Em entrevista ao diário francês 'Le Monde', o norte-americano George Soros afirmou que, "se tivesse de investir, apostaria contra o euro", considerando que, mesmo que a moeda única europeia sobreviva à crise, a Europa irá enfrentar um período de grandes dificuldades".
Soros considera que "a crise do euro ameaça destruir a União Europeia" e que "os dirigentes do Velho Continente estão a leva-lo à ruína".
Para o financeiro, "a introdução do euro em vez de criar convergências, trouxe divergências”, colocando os países mais débeis da zona euro na mesma situação "dos países de terceiro mundo" que contraíram empréstimos em divisas estrangeiras.
Ainda que o euro resista a esta crise, a Europa terá de atravessar um período difícil, "semelhante ao que ocorreu na América Latina depois da crise de 1982 e ao Japão, estagnado há 25 anos".
A diferença do caso europeu está no facto de "a União Europeia não ser um país", e é isso mesmo que o leva a recear que ela não sobreviva à actual crise. Para o entrevistado, os dirigentes europeus só se deram conta dos tumultos económicos e financeiros "demasiado tarde".
Para o multimilionário, apesar de o Banco Central Europeu (BCE) "ter criado medidas fora do normal, como os empréstimos a três anos aos bancos", o contra-ataque do Bundesbank, a entidade emissora alemã, "rompeu esse efeito".
"Toda a Europa está sob a ortodoxia do Bundesbank", diz, adiantando que o banco central alemão "está a empurrar a Europa para a deflação" porque, explica, "é impossível reduzir a dívida, afundando o crescimento".
Nada disto é novo. O problema é que Soros não indica alternativas. E essas é que são necessárias!
HSC
7 comentários:
Olá Helena,
(Já escrevi isto no Delito de Opinião mas depois fiquei a pensar que aqui é que é mesmo a sua verdadeira casa e, por isso, repito)
Não tenho a autoridade e sapiência e, sobretudo, não tenho o dinheiro de Soros mas do que ele diz (e eu concordo e mil vezes tenho defendido isso lá no meu canto) a solução passa pela linha que por exemplo a Itália defendeu ainda hoje - uma correcção que não é baseada na austeridade excessiva pois isso estrangula o crescimento.
O problema que existe é, em grande parte, um problema de fraco crescimento. Sem crescimento não se consegue - de maneira nenhuma - assegurar o cumprimento do serviço da dívida.
Todas as verbas acabam sugadas pelos encargos financeiros e a economia exangue não consegue gerar recursos para manter a máquina económica em movimento. Daí passa-se ao aceleramento do desemprego e, daí, à pressão sobre os fundos da segurança social e, daí, ....etc, ou seja, um movimento recessivo imparável que, por sua vez, implica, retrocesso nos direitos, e, daí, passamos para os tumultos, os suicídios, as famílias a viverem nas ruas, etc.
Austeridade e apertos violentos podem fazer-se em períodos de expansão e desenvolvimento, quanto as taxas de crescimento conseguem acomodar as quebras provenientes da austeridade. Fazê-lo num período como o que estamos a atravessar é de loucos.
É isso que Christine Lagarde vem avisando e que ontem clamou alto e bom som. É isso que Soros diz também.
Tomara que algum dos actuais governantes da zona euro perceba o que eles dizem... Ou que os percebam a tempo.
Um abraço, Helena.
As alternativas para resolver o problema é que não estão há vista !
Cumprimentos :)
Esta mania de se ter de crescer a torto e a direito em termos mercantilistas torna-se bizarra e serve apenas os senhores feudais do dinheiro.
A alternativa encontra-la-emos quando esses psicopatas menos esperarem, pode crer.
Sendo praticamente néscio em Economia, Cara Helena, não o sou na natureza humana. Este Senhor, parece-me queres destruir, com pseudo teorias, o Euro para valorizar a moeda do seu país. Puro egoísmo de um não humanista, nada de novo, basta reler Shakespeare.
Raúl.
Aliás, ninguém apresenta alternativas. Temos os mensageiros da desgraça, os velhos do restelo, os encantadores de serpentes e as sanguesugas dos países que se "puseram a jeito".
Soluções, não me parece que as queiram!
Vamos ver, se o Hollande ganhar, como a raiva Anglo-saxónica de aquém e de além-mar reagirá.
Raúl.
Ele está a fazer o mesmo aos EUA usando o seu protegido Obama.
A hipocrisia deste homem é demais.
Enviar um comentário