segunda-feira, 26 de maio de 2014

O dia seguinte

Pronto, já estamos no dia seguinte. Eu, a preparar-me para a Feira do Livro, os políticos a prepararem-se, desde ontem, para a Feira das Vaidades e as suas danças, que não serão poucas…
O povo escolheu. Sabiamente, como já nos habituou. O país está a tornar-se cada vez mais ingovernável, nos velhos moldes políticos que conhecemos e a mostrar, desde as autárquicas, que ou os partidos mudam ou o seu poder vai progressivamente desaparecer. 
A abstenção, os votos brancos e os votos nulos só atestam o que digo. Pesadíssima derrota para o governo e BE - os extremos acabam por se tocar - e vitória amarga para o PS, que não vai saber o que fazer com ela, sobretudo, se insistir em manter Seguro que, assim, se tornará o "passaporte" ideal para a coligação  que nos governa.
Na Europa a direita e a esquerda mais radicais fortaleceram as suas posições, os eurocepticos afirmaram-se e na Alemanha a senhora Merkel não deve estar propriamente a esfregar as mãos.
Conclusão, a Europa ou muda ou a UE desintegra-se. A caminhada já começou. E Portugal ou muda ou torna-se ingovernável, seja com 80 ou 120 medidas, com manifestos assinados pela esquerda e direita ou com outros que "não querem mais isto".
Hoje a política não pode fazer-se nos mesmos moldes de há quatro décadas e os líderes estão demasiado velhos para escolherem o futuro daqueles que agora têm vinte e poucos anos. Não perceber isto é caminhar para os nacionalismos exacerbados e reverter a democracia!

HSC

16 comentários:

Virginia disse...

Chega-se à conclusão de que ninguém ganhou na realidade, sobretudo nos partidos do arco da governação. Agora vão começar as guerras das legislativas, quase a partir do zero, visto que os resultados do PS não auguram nenhuma progressão nas preferências do povo. Não compreendo como é que o Seguro ( será do nome?) se sente tão estável, tão convencido, tão tristemente confiante!!

A Aliança caiu, mas não caiu o governo de Passos Coelho, pelo contrário, até é capaz de ter recebido um novo sopro para marchar rumo à vitória.

Quanto a Marinho Pinto, quem o não conhecer que o compre. O Homem é um frustrado, exibicionista e cabotino.

Boa semana!

Anónimo disse...

Senhora,e se de repente alguém lhe oferecer uma flor?!
Isso é..." Impulse".

http://youtu.be/09OzW6ZrYKM

Ambrósio

Defreitas disse...

Cara Doutora : Diz muito justamente aquilo que penso : Se a Europa não muda, a UE morre. Quantas vezes o escrevi e escrevemos aqui e "ailleurs"!
Os cidadãos conscientes e capazes de agir devem apelar à mobilização geral. Os movimentos, partidos, instituições e sindicatos herdeiros dos primeiros combates da democracia devem ultrapassar os interesses sectoriais, e consagrar-se em prioridade às causas políticas das injustiças e dos conflitos sociais e não somente às suas consequências, definir conjuntamente um programa para o nosso século, sabendo que o fascismo se alimenta sempre do racismo, da intolerância e da guerra, que eles mesmos se alimentam das injustiças sociais.

A Europa deve mudar.

Porque a UE, fundada sobre a concorrência, gera desastres sociais.

A causa : os tratados europeus estão ao serviço das classes dirigentes e do grande patronato.

O Euro, moeda da BCE, está ao serviço dos bancos privados que emprestam aos Estados com juros, criando assim a dívida.

A UE organizou as privatizações da energia, das telecomunicações, dos correios, e impôs-no-las. Mais caro e funcionam menos bem.

A reforma das pensões impulsionada pela UE visa aumentar a duração das cotizações e baixar o seu valor.

A UE ameaça também a segurança social, a protecção contra a doença e quer favorecer os seguros privados, que vêm nela um imenso bolo apetitoso.

A UE baixa o poder de compra para reduzir o custo do trabalho em nome da "competitividade" afim de aumentar os lucros das multinacionais.

A UE encoraja as deslocalizações no seu seio, e organiza a concorrência entre os trabalhadores, sempre em beneficio do grande patronato e dos accionistas .

A UE adopta normas em todos os domínios sem consultar os cidadãos: agricultura, pesca, urbanismo, educação, pesquisa, protecção social, direito do trabalho, meio ambiente ...

A UE é favorável aos OGM, aos quais os povos são opostos.

O Parlamento europeu não é um verdadeiro parlamento. Não tem os poderes para mudar o funcionamento da União, não tem a iniciativa das leis, não pode decidir do orçamento. Na verdade, o Parlamento é a câmara de registo da Comissão europeia.

Sim, a UE precisa de se inspirar nos protestos dos povos afim de descobrir o que não está bem e que deve ser mudado. A lista acima é uma ínfima porção do que não está bem.

