas.
Isto quando me bato com o gigante Miguel Sousa Tavares que agora se lança também na cozinha... E como é casado com uma amiga minha, fico algo dividida.
O Manuel Luis Goucha, um querido e velho amigo, foi inexcedível na difícil tarefa de falar de uma área em que ele é perito. Eu que o diga, pois já provei as suas artes de bem receber e bem cozinhar.
No público, os meus amigos de sempre, que me acompanham nestas andanças, ora de short stories, ora de crónicas, ora de prosas erráticas.
E, surpresa, algumas ilustres representantes das comentadoras deste blogue.
Desta vez, os filhos e netos ausentes. Um dos infantes preteriu-me pelo Presidente da República. O outro e descendência ficaram em Bruxelas. E os manos, no exterior.
Há lançamentos assim, em que os amigos, por tanto o serem, substituem a família. Mas eu gosto de contar com todos!

HSC

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

The Economist...


A zona euro continua a caminhar a passos largos para o fim, afirma a revista The Economist. Depois dos países periféricos, os estragos da crise chegam ao epicentro da moeda única, com a Itália e a Espanha a darem os primeiros sinais. Apesar dos desmentidos, continuam a correr rumores de que Roma já teria pedido ao FMI um plano de ajuda, no valor de 600 mil milhões de euros.
Merkel e Sarkozy já admitiram que se estas duas economias seguirem o caminho da Grécia, Irlanda e Portugal, haverá um autêntico terramoto na Europa dos 17. É por isso que aquela revista dá apenas algumas semanas de vida ao euro.
A concretizar-se, o empréstimo internacional acima referido iria permitir à Itália um período de doze a dezoito meses para implementar os cortes orçamentais e as reformas de estímulo à economia mais urgentes.
Porém, ajudar Itália - que constitui 17% da economia do euro - representa mais do que resgatar Grécia, Irlanda e Portugal que, em conjunto, valem apenas 6% da moeda única.
Ou seja, o volume de um eventual resgate a Roma torna a sua concretização muito problemática, porque o plano andará sempre em torno dos 600 mil milhões de euros e o FMI não tem meios para, sozinho, lá chegar.
Com efeito, as reservas do Fundo não atingem os 400 mil milhões. Por isso, estarão a ser estudadas várias hipóteses, incluindo uma acção conjunta com o BCE. Verdade? Só o saberemos mais tarde.
O facto da Itália só ter executado 89% do seu plano de financiamento, aliados à estagnação da sua economia e aos 1,9 biliões de euros de dívida pública -120% do seu PIB -, estão a fazer com que os investidores acreditem num pedido de resgate.
E, mais uma vez, é a Angela Merkel e Nicolas Sarkozy que compete trabalhar num novo Pacto de Estabilidade e Crescimento que promova maior integração política, retire poder aos Estados-membros e aumente a força do BCE.
Se assim for, é o reconhecimento público de que nem a Alemanha nem a França conseguem contrariar os mercados, que há muito apostam no fim do euro.
Curiosamente não pedem o seu desaparecimento ou mesmo que cada país volte à sua anterior moeda. O que pretendem é o fim de uma união monetária sem união política.
De acordo com a "The Economist", "a crise na zona euro está a provocar o pânico e o risco de a moeda única se desintegrar dentro de semanas é muito alarmante".
A qual, para cúmulo do pessimismo, acrescenta que a crise já alastrou "da periferia vulnerável da zona euro aos países "core" e que "existem sinais de que a economia desta zona está a caminhar para uma recessão".
Na mesma linha, conclui que "agora é provável uma calamidade ainda maior. A intensificação das pressões financeiras aumenta as probabilidades de um "default" desordeiro de um país, de uma corrida aos depósitos dos bancos ou de uma revolta contra a austeridade, que marcaria o início do fim da zona euro".

Quando se lê uma análise destas ou ficamos angustiados, ou inquirimos como foi possível chegar até aqui, ou acreditamos que o eixo franco alemão terá que ceder. E isto porque a Alemanha neste momento não existe sem o suporte da França, e os países "bem comportados" não conseguirão fugir aos efeitos maléficos desta crise.
Mas para quem, como eu, tem em Portugal todas as poupanças de uma vida de trabalho, as insónias aproximam-se...

HSC

domingo, 27 de novembro de 2011

Esta estranha forma de canto


O Fado foi considerado pela Unesco património da Humanidade.
Deixou, afinal, de ser apenas nosso, para se entregar, inteiro, a todos os homens e mulheres que, ao ouvi-lo ou canta-lo, estarão a partilhar algo que também lhes pertence.
Por norma, tal património é atribuído a locais, construções, peças, enfim algo corpóreo. Entre nós já contamos com alguns.
Por isso, esta distinção concedida a uma forma de canto única, a algo que se confunde, desde o início, com a alma nacional é, também, uma homenagem a todos nós portugueses. Que, assim, vemos reconhecida pelo mundo esta estranha forma de cantar a nossa vida.

HSC

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Agora, talvez a três...


