segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Passageiro Clandestino


Há Mulheres que conhecemos de toda a vida. Há amigas que o foram desde sempre. Não consigo lembrar-me do dia preciso em que conheci a Leonor Xavier. 
Lembro, sim, que vivemos ambas vidas bastante diferentes daquilo que, à época, era considerado como normal. Qualquer de nós tem essa sensação e há bem poucos dias, à mesa de um café, falávamos disso.
A Leonor bebeu a goles a sua vida. Goles saboreados. Do bom e do fel que  pode, a todos, estar destinado. Isso traduziu-se em muito do que escreveu. Sobre ela, sobre nós mulheres, sobre o mundo que a rodeia.
O cancro visitou-a recentemente. Bateu à porta de forma intrusa. Ela deu-lhe luta e venceu-o na medida das suas forças. Luta que foi também um percurso de descobertas. De si e do seu corpo. Mas, em simultâneo, da doença, dos médicos que a assistiram, das salas de espera e daqueles que nelas esperavam, do hospital, dos doentes e da forma como, apesar de tudo, o Serviço Nacional de Saúde nos acompanha. Tudo isto ela transformou em páginas de um livro que, afinal, é um hino à vida.
Esse livro foi hoje lançado numa sala apinhada de gente. De amigos de toda a vida, da família, da elite intelectual que a estima. Do Brasil e de Portugal, deste e do outro lado do Atlântico. De pessoas tão diversas que foi possivel ver Maria Barroso, Maria Cavaco Silva ou Maria Antónia Palla.
A apresentação, de enorme qualidade, esteve a cargo de José Tolentino de Mendonça, seu amigo. A que se seguiram as suas simples mas tocantes palavras de agradecimento a todos os que ali estavam. E onde também houve espaços musicais que alguns amigos lhe quiseram oferecer.
Foi uma bela e merecida festa aquela a que assisti no Jardim de Inverno do S. Luis. Parabéns Leonor!

HSC

5 comentários:

Unknown disse...

Minha muito querida Helena obrigada pelo que dizes de nós. Lembro me do nosso primeiro encontro, eu recém chegada do Bradil, em 1987. uma feijoada brasileira e nós a farmos, sempre e até hoje. Leonor

maria isabel disse...

Linda e merecida homenagem.
Parabéns Leonor Xavier.
Obrigada Doutora Helena pela partilha

Anónimo disse...


Bom dia Helena!
Pelo que conta, deve ter sido um lançamento cheio de emoção.


Carla

Anónimo disse...

Não conheço pessoalmente Leonor Xavier. Há muitos anos, trabalhava eu no Brasil, ao visitar uma livraria, comprei um livro cujo título era: "E só Eram Verdade os Que Partiam", de sua autoria. O tema era o infortúnio de muitos portugueses que no Brasil não encontraram o "el dourado" esperado. Este seu livro pertence aqueles que li e nunca mais esqueci.
Votos para que a Leonor consiga vencer esse "Passageiro Clandestino".
Um grande abraço,
MT

bea disse...

Parabéns a Leonor Xavier. E que deixe num apeadeiro qualquer o clandestino invasor.