Espero só que já não seja tarde demais.

Anónimo disse...

Maria (publicamente anónima)
Boa tarde Dr.ª Helena!
Escreve no seu post “O povo escolheu.” Pois é. Mas apenas 30% do povo inscrito nos cadernos. Já não sei se a abstenção é real ou técnica. Entre abstenção, nulos e brancos, 70% do povo em condições de votar não se manifestou nem contra nem a favor. Será revolta ou apenas desleixo (no sentido façam o que quiserem, não quero saber)? Como devem os políticos interpretar tudo isto?
Sem grandes análises, mas olhando apenas para as % que nos apresentam (tanto da abstenção como dos extremos) é muito preocupante, tanto a nível doméstico como ao nível europeu.
Bom! Agora como estamos ainda só no dia seguinte e a caminhada vai ser difícil mas a vida continua, como diz e muito bem, estão aí as feiras. Destas feiras todas eu prefiro a do Livro. Ainda não consegui comprar o seu último livro e quero ver se consigo comprar lá. Gostava imenso de saber, se for possível, quando a Dr.ª Helena vai estar em autógrafos na Feira do Livro. Assim, eu aproveitava a comprar nesse dia o livro e pedir-lhe um autógrafo. Espero este ano ter o prazer de a encontrar. Será possível anunciar os dias e horas aqui no seu cantinho?
Obrigada.
Maria M

João Menéres disse...

O que dirá o M. S. da sua tão querida França ?


Melhores cumprimentos.

Anónimo disse...

Será que alguma coisa vai mudar?!
Não creio!

E para já a única coisa que mudou foi o tempo,de um sol radioso e calor,voltou o tempo frio,a chuva e os dias cinza.
Cuide-se sra dra na feira do livro!
Agasalhe-se e não se constipe.E que tudo aconteça pelo melhor,sucesso,boas vendas,e belas visitas...
:-)

Helena Sacadura Cabral disse...

Ambrósio
Só mesmo você para se lembrar, no dia seguinte, de me dar uma rosa...
-:))

Virginia disse...

Devia era dar-lhe Ferrero Rocher se é um verdadeiro Ambrósio ! :)

Anónimo disse...

que pena o governo não cair Virginia. Já chega de fazer tanto mal, a menos que a Sra seja das que não sinta. Se assim for, sorte a sua!

zia disse...

Minha querida Senhora que maravilhosa análise sobre as eleições europeias! Um bem haja pela sabedoria que nos ensina.
A Europa está a ficar assumidamente nas mãos de uma direita neonazi, assusta e esse caminho não... os jovens têm que tomar em mão os seus destinos...
Um forte abraço amigo, Zia

Anónimo disse...

No problem. O Club Bilderberg claro que pensou em tudo. Não foi por acaso que o então (em 2012) Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portuga (Paulo Portas) esteve no encontro anual do dito clube com o agora líder do PS ( António Seguro). Como não sabemos o que foi combinado no encontro (os assuntos são secretos, bem como as conclusões), tenho todo o direito de pensar que o Sr. Seguro vai ser PM, e o Sr. Portas , se necessário, fará parte do Governo com o PS. Se não foi isto o combinado eles que digam então o que foi.
Seguramente não foram à tal reunião só comer um chouricito assado. Lamento a perda do Homem (Miguel, seu filho) que tenho a certeza ainda teria muito a dar em prol da clarificação da Política. Em jeito de despedida diria que Portugal pode parecer ingovernável, mas há sempre alguém que quando a "coisa" parecer que já não tem remédio vai surgir e iniciar a grande alteração de fundo e forma, a que alguns chamam com horror de Revolução.
Deixem-me desabafar.

Fatyly disse...

Subscrevo totalmente e temo pelo que diz, mas em 40 anos ninguém aprendeu nada. E o pouco que vi das campanhas já referi que foi mais um lavar de roupa suja do que propriamente falar do que realmente deviam.
Mas há que manter o povo ignorante e recordo de uma pergunta que fizeram a Rangel sobre a dívida soberana, cuja resposta foi mais ou menos...isso agora não interessa. Como????
Só houve dois partidos que tocaram várias vezes na UE!

Nem consigo imaginar o seu papel de mãe, que mesmo separando as águas...deve ser bem difícil.

Eu dou-lhe um abraço e desejo que continue a ser quem é por muitos mais anos!

Anónimo disse...

Infelizmente, aposto na desintegração da UE!

Isabel BP

Anónimo disse...

Senhora,que bom saber que sou o único.

( Sra d. Virginia,não duvide da minha autenticidade.É que a minha Senhora já disse que prefere salgados.)

Ambrósio

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 21:44
Desabafar faz bem. Ficou melhor?
:-))

Helena Sacadura Cabral disse...

Maria
Em princípio estarei sextas, sábados e domingos ao fim da tarde.