terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Só mais uma...


Julgo que a notícia passou despercebida, ao contrário do que seria de supor. De que se trata? Só isto: num depósito a prazo constituído ainda em 2011, mas que vença este ano, 25% dos juros vão directamente para o Estado, em vez dos anteriores 21,5% com que o mesmo foi originalmente constituído.
Entre 2010 e 2011 a taxa liberatória incidente sobre os juros destes aplicações e de outros produtos de poupança subiu de 20% para 21,5%. Mais recentemente passou para 25%. Aliás, este agravamento não constava da proposta inicial de Orçamento para 2012. Foi introduzida quando o mesmo já se encontrava em discussão na Assembleia da República, apanhando deste modo os aforradores que, já na recta final do ano passado, fizeram um depósito cujo vencimento cairia em 2012.
Ou seja, a partir de agora, o Estado fica com um quarto do que possam render as nossas magras poupanças. É poupar amigos. Que é para o Estado arrecadar. Nem mais!

HSC

8 comentários:

Gaivota Maria disse...

L A D R Õ E S!!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Estimada Drª Helena Sacadura Cabral,

Grato por me ter chamado à atenção para este "fenómeno" fiscal, através deste seu Post.
Como não tenho tido tempo, há meses, para ver notícias calmamente, como na TV, etc, passou-me a coisa.
Isto é revoltante!
Isto de sermos governados por "financeiros" em vez de "economistas" é no que dá!
O homem, o tal Gaspar, até mete impressão ao falar, ou melhor, ao f-a-l-a-r!!
Vou repensar a minha conta bancária graças a si, ao seu "alerta".
P.Rufino
Chegámos a onde?
Como Gaivota diz, pergunto: estamos à beira do um Estado de malfeitores?

Pôr do Sol disse...

Para atitudes destas só temos de facto o comentario da Gaivota Maria.

Mas eu sou do tempo em que os gatunos eram presos e condenados, sou do tempo em que a palavra dada tinha valor, em que só era aplicada a lei depois de discutida no Parlamento.

Sou eu que estou fora de moda? ou só me resta ficar PARA LAMENTAR????

Gosto de andar informada para poder desviar-me, tanto quanto possivel, quando a bola de neve deslizar, mas tenho de fazer das tripas coração para continuar a ouvir dislates como "a partir dos 70 anos quem tiver necessidade de hemodialise terá que a pagar"?

Felizmente não é o meu caso,essa necessidade não tenho. Mas quantos pobres levaram uma vida inteira a descontar para uma velhice cuidada?

Que fizeram aos descontos que toda a vida fiz, sem me perguntarem se queria fazê-los? Pois... pagam-se reformas milionárias a muitos politicos.

Eça tinha razão quando, há cem anos, dizia que politicos e fraldas de bebés devem ser mudadas pelas mesmas razões.

Cara Helena, desculpe o desabafo.

Raúl Mesquita disse...

Cara Helena:

Se permite, para além desta "artimanha", para ser soft na palavra, o governo faz "d'outras". Anteontem fui levantar o reembolso das óperas canceladas nesta temporada (sou antigo assinante de São Carlos) - tudo boas contas, recebi o cheque. Mas vim a descobrir ontem, através de músicos da Gulbenkian que são casados com músicos da Orquestra Sinfónica Portuguesa (A Filarmónica, aprendi), que os cantores estrangeiros são todos pagos na mesma, a orquestra é paga porque está sob contrato e toca em concerto e os cantores portugueses também fazem parte de um quadro contratual, logo, continuam a receber.

Horror dos horrores! A quem estão a aldrabar desta forma mesquinha? Ao povo português? Sem dúvida, a fingir, repito, a fingir, que fizeram cortes (só na luz, na limpeza da sala etc…), também a fingir à troika!? A fingir que cortam nas despesas, sem verdadeiramente cortar porque não podem? Não sei, interrogo-me. Mas estou boquiaberto!

Divulgo aqui porque parece-me vir a propósito do seu Post, Helena, e porque sei que é uma pessoa pela Verdade. Eu acredito no que os músicos me disseram…

Raúl.

Monchique disse...

E o seu Infante não fica sensibilizado?

Unknown disse...

Este é mais um exemplo do que levou a Jerónimo Martins a emigrar para o sistema fiscal holandês: a instabilidade permanente na legislação,e a má fé, que geram desconfiança e impossibilidade de se planear seja o que for a médio ou longo prazo. Seja na compra de habitação, em que as regras mudam a bel-prazer do executivo do momento, ou na constituição de poupanças (PPR e contas poupança-habitação, com regras alteradas a meio, sem permitir resgatar sem penalizações), só para dar dois exemplos. Que investidores estrangeiros arriscam o que quer que seja neste ambiente??

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro Monchique
Como deverá compreender não discuto aqui as sensibilidades filiais.
Percebo a sua intenção. Mas esse peditório não é o meu!

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Agora até os desgraçados que foram brindados pela segurança social com umas parcas pensões ou abonos de família foram presenteados com pedidos de confisco.
Relativamente à segurança social o caos dos serviços é total. Pedem-se devoluções de verbas já anteriormente pagas, agora até aos mortos já se cobram.