terça-feira, 9 de abril de 2019

Os amigos, a familia e a Rita

Com o passar dos anos a familia vai-se, infelizmente, reduzindo. É o meu caso. Perdi os avós, perdi os pais, perdi um filho, perdi um irmão. Também perdi marido, mas essa é outra "estória", porque ele está vivinho da costa, graças a Deus. Foram  perdas difíceis, mas que fui ultrapassando, talvez porque quase diariamente me lembro deles, a propósito das mais diversas razões. É um cheiro, uma cor, uma frase, um por de sol, tudo mos traz até mim.
Provenho, quer do lado materno, quer do lado paterno, de clãs numerosas. Talvez por isso faça amizades com razoável facilidade. E, curiosamente, são-me tão necessárias as antigas como as mais recentes.
Vem este introito a propósito de um jantar a que fui esta semana, celebrar os 50 anos de uma recente mas grande amiga, como se pode deduzir da sua faixa etária. E falo-vos disto, porque ele decorreu no fim de semana passado, mais concretamente no sábado, e foi totalmente organizado pela aniversariante, para receber 25 amigos, em que tudo, mas mesmo tudo, foi pensado  para dar prazer a esses amigos.
Há pessoas cujo maior gosto é dar prazer aos outros, estendendo àqueles que estimam, aquilo que só habitualmente se encontra na família. A casa estava linda e tudo emanava uma rara simplicidade, porque a beleza vinha de algo muito especial e que só quem ama muito os seus amigos, consegue transmitir. 
A Rita, é este o seu nome, podia ser minha filha. Conheço-a há dois anos e não pode ter sido por acaso que a vida nos juntou num mesmo prédio. Quando olho para trás, não deixa de me emocionar que o local onde vivo, me tenha trazido duas das minhas melhores amigas. E que, de certo modo, as sinta como uma espécie de "compensação familiar" para os que amei e perdi.
Adorei fazer 50 anos. Foi a parte melhor da minha vida. Não me canso de o afirmar. Por isso, ver uma pessoa admirável entrar nessa idade e eu ter a sorte de partilhar esse momento, é algo que me torna muito feliz. Acredito que com ela se vá passar o mesmo, porque o merece amplamente!

HSC

11 comentários:

João Menéres disse...

A sua crónica ( sou relato...), fez-medra aqui divulgar uma frase do Miguel Veiga, amigo desde o Liceu D. Manuel II.
Dizia ele que o lugar do mundo melhor do mundo para se viver é a AMIZADE.

Os meus cumprimentos, HSC.

Pedro Coimbra disse...

Eu sei que gosta de rir e eu agora vou tentar fazê-la rir.
Sabe o que fiz no dia em que completei 50 anos?
Estava em Coimbra e tinha marcada para esse dia uma consulta no urologista.
Uma consulta marcada por familiares, com muitos meses de antecedência, para aproveitar a minha estadia em Coimbra.
E no dia de aniversário fui fazer ... um toque rectal.
Até o médico me perguntou se eu queria mesmo fazer o toque rectal e a ecografia naquele dia!! :)

Anónimo disse...

Senhora,saber viver é o desejo que sacia a alma.

https://youtu.be/qU60nNe4-RI

Ambrósio

Virginia disse...


Nos dias dos meus anos nunca faço festas. Não gosto de estar ocupada com mundanices e festejos. Gosto de contemplar, de reflectir, de gozar da minha liberdade. Há dois anos que os passo sozinha com a minha filha na praia da Luz. O bolo que ela me compra com velas chega. Não preciso de mais nada. Não me lembro de amigos que quisesse convidar para uma festa, embora os tenho para outros eventos. A família pode estar comigo ou não nesse dia, que é só meu, já que os meus Pais já morreram. Admira-me a ânsia que as pessoas têm em ter amigos e de alardearem que os têm. Como se fosse impresncindível para se viver bem. Não me fazem falta, pois sei de muita gente que gosta de mim, mesmo sem me bajularem. E isso é bem mais importante.

Helena Sacadura Cabral disse...

Ó Virgínia os amigos não servem para nos bajularem. Servem, pelo menos no meu caso, para estarem comigo na alegria e na tristeza.
Foram eles que amenizaram muitos momentos duros que tive.
E estranho que a Virginia diga que não lhe fazem falta. A mim, fazem-me muita. Para me criticarem, para me ajudarem a entender posições diferentes das minhas, para me acompanharem numa ida a um médico, ou para rirem das asneiras que faço. Eles são a família que eu escolhi.
E creio que terá muito má impressão a meu respeito, se julga que tenho qualquer ânsia de alardear que tenho amigos...

Virginia disse...


Fui um pouco brusca no meu comentário, Helena. Admiro-a muito, mas faz-me impressão ver a corte de pessoas à sua volta, sempre a elogiá-la e a querer estar presente nos momentos mais festivos que são muitos. Sou completamente diferente, tenho uma família enorme, 75 pessoas, que vivem longe. A familia nuclear chega-me , vibro com tudo o que meus filhos e netos fazem e apago-me - já há muito - diante deles. Nunca tive amigos, mas colegas da escola, da pintura, do FB, da editora, pessoas que até dizem admirar-me, mas não consigo pedir-lhes o que quer que seja. Vivo completamente independente, sempre fui assim. O meu marido nunca foi ao medico comigo e no dia em que o meu filho mais novo nasceu, foi para o tribunal e deixou-me sozinha com o bébé. Habituei-me a só contar comigo e acho óptimo. Não confio em mais ninguém. E sou eu que cuido da minha filha que sofre duma doença gravíssima. Felizmente está estável e damo-nos lindamente. Desculpe a minha sinceridade. Os blogues e o FB são lugares estranhos...

Helena Sacadura Cabral disse...

Virgínia
Saio bastante ilesa dos elogios. A análise que fiz durante seis anos ajudou-me a perceber quem sou, e aquilo de que necessito. Se as pessoas -porque escrevo e faço televisão - gostam de mim, eu agradeço, porque é a elas que me dirijo. Não poderia ser autora e ficar indiferente ao que os outros tentam dizer-me.
Mas é comigo e com o meu trabalho que conto. É deles que vivo. Porém os amigos têm amenizado muito a minha vida. Mais do que alguma familia que, felizmente, hoje já não é minha...
Ao contrario de si, nunca convivi com o pai dos meus filhos que eduquei sozinha. E a quem desejo muitas felicidades, mas longe de mim!
As pessoas são todas diferentes e fico contente pela Virginia ser feliz assim como é. Longe de mim emitir juízos de valor sobre a vida dos outros que não conheço!

Virginia disse...

Muito obrigada. Desejo-lhe grande sucesso para o seu novo livro. A propósito. Já há formato Kindle para os seus livros?

Um beijinho.

Anónimo disse...

Que bom disfrutar dos amigos e reconhecer-lhes as qualidades com alegria!

Anónimo disse...

Happy Birthday to You and Rita
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:-))

Anónimo disse...

🌹