A situação complica-se de dia para dia e agora até já chegou aos países ricos.
Leio no El Pais que a Alemanha sofre o primeiro rude golpe e deixou ontem de funcionar como refúgio face à crise do euro. Com efeito, o seu Tesouro só conseguiu colocar 61% de uma emissão de títulos a 10 anos.
Hoje oiço que a Finlândia e a Austria teriam tido problemas semelhantes. E corre o rumor de que a Espanha irá recorrer a auxílio externo nos próximos dias.
Podem ser sinais muito sérios. Sobretudo, numa semana em que a única boa notícia é a de que, por fim, o eixo franco alemão irá ter no Primeiro Ministro italiano, Mario Monti, um novo interlocutor. Com efeito, ele vai estar presente na reunião, que se vai realizar na próxima semana, entre a França e a Alemanha.
Monti conhece as questões europeias como poucos. E a sua voz pode vir a ser essencial para os chamados países do sul que, até agora, têm sido conduzidos pela dupla Merkel- Sarkozy. Esperemos que assim seja!

HSC

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A greve


O direito à greve é inalienável e constitui uma forma de exprimir desacordo, desconforto, irritação, enfim, revolta contra qualquer coisa que nos é imposta.
Em princípio, é também uma ferramenta de negociação. E, por norma, só deve ser usada quando todos os outros meios de obter o que se considera justo, falharam.
É inútil tentar perceber quais são os números reais de qualquer greve. Do lado dos sindicatos o resultado é sempre de quase total adesão. Do lado do patronato constituem sempre uma pequena parcela do total.
No caso concreto da greve de hoje há outro elemento ainda mais perturbador. É que se está a criar um fosso enorme, de raivas acumuladas, entre o sector público e o sector privado, as duas grandes fatias da sociedade portuguesa.
Quem ganhou, o que se ganhou, quem perdeu, o que se perdeu, são questões que, nas próximas 48 horas, irão animar o debate político em Portugal. Fazendo, afinal, esquecer as reais preocupações que antecedem este Natal...

HSC

Nota: É urgente que sindicatos e patronato encontrem sangue novo. Não é eficaz ouvir, há trinta anos, sempre as mesmas vozes. Reciclem-se por favor!

Um livro de cozinha...


Mal eu adivinhava o que me ia acontecer, ao publicar este quinto livro de cozinha, com o apelativo título COMA COMIGO.
Com efeito, de um momento para o outro, fui assolada com uma série de pedidos para cozinhar para o grande público. Nem queria acreditar no que me estavam a solicitar. E, por mais que eu sugerisse apenas uma conversa sobre gastronomia ou sobre que pratos escolher em tempo de crise, nada demovia os meus colegas da comunicação da ideia de me apresentarem, qual fada do lar, a meter mão na massa, que é como quem diz, a mão nos alimentos.
E aqui estou eu transformada na minha nova profissão, por via da luminosa ideia que tive de partilhar as receitas cá de casa.
O meu editor - vê-se-lhe no olhinho brilhante - exulta. E eu, que até gosto de preparar com calma os meus pratinhos tenho, subitamente, como fiel companheira, uma máquina que regista tudo o que faço para mostrar aos telespectadores como se come aqui em casa...
Graças a Deus que nunca me lembrei de escrever sobre sexologia. Cruzes!

HSC

Esclarecimento

Em 18 de Setembro deste ano, publiquei aqui um post sobre o British Hospital. Nesse post tive o cuidado de:
1. Referir que a notícia havia sido retirada, na íntegra, do blogue daliteratura.blogspot.com
2. Referir que "a ser verdade o que se afirma"...

Anteontem, no Porto, quando ia jantar, fui abordada por um senhor que se identificou e me disse que a notícia que eu publicara no blogue não era verdadeira. Quando o questionei sobre a razão do visado não ter feito qualquer desmentido, disse-me que não era pessoa para esse tipo de coisas. Perante esta resposta dei-lhe o meu mail e pedi-lhe que me esclarecesse sobre o assunto.
Ontem tinha no correio electrónico a carta que se transcreve de Jose Pedro Correia, a pessoa que me interpelou.
Faço este esclarecimento porque entendo que todos têm direito ao contraditório. O meu texto é claro, menciona a fonte e não tira conclusões. Apenas lamenta "se a notícia for verdadeira" o que é diferente de "afirmar que é verdadeira".
Por isso, entendo que, na altura como agora, ajo com igual correcção.

Cara Dra. Helena Sacadura Cabral,

Esta noticia saída no jornal I e depois difundida, amplamente, nos blogs da"esquerda moderna" é completamente falsa e inclusivamente tem matéria para processo judicial.

Com efeito, José Mendes Ribeiro não foi ouvido pela jornalista que apenas pública uma noticia encomendada, num acto que a senhora tão bem deve conhecer, de tentar denegrir a imagem de alguém competente e com uma enorme capacidade de trabalho.

José Mendes Ribeiro nunca foi administrador, gestor ou quadro do BPN.

Foi Presidente da Comissão Executiva do Grupo Português de Saúde (GPS), entre Julho de 2004 e Maio de 2007, sociedade detida pela sociedade lusa de Negócios focada na área da saúde. A sua saída de funções executivas prendeu-se com divergências estratégicas quanto ao futuro do GPS.

Com efeito, em Dezembro de 2006 a Sociedade Lusa de Negócios, depois de ter aberto um processo negocial tendo em vista a venda do GPS, acabou por recusar uma proposta de venda do Grupo Português de Saúde, para a qual tinha uma oferta no montante de 110 milhões de euros.

