O que de facto mais me tem surpreendido é a percepção de que Portugal ainda não interiorizou a crise. Não me refiro à gente mais desfavorecida. Essa sente-a diariamente nas compras que tem de fazer e nas contas que tem de pagar. Essa não precisa de mudar o seu estilo de vida, porque já nada tem para mudar.
Os outros, os que usam o cartão de crédito como se dinheiro seu se tratasse é que ouvem falar da crise, mas não a vêem. E quando os débitos lhes batem à porta, utilizam o mesmo sistema. Pagam, de novo, a crédito, numa espiral que só tem concorrência na atitude do próprio Estado, que se não cansa de o fazer.
Os portugueses sabem que há uma crise e que ela lhes vai custar dinheiro. Só quando este acabar, o cartão deixar de existir, o crédito se tornar incomportável é que eles mudarão de vida.
Ora mudar de vida era a primeira coisa que nós deveriamos ter feito. Mas o exemplo devia ter vindo de cima. De quem nos governa. Para que houvesse autoridade para pedir e não para impôr, como está a acontecer, um estilo que os próprios não seguem!
Agora segue-se um pequeno intervalo, até ao Natal. A telenovela recomeça daqui a dois meses, mas já tem um fim anunciado.
HSC
1 comentário:
Cara HSC,
pela veracidade,
pela seriedade,
pelas justeza e clareza do seu discurso,
permita-me partilhar o seu post no FB.
Porque, por mais inverosímil que seja ,há por aí muito boa gente que ainda não entendeu a dimensão e seriedade da situação vivida em Portugal.
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