Ela entrou na sala um pouco receosa. Estava ali por dever de ofício, no cumprimento da função de substituir o seu administador no cocktail daquela Embaixada. Num rápido relance pareceu-lhe não conhecer nenhum dos presentes. Pegou na bebida que um delicado empregado lhe oferecera e dirigiu-se para o jardim, na esperança de ver alguem conhecido. Esperança gorada que costuma acontecer a quem, como ela, se afasta do país muitos anos.
De repente, sentiu que alguem se aproximava para a cumprimentar. Teve a vaga sensação de um rosto que lhe não era totalmente estranho.
- Perdõe-me a ousadia. Mas não é a Joana Valpaços?
- Sou, sim
- Eu sou o Martim Guedes, amigo do seu irmão e colega dele no Valsassina.
- Ah! Desculpe mas não o reconheci.
- Namorámos dois anos...
- Como?!
- Sim, namorámos nessa época, nas férias, na Praia das Maçãs. Eu estava na Colónia de Férias do Colégio.
- Deve estar enganado. Eu não ia para essa praia. O meu irmão é que sim.
- Não pode ser...
- Pode sim. A minha irmã gémea, a Leonor, sempre gostou imenso de se fazer passar por mim!
Martim, atrapalhado, balbuciou umas palavras, despediu-se e desapareceu. Joana sorriu e pensou que afinal sempre valera a pena ter ido ao cocktail e pregado uma partida...
HSC
7 comentários:
Então não tinha nenhuma irmã gémea !
Boa saída !
Melhores cumprimentos.
Bom dia Helena!
Adorei.
Carla
Malandra a rapariga. Adorei!
Eu sim tenho uma irmã gémea, e já brincamos bastante á custa da nossa semelhança...
VW
Amnésia não ?!
CDH
Ah … bem bolado! Amei!!
Que pena a Leninha não ter uma gémea.
FT
Menina esperta!!!
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