A própria equipa de gestão veio ainda a propor a aquisição do GPS numa operação de MBO (valorizando o GPS em 120 milhões), proposta que foi também rejeitada pelo accionista e que levou a equipa de gestão a manifestar a sua indisponibilidade para continuar.

Não efectuou a aquisição do British Hospital nem fez aquisições ruinosas

O British Hospital, seja o antigo edifício existente em Campo de Ourique seja o novo British Hospital nas Torres de Lisboa que resulta da falência do antigo Instituto de Urologia, não foram aquisições feitas por José Mendes Ribeiro. Essas participações já existiam à data da sua entrada no grupo.

O British Hospital de Campo de Ourique, arrendado à Liga dos amigos do Hospital Inglês, encontrava-se em tão elevado estado de degradação, com uma intimidação de encerramento da Direcção Geral de Saúde, que a equipa de José Mendes Ribeiro o descontinuou como hospital para o transformar apenas num centro de ambulatório.

A aquisição do IMI, unidade de referência na área da Imagiologia em Portugal, foi feita ao grupo de médicos proprietários, numa operação profissional mediada pelo Banco FINANTIA, a preços normais de mercado e abaixo do próprio valor autorizado pelo accionista. Logo que saiu do GPS chegou mesmo a apresentar uma proposta de aquisição do IMI pelo mesmo valor, acrescido de juros, no caso de o accionista pretender descontinuar a área de saúde.

O GPS valia mais de 100 milhões e tinha um passivo bancário de 21,5 milhões de euros

À data da sua saída, o Grupo Português de Saúde era um grupo competitivo, tendo alcançado o segundo lugar no ranking dos operadores privados, razão pela qual dois anos depois a equipa do Dr. Miguel Cadilhe terá optado por não alienar esse activo e afirmar mesmo que seria um activo estratégico para o desenvolvimento futuro do grupo, situação também confirmada pela actual equipa de gestão.

Hoje o IMI continua a ser propriedade do ex-grupo SLN, mantendo-se como uma unidade rentável e de elevada qualidade técnica.

A estratégia que desenhou para o crescimento do Grupo Português de Saúde, enquanto seu responsável, privilegiava o desenvolvimento de novas unidades de saúde em detrimento de uma política de aquisições, em resultado de parcerias estabelecidas com instituições de reconhecida idoneidade, como os projectos desenvolvidos para o Hospital da Maia (parceria coma Misericórdia local) ou para o Hospital de Braga (parceria com a Diocese de Braga), cujos projectos se encontravam em aprovação camarária à data da sua saída.

A saída de Mendes Ribeiro do Ministério da Saúde onde foi Presidente da Unidade de Missão dos Hospitais SA, estrutura responsável pela maior operação de modernização dos hospitais portugueses, foi por sua exclusiva iniciativa e no timing que desejou.

É como amigo e colaborador de José Mendes Ribeiro, e por conhecer tão bem o seu carácter, dedicação e capacidade de trabalho que considero importante que se esclareça a verdade.

Como entende nem todos os que trabalharam para a SLN/BPN são corruptos.

Peço-lhe por isso que reponha a verdade dos factos.

Com admiração


José Pedro Correia

O signatário junta a este mail a carta e anexos que terá enviado ao jornal i. Que não reproduzo aqui por serem longos e técnicos e por se tratar de assunto relativo àquele órgão de comunicação social, que lhe terá dado o seguimento que entendeu.

HSC

A "casa" do Senhor Embaixador



Foi no blogue do nosso Embaixador em França que encontrei três amigas e através de uma delas fiz mais outras três. Vão seis, portanto. Hoje falo do trio inicial.
A primeira foi a Isabel Seixas, uma mulher de suave beleza, inteligente, sensível, empenhada no trabalho e poetisa por vocação. Conhece-mo-nos em Lisboa uma vez que aqui veio em trabalho. Foi como se nos tivessemos conhecido sempre.
A segunda foi a Helena Oneto, sobrinha de um homem que muito apreciei. E ela é, felizmente, muito parecida com ele. Jantámos numa sua vinda a Lisboa.
Linda, corajosa, lúcida. Mais francesa que portuguesa e, talvez por isso, verifiquei que tínhamos muitos gostos e pontos de vista comuns. Foi um encontro que me deu imenso prazer.
Ontem, no Porto, conheci a terceira, a Maggie Pereira e foi outro regalo. Com uns imensos olhos cheios de mel correspondeu, uma vez mais, à ideia que fazia dela.
O mais certo é irmos todas, um destes dias, a França matar saudades de nós e deste nosso anfitrião que nos juntou. Até lá, deixo aqui o meu obrigada pelas belas e cultas senhoras que ele nos apresentou.
Iremos formar, assim, um quarteto de Alexandria que deixará o de Laurence Durrell ... completamente ultrapassado!

HSC

PS 1 A seu tempo falarei das outras três: a Júlia, a Isabel BP e a Ivone. Às quais, mais recentemente, se juntaram Era uma vez, Um jeito manso e Mar.
PS2 A foto de cima é, claro, a de Laurence Durrell...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

As pensões vitalícias


Ando com maus fígados. Com a aproximação do mês de Dezembro é sempre isto. Não só faço anos, o que já não é bom, como a minha Mãe faleceu no dia de Natal.
Logo, começo com mau feitio no dia 2, dado que a 1, ainda tenho motivos pátrios para me regozijar. Mas a partir daí e até 3 ou 4 de Janeiro seguinte, a coisa vai de mal a pior.
Hoje deu-me para ficar irritada ao ver que nos são pedidos sacrifícios insanos, mas que continuam a existir uns maraus que escapam sempre a estes apertos. É uma vergonha que se consinta no que o link abaixo revela.

http://www.youtube.com/watch?v=qP1rcMEodMs&feature=related

E não me venham falar de direitos adquiridos por tais figurões...

