sábado, 30 de novembro de 2013

Autopromoção fotográfica











Aqui ficam algumas provas da alegria que, para mim, foi a apresentação do meu livro e a presença dos meus amigos. Um obrigada a todos eles e à minha querida Fernanda Freitas que teve a árdua tarefa de o "explicar"! 

HSC

Com os amigos

Ontem no lançamento do meu livro - confesso que não gosto nada da expressão, mas não encontro outra - tinha uma mão cheia de amigos à minha espera. Vários vieram daqui, desta minha/vossa casa que, entretanto, fui conhecendo e, agora, já me são bem familiares.
O dia foi de greve e, por milagre, consegui chegar, embora atrasada - eu que sou a maníaca da pontualidade -, porque o transito em Lisboa estava demoníaco. Muitos infelizmente ficaram retidos entre filas de carros e nem os autógrafos conseguiram. Mas quando se marcam estes eventos não se fazem consultas prévias às centrais sindicais...
Foi muito bom, muito caloroso e eu fiquei muito feliz por aqueles momentos de convívio. Obrigada a todos!

HSC

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Bring Me Sunshine

E agora um bocadinho daquilo que tanta falta faz, alegria. Veja até ao fim porque é um consolo e uma sorte ter assistido a este período. Eu vivi nele, felizmente!

HSC

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O valor das palavras

Já tenho afirmado várias vezes que não sei viver em conflito. Acredito que seja menoridade minha. Aceito que seja da educação que tive e que jamais reneguei. E, quem sabe, talvez porque fui mulher e mãe de políticos habituei-me a distinguir os afectos das ideologias. E a gerir estes dois mundos tão diferentes.
Este intróito serve para explicar porque é que neste blogue nunca utilizei certo tipo de vocabulário. Faço juízos de valor mas não faço juízos de carácter. Não chamo nomes nem arraso pessoas de quem não gosto. Não uso palavras de ódio ou de desprezo para qualificar aqueles com quem não concordo. Não sou capaz de odiar. Não será uma qualidade. É uma questão de educação recebida e da qual me não desfiz. Não chamo estúpido, ladrão ou canalha a ninguém, apesar de poder não gostar daquilo que alguém faça. Não me considero melhor nem pior do que quem o faz. 
Acredito no valor das palavras, tanto como acredito que é através delas que o mundo se muda. Julgo que a violência verbal não facilita o diálogo e extrema as possibilidades de paz. E temo que o país que amo e onde vivo se torne numa terra de permanente conflito verbal cujas balas - as palavras - se tornem tão mortais como as disparadas por um revolver.

HSC

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Palavras de Mario Soares

Não tenho nada contra Mario Soares. Pelo contrário julgo que ele evitou uma perigosa deriva ao país. Mas houve quem registasse afirmações suas quando era poder e o país atravessava uma crise financeira grave. São tão oportunas que vale a pena lembra-las.
E tal não significa que goste ou apoie este governo. Não apoio nem gosto. Mas isso não quer dizer que preconize, na avaliação política, dois pesos e duas medidas! 
Aqui fica um apanhado, que me foi enviado, de afirmações proferidas por Mario Soares. É fácil comprova-las.

DN, 27 de Maio de 1984
“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”
DN, 01 de Maio de 1984
“Não se fazem omoletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”.

“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.”
JN, 28 de Abril de 1984
“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”.
RTP, 1 de Junho de 1984
“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível”.
RTP, 1 de Junho de 1984
“A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós”

“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”.

“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”.
JN, 28 de Abril de 1984
“[O desemprego e os salário
s em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (…). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”.

“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência… deve pura e simplesmente falir. (…) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade.
RTP, 1 de Junho de 1984
“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”.
“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”. 1ª Página, 6 de Dezembro de 1983
DN, 19 de Fevereiro de 1984
“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”.
RTP, 1 de Junho de1984
“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar”
Der Spiegel, 21 de Abril de 1984
“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.”
“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”. RTP, 31 de Maio de 1984
La Republica, 28 de Abril de 1984
“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço”
Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984
“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”.
JN, 28 de Abril de 1984
“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um politico sê-lo nas condições actuais”
RTP, 1 de Junho de 1984
“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”.
6 de Junho de 1984
“Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”.

