terça-feira, 18 de novembro de 2014

Uma boa acção

Foi apresentada no Supremo Tribunal Administrativo uma acção judicial contra a aplicação do novo Acordo Ortográfico no ensino público. A acção é subscrita por mais de 100 personalidades da cultura.                
Além da acção judicial, foi também interposto um requerimento na Procuradoria-Geral da República (PGR), para o Ministério Público intentar outra acção judicial contra o acordo.
Ivo Miguel Barroso, docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que espera há três anos por uma resposta do Provedor de Justiça a uma queixa contra o acordo, lembra que este acordo tem mais de 40 anos.
“O Acordo Ortográfico de 1990 é um acordo que está muito desactualizado. É resultado do Acordo Ortográfico de 1986 que, por sua vez, é um resultado do projecto de Acordo Ortográfico de 1975, cujas negociações começaram em 1971. Se nós formos fazer as contas, em rigor, o Acordo Ortográfico tem já, pelo menos, 43 anos”, argumenta o professor.

Tenho muita pena de não ter subscrito esta acção, porque o teria feito com muito prazer. Mas, para se divertirem um pouco com este Acordo, leiam abaixo a notícia da edição digital do Expresso on line, um jornal dito de referência e dos primeiros - senão mesmo o primeiro - a adoptar o AO90, sobre a sonda Philae, que pousou no cometa 67P e atribuída a um dos cientistas da missão:

“Tivemos até de fazer uma rotação para otimizar a recessão de luz sobre os painéis solares”.
Percebe-se. Com o AO90, tudo pode sofrer uma “recessão”. O Expresso dá-nos essa “percessão”…»

HSC

6 comentários:

Isabel Mouzinho disse...

No Público saiu um texto de opinião a este respeito que vale a pena ler.
http://www.publico.pt/portugal/noticia/despachar-o-portugues-o-dever-de-recusa-1676255
E acho que, acima de tud,o cabe a cada um nós fazer o que fez VGM ou a Faculdade de Letras, para dar apenas dois exemplos. Continuar a escrever como sempre escrevemos, recusando esta aberração.
Eu que tenho uma forte ligação ao "ensino público" não utilizo o AO. É-me impossível...

Beijinho(Provavelmente ver-nos-emos em breve. Pelo menos, assim espero) ;)

Maria Braga disse...

Li a frase cinco vezes, estava difícil de perceber... Também sou 100% contra o AO, perde-se toda a riqueza da língua portuguesa... Beijinho Cara Helena, gosto muito do seu blog.

Anónimo disse...

Se não conseguirmos aniquilar este (Des) Acordo, para não lhe chamar um nome mais adequado (ABORTO), a Língua Portuguesa (assim imposta abusivamente), dentro de poucos anos tornar-se-á num dialecto distanciado das raízes latinas que estão na sua origem. Pior do que isso, assistiremos ao agravar de um mal, que já vem das últimas décadas, que é o de se fecharem ou emudecerem ainda mais as vogais. Aí deve residir a razão fundamental por que no Brasil se torna mais difícil entender o Português falado pelos portugueses. Está a circular um editorial do "Jornal de Angola", de 8.Fev.2012,que é elucidativo - "Património em risco" criticando asperamente esta aberração que é este AO.
José Honorato Ferreira

Anónimo disse...

Faço votos para que seja desta que o dito AO se "extinga". Sem saudades. Naquele Acordo, houve algo, entre otros aspectos, que me surpreendeu: os meses em letra minúscula (agosto, em vez de Agosto, etc). Porquê tal regra? Obedece a que princípio inteligente ou racional?
P.Rufino

Anónimo disse...


Hoje ao ler um comentário num post de Pedro Correia sobre este tema,percebi que uma comentadora tem toda a razão quando diz que temos de agir,sendo assim copiei a minuta que Isolete Calheiros fez para o Supr

Formulário/Requerimento para adesão à acção judicial popular contra a "aplicação" do AO90 ao sistema de ensino público.
a) "Supremo Tribunal Administrativo
1.ª Secção
Proc. n.º 897/14
Venerandos
Juízes Conselheiros,
[…], residente em […], portador do cartão de cidadão número […], titular do número de identificação fiscal […],
Tendo tomado conhecimento da presente acção popular, Processo n.º 897/2014, por anúncio publicado,
Vem, nos termos do disposto no artigo 15.º da Lei da Acção Popular, aderir à acção popular, aceitando-a nos termos em que se encontra e aceitando ser representado pelos Autores.
O Requerente
|ASSINATURA|
b) Instruções:
1) Fazer o "download" (do doc. dos “Ficheiros” do Grupo) https://www.facebook.com/groups/178207905663865/
ou copiar o texto transcrito acima para um documento do Word ou outro processador de texto;
preencher no computador; imprimir; ASSINAR. +datar
Fazer o favor de enviar para a seguinte morada:
"Supremo Tribunal Administrativo
Rua São Pedro de Alcântara, n.º 75
1269-137 Lisboa".
(P.S. - O formulário poderá também ser enviado por email, para: correio@lisboa.sta.mj.pt. Mas tal mensagem não dispensa o envio por correio, no prazo de 5 dias).
O Requerente
|ASSINATURA|

O documento pode muito bem ser copiado à unha, para quem não tiver acesso a outros meios.

https://word.office.live.com/wv/WordView.aspx?FBsrc=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fdownload%2Ffile_preview.php%3Fid%3D479870398819399%26time%3D1416343589%26metadata&access_token=100003576717469%3AAVJevzmoAODVLZDdCXG-0euafMjsg8nqP3k62oqyKcje8A&title=Requerimento+de+adesão+dos+titulares+dos+interesses+5.doc
link do comentário
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emo Tribunal.

Isabel Tomás

Anónimo disse...

Sra. D. Helena: Ainda está a tempo de participar na Acção Popular. Para isso tem de enviar uma carta ao Supremo tribunal administrativo seguindo a minuta preparada pelo Ivo Miguel Barroso que está no comentário anterior. Obrigada por divulgar esta acção no seu blog.

Isolete Calheiros