HSC

sábado, 19 de novembro de 2011

A memória


Dedique três minutos a ver esta pequena obra prima, através do link que deixo abaixo. De facto, muitas vezes, as imagens dizem mais do que as palavras.
Este filme ganhou um merecido prémio em Cannes. Nos tempos que correm é bom que não esqueçamos que estes acontecimentos ocorreram na Alemanha...


Não pretendo ressuscitar amarguras. Mas não deixo de me regozijar quando constato que continuamos a manter a memória viva, porque ela é, como dizia Cardoso Pires, o bem mais precioso do homem!

HSC

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Mudar de profissão


Ando numa fase em que não me apetece falar da crise, da Angela, do Pedro, do Paulo, do Aníbal, do Vítor.
Só me interessam coisas leves. Talvez por isso, os meus outros três blogues tenham andado cheios de animação. Versejo e conto histórias, tento ler, oiço muita música e cozinho. O que me parece, aliás, meio caminho andado para mudar de profissão e pôr-me a cozinhar para fora. Não é nada em que não tenha já pensado. E agradeço diariamente à minha santa avó Joana ter-se imposto fazer de mim uma fada do lar.
Na verdade, como economista, quando aconselho clientes, vejo o olhar deles e a pergunta é sempre a mesma: "mas valerá a pena?". A continuar com este quadro, os economistas têm os dias contados...
Como escrevinhadora não ganharei a vida, porque sempre o fiz por prazer. Ora, como se sabe, são poucos os prazeres que dão dinheiro. E com a crise nem prosa nem poesia podem garantir subsistência a alguém.
Como cozinheira - toda a gente precisa de comer - talvez me safe. A gastronomia portuguesa adapta-se perfeitamente a tempos de crise e o meu último livro "Coma Comigo" é um bom exemplo disso.
Assim, os dois infantes ainda se arriscam a ter em mim uma fonte de rendimento mais segura que o ordenado deles...
Enfim, a vida nunca está acabada profissionalmente e eu só digo a palavra "nunca", com segurança, à política!

HSC

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Mulheres maduras






Não resisto à tentação, nestes lúgrubes dias, de vos fazer sorrir um pouco. Um amigo meu espanhol - O qual, gentilmente, considera que sou uma mulher madura! - enviou-me, ontem, este retrato que gostosamente partilho convosco. Assim:

Una Mujer Madura:

No provoca, ya es provocativa…
No es inteligente, es sábia…
No se insinua, muestra el camino sutilmente…
No se precipita, espera el momento indicado…
No nada, navega…
No vuela, flota…
No piensa en cantidades, prefere calidad…
No ve, observa…
No anda, camina…
No es pretenciosa, simplesmente se gusta…
No juzga, analiza…
No compra, asimila…
No consuela, entibia el corazón…
No busca, despierta los sentidos…
No coloca cadenas, deja libré…

Porque sabe lo que quiere, como lo quiere y quando lo quiére.
E esta hein?, como diria Fernando Peça!

HSC

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Lançamento em Lisboa e Sessão de Autógrafos no Porto

O lançamento do meu último livro de cozinha COMA COMIGO vai ser na capital, no dia 28 de Novembro, pelas 18h30 no Corte Inglês.
O apresentador será o meu querido amigo Manuel Luis Goucha que aceitou incumbir-se de tal tarefa, o que garante que a coisa será de luxo!
Conto, assim, com os lisboetas para me darem o seu apoio.
Mas "a pedido de várias famílias", irei estar no Porto, para uma sessão de autógrafos, no dia 22 deste mês, também às 18h30, mas no Continente do Norte Shopping.
Os que quiserem aparecer dar-me-ão imensa alegria. Aqui fica pois o aviso!

HSC

Humor negro!


Este era o anúncio colocado num talho do Porto e que Maggie Pereira refere no seu blogue odestinomarcaahora.blogspot.com. no post de hoje.
O humor negro quando utilizado com inteligência possui uma eficácia quase aterradora.
Perante a crise, perante um comércio que todos os dias desaparece um pouco, ainda há quem tenha um lampejo e use do humor para tentar não fechar as portas.
Para mim, este teaser é mais contundente do que os números do Instituto Nacional de Estatística ou uma explicação do ministro Vítor Gaspar.

HSC

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Duas notícias...


Duas notícias hoje publicitadas na imprensa e que refiro de seguida são, a meu ver, muito preocupantes.
1. A CDU, partido da chanceler alemã, Angela Merkel, aprovou ontem uma moção que permite a um país abandonar “voluntariamente” o euro sem sair da UE.
A decisão parece trazer água no bico. Apesar de mandar já na Europa, Merkel prefere ter as mãos livres para poder sustentar a saída do seu país da Zona Euro, podendo no entanto continuar na Europa. Ou seja manteria os benefícios, mas recusaria participar dos prejuízos.
Parece assim que apenas está nas mãos de Berlim impedir uma reacção em cadeia que fira duramente o sistema financeiro internacional. Ou, dito de outra forma, as perspectivas de um futuro decente para todos os europeus, e muitos milhões de outros no resto do mundo.
2. A Bolsa de Nova Iorque encerrou em queda, numa manifesta apreensão dos investidores com Itália, tendo o Dow Jones desvalorizado 0,61% e o Nasdaq 0,80%. Afinal, nem a queda de Berlusconi parece ter dado qualquer fôlego aos mercados.
A leitura combinada destas duas notícias não augura nada de positivo e confirma um fenómeno novo que é volatilidade cada vez maior das políticas nacionais...