HSC

Um novo PREC?

O vídeo que coloquei neste post é do tempo que se seguiu à revolução dos cravos, quando os políticos eram "sequestrados". 
A democracia baseia-se na legalidade. Qualquer incitamento à violência é anti democrático. Dois passos foram já dados. Nas escadarias da Assembleia da República e na invasão de alguns ministérios.
Compreendo e sinto a revolta que grassa no país. Não tenho qualquer filiação partidária e gosto tanto deste governo como gosto daquele que governa a França neste momento. Ou seja, nada. Pago os meus impostos e trabalho numa altura em que pensava poderia descansar, porque é o que fazem os que têm a minha idade.
Apesar disso, sei que o meu privilégio é viver do meu trabalho e não da minha reforma, que já acusa os profundos desgastes sofridos.  Mas não desejaria assistir ao retorno de um poder caído na rua, porque isso não iria beneficiar aqueles que mais precisam de ser protegidos. Ao contrário, "os ricos" partiriam sem problemas, como já fizeram, e "os pobres" continuariam mais pobres, porque o dinheiro não ficaria por cá.
Oxalá se compreenda a tempo a lição para bem de todos aqueles que estão mal e que ficariam muito pior, se aquilo que Mario Soares soube evitar, acabasse, com a sua ajuda, por se instalar.


 HSC

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Não vale tudo...

A procura de acções dos CTT - Correios de Portugal superou a oferta em 6,5 vezes no final do primeiro período de venda destes títulos, segundo a informação avançada esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pela Parpública.
Nas acções destinadas ao público em geral a procura foi ainda maior, ao superar em mais de oito vezes as 15,75 milhões de acções disponíveis. Os títulos requeridos neste caso foram de 135,3 milhões.
Já a procura das acções destinadas ao trabalhadores da empresa ficou quatro vezes abaixo do lote de 5,25 milhões disponível, tendo sido de apenas 1,26 milhões.
Os CTT estão em processo de privatização de 70% do seu capital, numa operação que começou a 19 de novembro e termina no início de dezembro.

Ora aqui está uma operação financeira a que não fui, embora soubesse que, do ponto de vista individual, seria lucro certo em caixa. É que não percebo a lógica de vender, nesta altura, uma empresa pública que dá lucro. Por isso, não quis participar de algo com que não concordo.
Ainda há ocasiões em que a ideologia justifica as atitudes que tomamos.

HSC

A riqueza das mulheres

De acordo com uma investigação desenvolvida pela revista ‘Spears' e pela empresa WealthInsight - cujo objectivo principal era analisar a igualdade entre géneros, relativamente à riqueza pessoal - 23% das pessoas mais ricas no nosso país são do sexo feminino.
Para Josh Spero, editor da citada revista, no topo da lista estão os países asiáticos. Esta conclusão é igualmente partilhada por Oliver Williams, da WealthInsight.
Para além de Portugal, nos primeiros dez lugares surgem as Filipinas, o Peru, Hong Kong, a Turquia, Israel, Singapura, a Tailândia, Espanha e Itália.
Ao invés, entre os países com menos mulheres milionárias, contam-se a Holanda, Rússia, México, Arábia Saudita e Japão.
A ser verdadeira a informação, ela não me surpreende. E reflecte a tendência de que na gestão da riqueza o género contará cada vez menos. 

HSC 

Vida e Alma: o lançamento

Será já na quinta feira dia 28, no Corte Inglês, pelas 19h, o lançamento do meu último livro VIDA E ALMA. É a Fernanda Freitas que terá o trabalho de o apresentar, tarefa que muito lhe agradeço.
Espero ver todos os amigos que lá queiram ir dar-me um abraço e o seu apoio em mais esta aventura. Eu, como sempre, estarei nervosa, apesar de já ter publicado vinte livros.

