A eleição de Ursula von der Layen para a presidência da Comissão Europeia foi um dos temas que marcaram esta semana. O facto de ser mulher, de ser alemã, de ser mãe de 7 filhos e de ser médica foram abundantemente referidos no seu retrato, como se estes factores influenciassem particularmente a forma como viria a exercer o cargo. As mulheres ainda precisam destes dados biográficos, para justificar a escolha de um alto cargo na hierarquia profissional. Talvez também ajudasse saber se gosta de cozinhar e se o faz...
A dirigente alemã conseguiu ser eleita, por margem escassa, depois de prolongadas negociações com as famílias políticas do Parlamento Europeu.
A sucessora de Jean Claude Juncker não vai ter a vida fácil. Com efeito, a primeira batalha que vai ter de enfrentar até final do verão, será a formação da sua equipa de comissários.
E, no intuito de agradar a gregos e troianos, como já fez no seu consensual primeiro discurso, avisou que pretende ter consigo um executivo paritário, no qual pelo menos 50% serão mulheres.
Promessas são promessas, mas esta encontra algumas dificuldades de concretização, já que que a maior parte dos comissários são do género masculino.
Percebo a vontade, como também percebo a questão das quotas para mulheres. Mas, pessoalmente, dizem-me pouco, porque os meus caminhos são outros. Não é pela imposição de mulheres nos centros decisórios que a nossa posição será reconhecida.
Aqui trata-se de um direito comum aos dois sexos. E esse direito estabelece que as escolhas devem ser feitas pela excelência e não pelo género.
O que me não impede de ficar satisfeita com a escolha de Ursula von der Layen, se ela for a pessoa competente para o cargo. Este é que será o verdadeiro teste para avaliar da opção feita!
HSC
5 comentários:
Subscrevo totalmente este seu texto.
Bom domingo.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
Porque é que há-de haver cotas para mulheres? Elas devem lá estar pelo mérito/capacidades que têm não pelo género!!!
Assim nunca os maldosos poderão dizer que elas/algumas delas, estão lá para cumprir as cotas!
Cara Dalma
Há muito tempo que digo isso. A resposta é sempre a mesma: se não for obrigatório as mulheres nunca chegarão a certos lugares...
Eu, pessoalmente, sinto vergonha de que alguém seja escolhido nestas condições e sei o que paguei para ter a liberdade que tenho hoje. Mas nunca fui escolhida por ser mulher. Ao contrário, nalguns casos, não o fui por ser mulher...
Só não percebo como criou sete filhos, desempenhou uma profissão tão exigente como a medicina e ainda arranjou tempo e energia para ocupar uma série de cargos importantes na política. Deve ser a super mulher...
Esta senhora criou sete filhos e exerceu a sua profissão, da mesma maneira que qualquer homem o faria, com ajudas.
Mas alguém pergunta aos homens quantos filhos têm? O trabalho que lhes dá tratar das criancinhas?
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