HSC

domingo, 13 de novembro de 2011

Fazer política...


Hoje fui ver um excelente filme. Não ia com muita vontade porque sabia, antecipadamente, tratar-se de uma história de política e dela - nacional ou estrangeira - eu estou pelos cabelos. Tanto, que o Prof. Louçã até já me parece muito à direita para o meu gosto...
O filme é dirigido e interpretado por George Clooney que se rodeou de um excelente naipe de actores.
O actor, quando apareceu, era um bonitão que vestia bem e nos entretinha em comédias ligeiras, ou dava corpo a filmes publicitários da Nespresso ou do Martini. A mim pouco dizia, porque nem quando era nova, nem agora, este tipo de homem me despertou qualquer interesse. Com efeito, ao fim de um quarto de hora de conversa, o único objectivo que se tem, é como nos livrarmos dele.
A película chama-se "Nos idos de Março" e a história decorre nos últimos dias que antecedem as disputadíssimas eleições primárias no Ohio, envolvendo um ambicioso assessor de imprensa, que se vê envolvido num escândalo político que pode ameaçar a ascensão à presidência do candidato que representa.
Todavia, passadas as primeiras comédias de sucesso, Clooney começou a "escolher outro tipo de papeis, que davam corpo e defendiam uma certa ideologia política. E de actor passou para o outro lado, o do realizador.
Gostei do filme. E gostei, sobretudo, de confirmar porque é que, ao longo da minha vida, a política nunca me interessou, pese embora os convites que sempre tive...

HSC

sábado, 12 de novembro de 2011

Outra democracia

Em poucos dias dois Primeiros Ministros caíram sem ser pelo processo democrático das eleições. Foram substituídos por tecnocratas que não se submeteram ao voto popular e foram escolhidos porque mereciam a confiança das instituições internacionais que, neste momento, governam uma boa parte da Europa.
Por outro lado, a luta dos EUA pelo poder mundial, obtido através do domínio indirecto das energias e da moeda, continua à vista e não serão as visitas que o Presidente da Republica ou os Ministros possam fazer, que vai alterar a situação. Mais, com eleições à vista do outro lado do Atlântico, as coisas só podem agravar-se.
Parece, assim, que sem grande luta, mas com alguma surpresa, se está a assistir a um novo conceito político, que clamando-se de democrático, de democracia tem pouco. E que, na Europa, representa, afinal, o poder do eixo franco alemão, num retorno histórico que nada augura de bom.
Mesmo para a França a situação não é segura nem clara porque, no dia em que a Alemanha não precisar do seu apoio, divorcia-se e acaba rapidamente com o casamento de interesses.

HSC

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Orçamento 2012?!


Ontem, já bastante cansada e porque me pareceu haver grande alarido no andar de baixo, liguei a televisão para abafar o som. Convivo mal com querelas ou discussões e o que precisava, era mesmo, "sopas e descanso".
Qual não foi a minha surpresa quando, de repente, no quarto, oiço a discussão disparar na minha cozinha. Atónita, fiz marcha atrás, para ver o que se passava. Então não é que o que eu supusera ser uma querela doméstica não passava de uma querela na Assembleia da República onde Basílio Horta, aos gritos e algo mais, disparava contra o Ministro da Economia, a propósito não sei de quê, porque apanhei a disputa já a meio?
Nem percebi quem tinha ou não razão. Sei que com tais modos e ataques pessoais, ninguém pode ter razão. Será que o conceito de tribuno ou de deputado ou do que lhe queiram chamar envolverá, obrigatoriamente, este tipo de espectáculo?
E depois destes exemplos, admiram-se que os alunos tenham para com os professores comportamentos censuráveis?
Basílio Horta, cujo currículo profissional o coloca entre os melhores do país, está agora na bancada do PS. Ao que me lembro, veio da estrada da direita, que terá abandonado em 2001. Sempre o tive por homem educado. Como é que, com a experiência que possui e a idade que já tem, cai em tamanha esparrela?!

HSC

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Uma reina, outra governa



Há países assim. Com duas mulheres no comando dos seus destinos.
Onde? Nesta velha Europa e num país chamado Dinamarca. A primeira chama-se Margarida e é rainha há 39 anos. A outra chama-se Helle Thorning-Schmidt e é Primeira Ministra.
A diferença entre ambas é de idade e de origem social. A primeira não nasceu e cresceu para ser rainha. Mas a alteração constitucional de 1953 permitiu-lhe que tal acontecesse.
A segunda não provem de uma família importante, mas possui um notável currículo intelectual e profissional. De facto, esta antiga euro deputada, casada e mãe de duas raparigas de quinze e onze anos, embora não tenha sangue real, possui bastante mais do que isso, porque faz parte da mais elitista realeza política europeia. Foi esta mulher que, para manter o estado de bem estar do seu país, pediu aos dinamarqueses que trabalhassem diariamente mais 12 minutos.
Também lá os seus adversários políticos tentam diminuir-lhe as forças. Mas a Dinamarca, que lhe deu uma maioria reduzida, reconhece-lhe uma qualidade essencial para governar, que é a capacidade de dialogar e fazer as alianças de que necessita. Um pouco diferente, afinal, do que aqui se passa e que põe em evidência uma Europa que contém no seu seio grandes diferenças.