HSC

domingo, 24 de novembro de 2013

A minha normalidade

Hoje uma conversa de amigos fez-me pensar num facto curioso: "nunca pensei ser outra pessoa diferente daquela que sou". Devem-me julgar tonta com esta afirmação. Mas se assim for, a idade talvez já me permita dizer disparates. Não serei a primeira...
Depois de ouvir tanta gente a contar o que gostaria de ter sido e não foi, eu "estarreci" o grupo com aquela frase, inteiramente verdadeira. Possivelmente contento-me com pouco. Mas se assim for, é porque a minha medida é essa e não outra.
Vivi tanto tempo rodeada de pessoas "acima do normal", de gente intelectualmente tão dotada que, quando pensava em mim, a comparação era quase fatal. Levei anos até aprender o lado bom da minha normalidade. Devo isso ao Padre Abel Varzim e nunca será demais relembra-lo. Foi com ele que percebi o valor dessa distinção. Mais tarde, outras pessoas haviam de ensinar-me o mesmo e ajudar-me, afinal, a gostar mais de mim. E a aceitar que ser "genial" não é para todos nem sequer será o mais importante da vida!

HSC

Todos ao molhe

Ontem, sem muita vontade, fui ver o Conselheiro, uma realização de Ridley Scott que já fez filmes de que gostei. Mas a plêiade de actores de nomeada fez-me desconfiar... E desconfiei bem, porque o resultado final é um produto sem grande qualidade.
Bardem e Penélope - agora aparecem sempre em dupla...- fazem jus ao crédito que têm. Brad Pitt, que não aprecio, interpreta um "papelinho" para justificar o cachet que terá recebido. E Cameron Diaz, no papel de vilã só convence Javier.
O filme não presta? Não presta. Mas tem duas cenas de sexo que talvez justifiquem que se lá vá. A primeira constitui a abertura - logo convém entrar a horas - da película e é de facto muito bem filmada. A segunda mostra-nos Cameron a fazer uma surpreendente spaccata sobre um descapotável perante o olhar gazeado de Bardem, algo que se pretendia de exótico erotismo, mas que acabou por fazer rir a plateia... Enfim, nesta cena, o kamasutra parece livro para iniciados.
Do enredo, é que é mais difícil falar. Comecei e acabei sem ter percebido patavina da história. É tudo ao molhe sem se perceber o que cada um lá faz.
Mas, como quem me acompanhava, muito mais inteligente do que eu, ficou exactamente na minha posição, acredito que aquilo seja como o OE 2014 que dá para ver e não para compreender.
Conclusão: só não perdi a a noite porque tive boa companhia!

HSC

PS: Michael Fassbender, lindo de morrer, quase salva a fita...

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Os Kennedy

Ao contrário da grande maioria da gente da minha geração, nunca embandeirei em arco com John Fitzgerald Kennedy. E, como não podia deixar de ser, fui apelidada de reaccionária, que era título com o qual podia bem, conhecendo como conhecia, os "católicos progressistas" que assim me apelidavam.
A história daquela família não me agradava e a figura do Presidente também não. Tudo estava eivado de uma auréola de realeza familiar e religiosa e a exploração mediática do personagem e da sua morte tinha todos os condimentos de que não gosto.
Haviam de se lhe seguir outros Kennedy, herdeiros desse trono, que sendo uma república, parecia pertencer exclusivamente àquele clã. E, de facto, durante sessenta anos, não houve política na América em que os Kennedy não estivessem envolvidos.
Passadas cinco décadas, Vasco Pulido Valente confirma a minha razão quando escreve:

"...A excitação nunca passou destas superficialidades, porque, fora o espectáculo, John F. Kennedy, infelizmente para ele e para o mundo, era um Presidente medíocre. Excepto o tratado com a URSS sobre a limitação de experiências nucleares na atmosfera, falhou persistentemente no resto. Autorizou a expedição à baía dos Porcos, uma aventura que fortaleceu Fidel. Na “cimeira” de Paris, querendo mostrar moderação, convenceu Khrutchov da sua fraqueza e provocou indirectamente a “crise dos mísseis”. Não conseguiu que o Congresso passasse as leis contra a segregação e as leis sociais, que só depois Lyndon Johnson veio a impor. E, pior ainda, liquidou o Presidente do Vietname do Sul e inaugurou a presença militar americana numa região em que não havia nada a ganhar. Mas Jack e Jackie não deixaram por isso de ser um símbolo para os milhões que nasceram durante a guerra ou logo a seguir a ela: o símbolo da juventude e do poder".

É este o retrato real desse ícone da política americana. E nem preciso de falar do homem como tal, porque a fotografia não seria melhor. Não há como o tempo para olhar as histórias da História.
  
HSC