Há
ocasiões em que o calor tolda o raciocínio. Foi o que me aconteceu e a mais
duas amigas, quando decidimos ir ver o filme “Enquanto somos jovens” que uma
certa crítica dizia valer a pena. Embora qualquer de nós duvidasse, o que queríamos
mesmo era uma sala fresca para poisarmos. Fomos ao Allegro de Alfragide que
ficava perto da casa de uma delas.
A
primeira surpresa foi a de que estaríamos dez pessoas na sala, o que, do meu
ponto de vista, até nem seria mau de todo. Só que, em período de crise, este
número de pessoas não merecia, da parte dos responsáveis, o ar condicionado
ligado. Pese embora tivéssemos pago um bilhete em que esse gasto deveria estar incorporado.
Adiante.
A
segunda surpresa foi a manifesta falta de qualidade da fita, que nos mostrou, uma vez mais, como uma boa história pode ser estragada, ou como confiar nas críticas pseudo intelectuais, pode dar azo a um verdadeiro desastre.
Foi o caso!
HSC
11 comentários:
Ahahah! Eu, calladita... ;)
Isabel
Pois, pois...
Há dias aconteceu-me algo parecido numa sala de cinema.Uma dezena de pessoas e um bafo que não se podia.A mim transtorna-me e perco as estribeiras com o calor. Levantei-me e fui ter com um dos funcionários e pedi para ligarem o ar condicionado. Pediram desculpas e minutos depois lá veio o fresco... Às vezes não sabem, não sei se foi o vosso caso...
É indecente, mesmo ao fim de semana já tem acontecido
as salas de cinema não terem o ar condicionado ligado.
O espectador não tem culpa da pouca frequência,
porque paga o seu bilhete.
Cumprimentos.
Irene Alves
Isso do ar condicionado no Corte Inglês não acontece nunca...
Isabel
É verdade. Mas os amigos ditam por vezes estes acontecimentos...
:-)))
Enfim, uma catástrofe.
O que desilude no filme é a análise superficial, o cliché, do «generation gap», isto é, do desfasamento entre a geração dos chamados hipsters, o casal Jamie e Darby, e a geração do casal Josh e Cornelia, com mais vinte anos.
Os hipsters tem um gosto revivalista, quanto à maneira de vestir (usam acessórios como chapéus e óculos escuros de marcas antigas) preferem a música e o cinema não comerciais, uma cultura alternativa, fora do mainstream.
Poderia ter interesse se fosse um bom filme. Mas depois de espremido, o filme não tem sumo, seco, seco, apenas duas ou três máximas preconceituosas sobre ambas as gerações, resumidas na deturpada frase final do quarentão Josh, referindo-se a Jamie «Ele não é mau. É apenas jovem'.
Então o jovem Jamie não foi manipulador, egoísta, ao estilo vale tudo, não olhar a meios para atingir os fins?!
Será um erro tomar este casal de jovens por todos os jovens da mesma geração, que é o que o filme, na minha opinião, acaba por induzir.
Quanto ao casal quarentão, de acordo com as patacoadas do filme, atingem finalmente a maturidade, porque resolvem adoptar uma criança. Se ignonarmos a quantidade de pais imaturos que existem neste mundo!
Cara Dra. Helena,
Se me permite,caso ainda não tenha visto, deixo aqui uma sugestão. A sala estava prácticamente vazia e de temperatura agradável. Eramos quatro desconhecidos na sessão das 17h00, provávelmente a tentar fugir de um muro de calor a rondar os 32º. A grande ironia era estarmos a ver um filme passado no deserto:)
Quanto a mim foi uma sessão de deslumbramento. Há muito tempo que não via um filme tão poético e sobre tema tão sensível. Tenho a certeza que iria amar TIMBUKTU.
Tenha um fim-de-semana tranquilo.
Rogério
Penso que o filme mais do que sobre o conflito de gerações e a crise dos quarenta é sobre as diferentes posturas de três gerações de realizadores de documentários: o realizador famoso e reconhecido Leslie (pai de Cornélia e sogro de Josh); Josh, o realizador que persegue a «verdade» durante anos mas que fica encalhado, sem conseguir inspiração nem subsídios, porque essa exigência demasiado mastigada, acaba por lhe retirar espontaneidade, e Jamie, o jovem hipster com pouco mais de vinte anos (que, ao gosto dos hipsters, prefere os discos vintage em vinil, ao iPad) e que através de vários estratagemas, consegue apoio dos outros dois para realizar o seu documentário 'inventado», e torna-se num jovem e promissor realizador considerado genial.
E aqui levanta-se o verdadeiro tema, quanto a mim, do filme: é ético fazer um documentário em que tudo é construído e apresentado como «real»?
Concordo que poderia ser interessante se o filme fosse bom, mas não é.
Fui ver há dias e como já tinha lido aqui a sua opinião ia de "pé atrás", mas fui!
Uma porcaria! Podia ter um final aproveitável, que desse sentido ao filme, mas não! É um filme cheio de pontas soltas, sem sentido nenhum.
Timbuktu, passou aqui, não fui ver e arrependi-me logo!
Enfim...
Boa tarde:)
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