HSC

O amor às palavras

Sempre me maravilhou o que se pode fazer com as letras ou com as palavras. João Vieira pintou-as de forma exuberante e deu-lhes uma outra vida. Agora encontrei isto na minha querida amiga Rita Ferro e permiti-me surripiar-lhe a ideia. Por favor sigam o link abaixo

http://www.youtube.com/watch?v=J7E-aoXLZGY

e digam-me se não é uma pequena maravilha aquilo que ele revela!

HSC

Para sorrir...

NOVA LÍNGUA PORTUGUESA

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos
pretos 'afro-americanos', com vista a acabar com as raças por via gramatical,isto tem sido um fartote pegado!
As
criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico' .
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os '
contínuos' que passaram todos a 'auxiliares da acção educativa' e agora são 'assistentes operacionais'.
Os
vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'.
E pelo mesmo processo transmudaram-se os
caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas '.
O
aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez';
Os
gangs étnicos são 'grupos de jovens'
Os
operários fizeram-se de repente 'colaboradores';
As
fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas'e vistas da estranja são 'centros de decisão nacionais'.
O
analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante.
Desapareceram dos comboios as
1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou
mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes
crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo'
Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os
alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
Ainda há
cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)
As
p. passaram a ser 'senhoras de alterne'.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em '
implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Estamos "tramados" com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.


HSC

A criatividade




A criatividade não tem limites. Este boneco "escultura" é feito de havaianas. Teria descoberto antes de chegar à ultima imagem?
Foi erradamente atribuído a Joana Vasconcelos, que é uma inovadora em todos os aspectos porque não só recupera a tradição - é o caso do crochet - como recupera garrafas ou tampas metálicas, para só falar de alguns dos seus trabalhos. Mas o seu autor é Florentijn Hofman, que referimos na nota abaixo.
Como se vê, a confusão não é muito surpreendente porque há, de facto, semelhanças no trabalho dos dois artistas!

HSC
Nota: Acaba uma comentadora de me informar que, ao contrário do que eu disse e me haviam informado, este "boneco" não é de Joana Vasconcelos mas sim do designer Florentijn Hofman. Quem quiser pode ver mais obras suas em www.florentijnhofman.nl/dev/projects.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Skype e eu


Devo confessar, sem modéstia que, pese embora saber ainda pouco das novas tecnologias - ou seja, ser uma "naba" em linguagem corrente -, sou uma doutorada quando comparada com algumas pessoas da minha geração, que não percebem como é que eu trabalho com "uma caixinha"!
Quando os meus netos foram para Bruxelas, tive de me dedicar aos avanços. Não era apenas um problema de dinheiro, que em tempo de crise também conta. Era, sobretudo, ser privada de os ver crescer e a cada vinda a Portugal me parecerem completamente diferentes.
Antes do iMac o meu relacionamento com o Skype era fatal. Ou a imagem aparecia invertida ou o microfone não emitia qualquer som. Os netos gozavam comigo e creio que, lá bem no fundo, consideravam que era eu que não sabia funcionar com "aquilo".
Pois bem, o meu altíssimo investimento nesta pérola onde agora vos escrevo já está, para mim, completamente justificado. Vejo o infante e os seus herdeiros, quase como se estivessem aqui. Haverá melhor?!
Ah! claro, e já estou uma expert no assunto. Que nem ginjas!

HSC

O LOOP

O conceito de “LOOP”

Trata-se de uma terminologia assim nomeada por estudiosos de informática para definir uma confusão criada e que não possui uma explicação concreta para solução do problema.


Diz-se que um programa “entrou em loop” quando acontece a seguinte situação:

O director chama sua secretária brasona e diz:

-Vanessa querida, tenho um seminário na Argentina por uma semana e quero que
me acompanhe. Por favor faça os preparativos para a viagem …

A secretária liga para
o marido:

- João! Vou viajar para o estrangeiro com o director por uma semana, cuida-te querido!

O João liga para a amante:

- Elvira, filha. A bruxa vai viajar para o estrangeiro por 1 semana, vamos estar juntos, minha princesa …

No momento seguinte, a amante liga para casa de um menino a quem dá explicações particulares:

- Luizinho, esta semana estou com muito trabalho e não vou poder dar-lhe as explicações….

A criança liga para
o seu avô:

- Avo
zinho, esta semana não tenho explicações, a professora vai estar muito ocupada. Vamos passar a semana juntos?

O avô, (que é o director desta história) chama imediatamente a secretária:

Vanessa – Suspenda a viagem, vou passar a semana com
o meu neto que não vejo há um tempo, por isso não vamos
participar no seminário. Cancele por favor a viagem e o hotel.

A secretária liga para
o marido:

- Ouve João querido! O idiota do director mudou de ideias e acabou de cancelar a viagem.

O marido liga para a amante:

- Amorzinho, desculpe! Não podemos passar a semana juntinhos! A viagem da bruxa foi cancelada.

A amante liga para o menino a quem dá aulas particulares:

- Luizinho, alteração de planos: afinal esta semana teremos explicações como de costume.

A criança liga ao avô:

Avô! A estúpida da minha professora ligou a dizer-me que afinal terei explicações.
Desculpe mas assim não poderemos ficar juntos esta semana.

O avô liga para a secretária:

Bom Vanessa – O meu neto acabou de me ligar a dizer que não vai poder ficar comigo essa semana.

Portanto dê seguimento à viagem para a Argentina.


Esta história foi-me enviada por um amigo perito em informática e que se ri muito das minhas habilidades na matéria. Depois de um fim de semana acidentado, nada como rir com uma história que fala de um novo conceito que também poderá vir a aplicar-se à política que não navega em melhores lençóis!


HSC

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Há 200 anos...

Confesso que não sei se o texto acima é verdadeiro ou não. Mas atribuem-no ao terceiro Presidente dos Estados Unidos, essa figura ímpar que foi Thomas Jefferson.
Corre na net e decerto alguns já terão lido a mensagem. A ser autêntica, tem mais de duzentos anos e revela uma capacidade de previsão de arrepiar os mais crédulos.
Depois de todas as vicissitudes de uma união europeia feita à pressa, depois dos Madoff's e seguidores, depois dos avanços e recuos de um Papandreou e de uma Grécia na iminência de algo que não sabemos ainda o que será, depois de uma troika comandar os nossos destinos a troco de comissões milionárias, depois de um improvável casal franco-alemão se tentar apoderar do que resta do velho continente e depois de uma América à beira do precipício, muito francamente, o autor destas palavras conta menos que o seu conteúdo...

HSC

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sentido de humor


Depois de, neste blogue, ter tido a atenção de esclarecer os meus leitores que, embora contra vontade, sentia necessidade de usar a moderação de comentários, que embora desde o início sempre estivesse instituída, mas nunca havia sido utilizada, "perdi", de imediato, um elemento dos que haviam decidido acompanhar-me com mais regularidade.
Foram minutos de suspense, em que a capicua dos 666 deixara, afinal, de existir. Poucos minutos durou o bloqueio. Logo alma caridosa não terá querido deixar-me perante tal percalço e inscreveu-se. Obrigada a quem permitiu que o meu número se mantivesse. Contudo, se ele voltar a baixar, é sinal de que a decisão terá sido acertada e saíram aqueles que me fizeram optar por ela.
Mas, confesso, não pude deixar de sorrir face ao imediatismo de quem tanto sentiu que a carapuça lhe assentara. É uma leitura pessoal, contra a qual nada há a fazer.
"Só não se sente quem não é filho de boa gente", diz-se na minha terra. Se eu fosse a sentir-me com o que oiço por aí, estava bem servida!
Apetece-me, por isso, sorrir e parafrasear esse nosso político e brilhante filósofo, dizendo que, na verdade, há vida para além do Fio de prumo!

HSC

Nota: Alguém sabe dizer-me por onde anda P. Rufino um dos comentadores de quem tenho mais saudades?!

O stress não mata, mas mói...


Leio nos jornais de hoje uma notícia emblemática de um certo tipo de comportamento. Na verdade há homens e mulheres que se esquecem de que são humanos e, por isso mesmo, falíveis.
De que se trata? De Horta Osório - considerado, aos 47 anos, o "special one" da banca - que há oito meses presidia ao britânico banco Lloyd´s, e que acaba de ser obrigado a uma baixa médica de, pelo menos, seis meses.
Porquê? Porque, diz a imprensa, esticou demasiado a corda da saúde - o seu horário normal rondava as 12 horas de trabalho - e o stress provocado pelo excessos que o dito lhe impôs, ditaram, sem apelo nem agravo, uma paragem.
Por ironia do destino esta determinação de afastamento, acontece a menos de uma semana de serem conhecidos os resultados do banco britânico detido a 41% pelo Estado.
A reacção foi imediata. As acções do grupo cairam 7%.
Este facto, num homem que pratica desporto e uma alimentação saudável, põe bem em evidência as loucuras que podem ocorrer, quando nos esquecemos que o trabalho é "apenas" uma parte importante da nossa vida. E, nem sequer será a mais importante. Mesmo quando se gosta muito do que se faz!

HSC

Desenvolvimento Humano


A ONU tornou ontem público o seu Relatório para o Desenvolvimento Humano. Nele Portugal ocupa o 41º lugar, num conjunto de 187 países. Podia ser pior...
À nossa frente e apesar dos problemas que atravessam, encontram-se a Irlanda no 7º lugar e a Grécia no 29º.
Nas últimas três décadas, os portugueses viram a esperança de vida à nascença aumentar 8,2 anos, a escolaridade em média crescer 2,9 anos e o rendimento bruto per capita subir 76%.
No meio de tanta má notícia estes elementos estatísticos internacionais até nos devem permitir esboçar um sorriso!

HSC

Um problema de natalidade



Como dizia Bagão Felix recentemente, a palavra défice deve ser hoje, em Portugal, uma das mais usadas. É o orçamental, é o externo, é de produtividade, é o de informação, enfim, somos um país em défice permanente de tudo e mais alguma coisa.
Curiosamente, só em raras ocasiões se fala de défice demográfico, apesar de ele ser um dos que deveríamos olhar com mais atenção. Com efeito, em Portugal nascem 100.000 crianças por ano, ou seja menos 60.000 das que seriam necessárias à reposição das gerações.
Foi, aliás, por isto que a ONU nos colocou no penúltimo lugar mundial de filhos por mulher. No entanto, esta questão, gravíssima pelas suas consequências a prazo, é sempre tratada como uma minudência e não abre telejornais...
Ora o estado social só pode sobreviver com mais nascimentos. O que implica uma política familiar que os fomente. O corte de benefícios que se façam nesse sentido, ou seja, a redução de estímulos à família é, assim, no momento, inexplicável. Sobretudo, num país onde o aborto é gratuito e prioritário e onde as respectivas licenças são pagas pela Segurança Social.
É tempo de deixar de olhar esta questão como sendo algo de carácter religioso e torna-la naquilo que ela verdadeiramente é: um sério problema social.

HSC

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A importância das capicuas


Hoje dei comigo a engraçar com o número 666 que é, actualmente, o que corresponde àqueles que me lêem de forma mais regular.
Desde que tenho o blogue - vai para dois anos - apenas uma vez censurei um comentário. Porque, para mim, o respeito pelo comentador tem sido sempre mais importante do que o conteúdo que os seus comentários possam ter.
Todavia, um amigo chamou-me a atenção para alguns outros aspectos importantes. Com efeito, há algumas pessoas - poucas, felizmente - que fazem do meu blogue um meio de difusão ideológica. Que cada um o faça no seu próprio domínio, é naturalíssimo. O bizarro é que o não faça na sua própria casa e venha faze-lo na minha - sabe-se lá porquê - e isso, sim, já dá que pensar.
Só pode ser por causa da capicua, dos tais 666 que me seguem e que, deste modo, os acabam por ler também. Mas, então, o certo, é colocarem ao seu dispor os blogues pessoais de cada um.
Por ter pensado nisto tudo e ponderado a bondade daqueles que me acompanham, decidi que estaria, a partir de agora, mais atenta ao que publico e não é de minha responsabilidade.
Não se trata de censura. Mas apenas de uma mera moderação de comentários. Que o blogue já tinha, mas eu não praticava. Ou seja, a ligeira diferença é a que advém de eu não querer ser emissária de ideologias que não pratico, nem pretender ser utilizada por ninguém.

HSC

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Eurocéptica

Acabo de ligar a televisão e ouvir o que se está a passar na Grécia. Ainda estou atordoada com os acontecimentos. Mas o texto que abaixo me permito reproduzir é uma análise muito clara do problema que a Europa enfrenta.

"Não estou no segredo dos deuses, mas imagino que os líderes europeus, ao aprovarem, na passada semana, as importantes decisões financeiras que se projetam sobre a Grécia, não faziam a mais leve ideia de que o respetivo governo podia vir a ter a intenção de levar a cabo um referendo para legitimar internamente a respetiva aceitação. A reação dos mercados a esta decisão grega foi a que seria de esperar.
Há um "drama" com que a Europa tem de viver, por muito que lhe custe ou que até lhe possa vir a custar o futuro: a democracia interna dos seus Estados. Já aqui falei disso há semanas. Os equilíbrios de cada sistema político, as diferentes realidades nacionais e a sua difícil compatibilidade (em especial, temporal) com a dinâmica global dos mecanismos da União Europeia tornam o dia-a-dia do projeto integrador numa caixa de surpresas. Às vezes, não as melhores, como é, flagrantemente, o caso."

Este é o post integral que o nosso Embaixador em Paris, Dr. Seixas da Costa coloca hoje no seu blogue duas-ou-tres.blogspot.com sobre tão grave questão.
Porque do meu ponto de vista a análise não podia ser mais justa, faço minhas as suas palavras.
A grande diferença, infelizmente para mim, é que eu nunca acreditei neste projecto europeu, no qual, para além da moeda, são mais as realidades que nos distanciam do que aquelas que nos ligam. E sempre considerei que numa Europa a duas velocidades - pelo menos - uma moeda comum iria impor uma espécie de governo comum. O que de facto tem vindo a acontecer sem que tal governo tenha sido investido do respectivo poder...

HSC

As serviçais


O título original do filme de que vos falo é The Help. Poderia chamar-se "As criadas". Mas como o termo "criada" foi conspurcado por certas ideologias, esquecemos que ele se referia a pessoas que haviam crescido connosco e passámos a atribuir-lhe um sentido pejorativo. Antes dizia-se "nado e criado" na família. Hoje apenas conhecemos as "empregadas de serviço doméstico".
Mas não é de etimologia que pretendo falar-vos. É do filme que retrata uma certa América do passado, muito sulista e de que eu ainda conheci alguns resquícios.
O filme põe uma branca - tinha que ser - a publicar um livro de testemunhos colhidos junto de negras que trabalhavam arduamente para os brancos, criando-lhes os filhos, limpando-lhes as casas e as vidas, sem qualquer espécie de reconhecimento. O resto não devo contar.
Não é uma obra prima, tem mesmo algum paternalismo, mas é importante porque conta uma História que muitos de nós já esqueceram. E que importa que as novas gerações possam conhecer. Até para perceberem porque é que o actual Presidente dos Estados Unidos é de cor!

HSC